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domingo, 27 de março de 2011

Texto: O FASCÍNIO DE HITLER

O FASCÍNIO DE HITLER

O feitiço com que Hitler dominava os seus ouvintes foi reconhecido por diversos autores da História. Muitas vezes este fascínio, este estranho magnetismos que Hitler irradiava com tanta força o colocava entre os melhores oradores de todos os tempos. Mas como isso acontecia? Acontecia devido “a crença fanática que ele tinha em si mesmo. Com este fanatismo e uma hábil competência em diversos assuntos e no fato de que qualquer parecer que emitisse. Fosse a respeito dos efeitos nocivos do fumo ou sobre a política de Napoleão. E nisso sempre podia incluir uma ideologia que pretendia abranger todas as coisas do mundo. O fascínio é um fenômeno social, e o fascínio que Hitler exercia sobre o seu ambiente deve ser definido em termos daquele que o rodeavam. A sociedade tende a aceitar uma pessoa pelo que ela pretende ser, de certo que um louco que finja ser um gênio sempre tem certa possibilidade de merecer credito, pelo menos no início. Na sociedade moderna, com a sua falta de discernimento, essa tendência é ainda maior, de modo que uma pessoa que não apenas tem certas opiniões, mas as apresenta num tom de inabalável convicção, não perde facilmente o prestigio, não importa quantas vezes tenha sido demonstrado seu erro. Hitler descobriu que o inútil jogo entre as varias opiniões e a convicção de que tudo é conversa fiada podia ser evitado se, se aderisse a uma das muitas opiniões correntes com inflexível consistência. A arbitrariedade de tal atitude exerce um forte fascínio sobre a sociedade porque lhe permite salvar se da confusão de opiniões que ela mesma constantemente produz. Esse dom do fascínio, no entanto, tem importância apenas social. E Hitler estava envolvido neste jogo social, falando não aos de sua espécie, mas aos generais da Wehrmacht, dos quais todos pertenciam a “sociedade”. Seria porem errôneo acreditar que os sucessos de Hitler se baseassem em seu poder de fascínio, se fosse só por isso, nunca teria passado de figura de proa dos círculos sociais.

(Lucimar Simon)

domingo, 20 de março de 2011

Texto: A REVOLUÇÃO MEXICANA E CUBANA E SEU GRANDE LIDER

A REVOLUÇÃO MEXICANA E CUBANA E SEU GRANDE LIDER

A REVOLUÇÃO MEXICANA

A Revolução Mexicana foi a primeira grande revolução social do séc. XX. Foi também uma revolução populista porque todos os grupos que se digladiavam lutavam de fato pela hegemonia da liderança sobre as massas, apelando para que elas decidissem a favor de um ou de outro grupo. Nesse sentido, ela anunciou ao resto da América Latina um modelo ímpar, uma espécie de terceira via, entre o regime oligárquico puro e simples e a revolução socialista, que passa ser alternativa a ser considerada especialmente a partir de 1917.

O GRANDE LIDER DA REVOLUÇÃO MEXICANA

Nessa linha, é importante destacar o papel de Emiliano Zapata, líder revolucionário do Exército Libertador do Sul que defendia a reforma agrária e a preservação das terras indígenas e camponesas, ao mesmo tempo em que se contrapôs ao desarmamento como sugeriu o primeiro presidente da revolução mexicana Francisco Madero.

Conceitos e categorias-chaves: imperialismo, populismo, darwinismo social, liberalismo, camponeses, comunidades indígenas, porfiriato, zapatismo, reforma agrária, dependência, revolução social.

A REVOLUÇÃO CUBANA

A Revolução Cubana de 1959 foi o primeiro grande movimento revolucionário na América Latina logo após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). De fato, ao longo de sua história após a independência (1898), Cuba se transformou no famoso “quintal” de grandes empresas dos EUA. Essa situação contribuiu para instalação de um Estado fragilizado e dependente. A partir de 1950, o general Fulgêncio Batista empreendeu um regime ditatorial explicitamente apoiado pelos EUA. Nesse tempo, a população sofria com graves problemas sociais que se contrastavam com o luxo e a opulência usufruída por uma minoria privilegiada. O governo de Batista ficou conhecido por sua negligência com as necessidades básicas da esmagadora maioria da sociedade e pela brutalidade com que reprimiu seus inimigos políticos.

Entre 1958 e 1959 sediados em Sierra Maestra, de onde passaram a organizar os camponeses para a luta armada, buscaram apoio de setores da burguesia contrários à ditadura de Batista e que defendiam um projeto nacionalista de respeito à propriedade privada. Em outubro de 1958 teve início a “Marcha sobre Havana”, que caiu em mãos dos rebeldes em janeiro de 1959. Deposto Batista, o novo governo defendeu a realização de uma ampla reforma agrária e controle governamental sobre as indústrias do país. Obviamente, em plena “Guerra Fria” tais proposições contrariavam diretamente os interesses dos EUA, que responderam com suspensão da importação do açúcar e outras retaliações. Dessa forma o governo de Fidel Castro acabou se aproximando do bloco soviético para que pudesse dar sustentação ao novo poder instalado. Nesse sentido, a Revolução Cubana tornou-se socialista no processo, residindo aí a sua originalidade.

OS GRANDES LIDERES DA REVOLUÇÃO CUBANA

Foi nesse cenário que um grupo de guerrilheiros se formou com o propósito de tomar o governo pela força das armas. Sob liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto Che Guevara, um pequeno grupo de aproximadamente 80 homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças do governo.

Conceitos e categorias-chave: imperialismo, capitalismo, dependência, revolução, guerra fria, socialismo, nacionalismo, reforma agrária.

(Lucimar Simon)

domingo, 13 de março de 2011

Texto: METÁFORA E NAÇÃO A IDENTIDADE LATINA AMERICANA

METÁFORA E NAÇÃO A IDENTIDADE LATINA AMERICANA

Texto base: Tereza M. Malatian: Metáfora e Nação: A identidade Latino-Americana em Manoel Bomfim.

Nas últimas décadas, é possível perceber uma tendência global em torno de certa sintonia relativa a preocupações com o problema nacional, fenômeno que tem a sua origem, consensualmente associada à emergência da revolução burguesa, a partir da identificação sugerida entre a soberania da nação e a soberania do Estado. Essa tendência tem se desmembrado em solo não-europeu, particularmente em espaço latino-americano, em “reinvenções” que, nos dias de hoje, ainda mais suscitam controvérsias e expressam as inquietações contemporâneas intrínsecas ao tema da identidade nacional. Essas inquietações recentes são expressas em debates interdependentes relativos, por um lado, à natureza da própria teoria social, que é uma espécie de “termômetro” das alternativas explicativas no âmbito das ciências sociais e, por outro, às principais questões suscitadas pelas mudanças percebidas na estrutura social a partir da aceleração do processo de globalização.

INQUIETAÇÕES DOS INTELECTUAIS NO SÉCULO XIX E XX

Significado da América Latina
Identidade como ponto de partida
Inserção no mundo internacional, reconhecimento.
A identidade é o ponto de partida para isso
A identidade está ligada ao fator etnia.
Superação das barbáries.
Como superar a barbárie?
Como construir a identidade
Questionar os males da crise
O parasitismo é todo mal patológico para a América Latina diz Bomfim
Bomfim é desconsiderado devido suas idéias.
Seu estudo afirma que uma patologia foi herdada dos colonizadores
Discute uma mentalidade fraudada e que atribui a culpa a nossa sociedade
Nacionalismo – desvantagem.

VISÃO DE MANOEL BONFIM EM MALATIAN

Resposta indignada contra a visão eurocêntrica

OBJETIVO.

Subir a civilização, a educação, o progresso.
Questionar os males da crise

DIAGNOSTICO

Visão organicista do social
Parasitismo
Categoria – Conte – História
Acompanha a hegemonia social
Legitima o imperialismo

RESPONSABILIDADE DO EUROPEU POR TODO O IMAGINÁRIO

Levar a civilização para o mundo
Liberalismo com idéia fora do lugar
A idéia de poder traduz o conceito de donos do poder
Quem tem o conhecimento da história tem o poder.

CONCLUINDO

Podemos afirmar igualmente que como dois pólos que se atraem e se repelem o Brasil é e, ao mesmo tempo, não é América Latina. Esta existência contraditória leva a propor uma reflexão sobre o distanciamento político e cultural entre o Brasil e os demais países da América Latina de colonização espanhola. A explicação mais simples para esse fenômeno começa invariavelmente pela afirmação de que a cultura brasileira está profundamente marcada por uma tradição eurocêntrica, responsável, portanto, pelo fato do país estar de olhos postos na Europa e de costas para a América Latina. Ainda que esta indicação seja indiscutível, permanece demasiadamente genérica, fechando-se nela mesma. Algumas constatações sobre o passado histórico das duas Américas a portuguesa e a espanhola são também inelutáveis. As metrópoles ibéricas desenharam limites não apenas geográficos, mas também culturais e políticos que dividiram suas colônias e criaram interesses econômicos e sociais específicos para cada região. E as independências não solucionaram esse impasse e não promoveram a tão proclamada necessidade de união entre todos os americanos do sul.

No intervalo que compreende as últimas décadas do século XIX e meados da década de 1910, as tentativas de interpretar o nacional são conduzidas a partir da possibilidade percebida de articulação dos conceitos de raça e meio, com o objetivo de encontrar uma espécie de via alternativa cujo eixo preservaria a “singularidade sócio-racial brasileira”; entretanto, essas tentativas são guiadas, do ponto de vista teórico, por uma perspectiva determinista de cunho racial. De fato, considere-se o próprio termo “miscigenação”, cuja influência no discurso imperial e colonial contemporâneo é evidente em torno das referências negativas às uniões de “raças” distintas tendo passado a ser, inevitavelmente, na virada dos séculos XIX-XX, parte do discurso colonialista do racismo. Porem toda este discussão esta muito além das mínimas aqui apresentadas para este pequeno texto, então mantermos uma linha de pesquisas que mencione e relate com mais profundidade este assunto faz-se necessário, mas isso fica para outro momento.

(Lucimar Simon)

domingo, 6 de março de 2011

Texto: A AMÉRICA CONTEMPORÂNEA NA VISÃO DE MANOEL BOMFIM

A AMÉRICA CONTEMPORÂNEA NA VISÃO DE MANOEL BOMFIM

Texto base: Manoel Bomfim, Parasitismo e Degeneração

Em livros como América Latina: males de origem, publicado em 1905 e O Brasil Nação: Realidade da soberania brasileira, publicado em 1931, Manoel Bomfim formulou princípios norteadores para a construção das nações latino-americanas, e, por conseguinte, brasileira, sob um modelo progressista, isto é, de uma nação que superasse o atraso e conseguisse a sua soberania nacional. Segundo Bomfim, somente um grande esforço educativo poderia levar esses países à condição de ser, de fato, “senhor dos seus destinos”, só a educação garantiria a soberania nacional. Mas ele mesmo lembrava: acho que estamos diante de uma grande utopia. Manoel Bomfim, intelectual sergipano, nasceu em 08 de agosto de 1868, na cidade de Aracaju.

TEMPO HISTÓRICO DE MANOEL BOMFIM

Razões do atraso da América Latina
Dificuldade na construção de uma sociedade liberal democrática integradora
Escravidão e vida social imobilismo social

Manoel Bonfim Sergipano 1868-1932

Acreditava na unificação da América Latina.
Faz criticas a vinda de europeus pra a América Latina.
Manoel Bomfim e Freyre têm sua importância para a América Latina.
O tempo histórico é o tempo peculiar a uma sociedade. Manoel Bomfim: canudos, conselheiro, seca, fome.
Darwinismo social, seleção natural das espécies.
Se no setor biológico há uma concorrência logo no social também haverá uma grande concorrência nos séculos XIX e XX.
Nacionalismo que leva a primeira guerra mundial.
Surge a necessidade de construir de uma identidade Latino Americana.
Como construir essa identidade? Por quê? Para que? O nacionalismo.
Comprovar sua autonomia sua independência.

MANOEL BOMFIM APONTA ONDE ESTA A CULPA DO ATRASO DA AMÉRICA LATINA.

Esta no biológico ou esta no social? Esta aqui ou esta lá fora?
Segundo Bomfim esta em Portugal e na Espanha que se tornaram parasitas das colônias.

PORQUE OS ITALIANOS E ALEMÃES VIERAM PARA A AMÉRICA LATINA?

Bomfim defende a idéia de branqueamento da raça
Mercado de trabalho laborioso. Vieram para o trabalho
Os movimentos messiânicos são questões sociais e eles representam uma luta contra a exclusão social
A continuidade do processo escravista era datada pelas idéias do darwinismo social.
Para Bomfim a escravidão é uma forma de imobilismo social
O positivismo francês é contra as realidades negativas cria enciclopédia para positivar essa situação.

Em 1904, em um de seus artigos: O progresso pela instrução, o autor já constatava a sua ansiedade frente ao problema que adotou como reflexão por longo tempo: Pretender a verdade e a pureza de um regime democrático em nação onde 90% dos indivíduos são incapazes de vida pública porque são analfabetos, é procurar um absurdo (BOMFIM, 1904).

E REAFIRMAVA ESSE PENSAMENTO TRÊS DÉCADAS DEPOIS:

“Somos uma nação ineducada, conduzidas por um Estado pervertido. Ineducada, a nação se anula; representada num Estado pervertido, a nação se degrada” (BOMFIM, 1930). Diferentemente de seus contemporâneos, que segundo Darcy Ribeiro, “gastam páginas e páginas para repetir o que os pensadores metropolitanos dizem sobre nós, com o objetivo de justificar o colonialismo europeu” (RIBEIRO, 2005, p. 11), Manoel Bomfim, por sua vez, propunha desvendar as origens dos problemas do Brasil e da América Latina. Questionava as raízes do atraso, os empecilhos para a constituição de uma sociedade democrática e integradora. E para a construção desta sociedade democrática, defendia a expansão da educação pública para o acesso de todos ao saber.

UM PENSADOR REBELDE: A DENÚNCIA DO RACISMO CIENTÍFICO

Na segunda metade do século XIX, aportaram em terras brasileiras muitas teorias explicativas para o atraso ou o progresso das nações. Explicações essas que tiveram sua gênese na Europa, como o positivismo de Comte; o evolucionismo de Spencer; o transformismo de Darwin e a etnologia de Gobineau, entre outros. Estas teorias moldaram a construção de um discurso explicador do Brasil, num contexto político-cultural onde a pauta principal dos debates entre os intelectuais e políticos era a possibilidade, ou não, da constituição futura da nação brasileira em termos mais democráticos e progressistas. Um dos problemas com força intelectual no fim do século XIX era a idéia de que a composição multirracial era um obstáculo para a formação da nação. Levar a cabo todas essas afirmações pode ser deliberadamente improviso, mas aceitar a atentar que esta centrada num plano real de verdade pode ser uma boa forma de repensar o cenário e tão logo buscar políticas afirmativas sobre o assunto.

(Lucimar Simon)