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domingo, 29 de julho de 2012

Texto: “DICTATUS PAPAE” (1075)


“DICTATUS PAPAE” (1075)

Como se viu no texto de STREFLING, Gênese e evolução da teoria da PLENITUDO POTESTATIS, pág. 15-63, persebeu-se com a publicação pelo Papa Gregório VII do Dictatus Papae, que o contexto daquela época inseriu-se num período de crescente autonomia da Igreja Romana com relação ao Sacro Império Romano Germânico. A eleição dos papas pelos cardeais, eleitores nomeados pelo pontífice, aboliu a prática de imposição de um nome pelo imperador (1059) e o papa Gregório VII desejou também acabar com a nomeação dos bispos pelo poder imperial.

Dictatus Papae é um conjunto de 27 proposições eclesiológicas enunciadas pelo Papa Gregório VII (1073-1085) em 1075 tratando da autoridade, competência e poderes do papa sobre o domínio temporal e espiritual.

Esse texto é um conjunto de princípios que condessa uma série de produções teóricas e disposições do papado sobre suas prerrogativas advindas da sucessão do apóstolo São Pedro que supostamente recebeu de Jesus Cristo o poder espiritual sobre todos os homens e por extensão devido a intrínseca superioridade do espírito o poder temporal.

Grande parte da produção teórica e documentos que fundamentam o Dictatus Papae são falsificações criadas no primeiro milênio para fortalecer o poder do pontífice como os textos do Pseudo-Dionísio, a Constitutum Donatio Constantini ou Constitutum domini Constantini imperatoris e outros menores. Esse material escrito fornecia a imagem de uma Igreja desde São Pedro controlada rigidamente pelo papa em todos os seus detalhes doutrinários, litúrgicos e administrativos.

(Lucimar Simon)

domingo, 22 de julho de 2012

Texto: DEPOSIÇÃO DE HENRIQUE IV POR GREGÓRIO VII (1076)


DEPOSIÇÃO DE HENRIQUE IV POR GREGÓRIO VII (1076)

Em resposta a atitude tomada por Henrique IV de não reconhecê-lo como papa, Gregório VII excomunhou-o como resposta. Com esta deposição, o Papa “desobrigou todos os homens cristãos que juraram ou possam jurar a ele, e proíbo qualquer um de serví-lo como rei”. Quando por essa altura, o papa Gregório se encaminhava para uma dieta em Augsburgo, soube que Henrique andava ao seu alcance e refugiou-se no castelo de Canossa (perto de Reggio Emilia), que pertencia a Matilda, condessa de Toscana. A intenção de Henrique, contudo, era apenas de cumprir a penitência requerida para levantar a sua excomunhão, de modo a poder continuar como rei. Ele ficou 3 dias, de 25 a 27 de Janeiro de 1077, fora das portas de Canossa, na neve, suplicando ao papa para anular a sentença. O papa levantou a excomunhão, debaixo de certas condições, mas que Henrique rapidamente as violou.

(Lucimar Simon)

domingo, 15 de julho de 2012

Texto: CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA


CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA

O Concílio de Calcedónia (ou Calcedônia) foi um concílio ecumênico realizado entre 8 de Outubro e 1 de Novembro de 451 em Calcedônia, uma cidade da Bitínia, na Ásia Menor. Foi o quarto dos vinte um Concílios da história do cristianismo, onde foi repudiada a doutrina de Eutiques do monofisismo e declarada a dualidade humana e divina de Jesus. Reafirma também a fé católica, e transparece a permanência dos arianos devido esta reafirmação. Este Concílio foi convocado pelo imperador bizantino e contou com a participação de 350 bispos (algumas fontes fazem referência a 520 bispos), e tornar-se-ia a assembléia mais importante ocorrida até então na história da Igreja Católica. Ele fora convocado para discutir sobre as duas naturezas em Cristo e para corrigir os erros e abusos do Concílo de Éfeso (449). O Concilio não levou a um entendimento único sobre a questão, entre os bispos alexandrinos e os bispos antioquenos, entretanto Nestório foi deposto, a doutrina, pregada por ele, refutada e Eutiques, foi condenado.

(Lucimar Simon)

domingo, 8 de julho de 2012

Texto: CARTA DE HENRIQUE IV A GREGÓRIO VII RECUSANDO-SE A RECONHECÊ-LO COMO PAPA (1076)


CARTA DE HENRIQUE IV A GREGÓRIO VII RECUSANDO-SE A RECONHECÊ-LO COMO PAPA (1076) 

Como percebeu-se no texto de STREFLING, um conflito de Gregório VII e o imperador Henrique IV desencadeou a excomunhão deste por aquele que também declarou o imperador deposto ao absorver os súditos de fidelidade (Que o pontífice possa eximir os súditos do juramento de fidelidade aos iníquos). O fim dessa crise foi a derrota de Gregório VII, que morreu no exílio e o retorno de Henrique IV ao trono. Essas proposições são resultado de uma longa teorização teológica que vem desde o Papa Leão I sobre a supremacia do pontífice na terra sobre a Igreja e o Estado. Afirmando a infalibilidade papal e a submissão de qualquer homem a ele, esse texto é a base ideológica do período de supremacia da Igreja na Alta Idade Média.

(Lucimar Simon)

domingo, 1 de julho de 2012

Texto: A PROCISSÃO DE FÉ

A PROCISSÃO DE FÉ

A questão ariana representava um grande obstáculo à realização da idéia de Constantino de um império universal, que deveria ser alcançado com a ajuda da uniformidade da adoração divina. Constantino decidiu reunir na cidade de Nicéia no ano de 325 d.C., aquele que é considerado o primeiro concílio ecumênico da Igreja, elaborando um símbolo de fé que contrariava as teses arianas; que era caracterizado pela afirmação que Jesus Cristo é da mesma substância de Deus. O Concílio de Nicéia estabeleceu 20 cânones, os quais darão seqüência ao Credo. Nas atas do Concílio de Nicéia, assinada por todos os bispos participantes, com exceção dos dois seguidores de Ário, constou o texto da profissão de Fé.

(Lucimar Simon)