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domingo, 24 de junho de 2012

Texto: A TEORIA DAS DUAS ESPADAS (494)


A TEORIA DAS DUAS ESPADAS (494)

A teoria das duas espadas, exposta por Gelásio I, consistiu no reconhecimento de dois poderes distintos e legitimados por Deus para reger os homens. O primeiro consistiu na “sagrada autoridade dos pontífices” e a segunda no “poder dos reis”.

A legitimidade divina de ambos fundamentava-se na crença de que toda autoridade vem de Deus, principio colocado por Paulo na epístola de Romanos (Rom 13, 1-7).

Legítimos e distintos um poder não deveria intervir nas deliberações do outro. No entanto, Gelásio enaltece a espada espiritual, ou seja, sobrepõe a autoridade papal sobre a imperial: “[...] embora por vossa dignidade [Anastásio] seja o primeiro de todos os homens e o imperador do mundo, abaixa piedosamente a cabeça diante dos representantes da religião”.

Essa “primazia da Sé Apostólica” justificava-se, segundo o papa, na perenidade da Igreja frente ás inconstâncias da espada secular”. Com efeito, o fundamento de Deus está firme (2 Tim. II, 19). Terá a religião sucumbido diante das novidades, por maiores que fossem quando esteve no poder algum herege?”

(Lucimar Simon)

domingo, 17 de junho de 2012

Texto: A BULA UNAM SANCTAM, BONIFÁCIO VIII (1302)

A BULA UNAM SANCTAM, BONIFÁCIO VIII (1302)

O campo religioso aqui é preferencialmente abordado por Bonifácio VIII para prover e confirmar legitimidade a autoridade papal sobre os reis e imperador, mesmo reconhecendo o poder temporal o papa tem por objetivo submeter o temporal e secular ao espiritual. “Na verdade há duas espadas e espiritual e a material, mais ambas estão em poder da Igreja, mas a ultima é para ser usada para a Igreja, a primeira por ela, a primeira pelo sacerdote, e a segunda pelos reis e cavalheiros, mas de acordo com a vontade e permissão do sacerdote” (Bonifácio VIII 1302).

O poder espiritual deve superar em dignidade e nobreza toda espécie de poder terrestre. Devemos reconhecer isso quando mais nitidamente percebemos que as coisas espirituais sobrepujam as temporais. A verdade o atesta: o poder espiritual pode estabelecer o poder terrestre e julgá-lo se este não for bom. Ora, se o poder terrestre se desvia, será julgado pelo poder espiritual. Se o poder espiritual inferior se desvia, será julgado pelo poder superior. Mas, se o poder superior se desvia, somente Deus poderá julgá-lo e não o homem. Assim testemunha o apóstolo: "O homem espiritual julga a respeito de tudo e por ninguém é julgado" (1Cor 2,15).

Esta autoridade, ainda que tenha sido dada a um homem e por ele seja exercida, não é humana, mas de Deus. Foi dada a Pedro pela boca de Deus e fundada para ele e seus sucessores. Naquele que ele, a rocha, confessou, quando o Senhor disse a Pedro: "Tudo o que ligares..." (Mt 16,19). Assim, quem resiste a este poder determinado por Deus "resiste à ordem de Deus" (Rm 13,2), a menos que não esteja imaginando dois princípios, como fez Manes, opinião que julgamos falsa e herética, já que, conforme Moisés, não é "nos princípios", mas "no princípio Deus criou o céu e a terra" (Gn 1,1).

(Lucimar Simon)

domingo, 10 de junho de 2012

Texto: ESCATOLOGIA: “UMA COISA NÃO TÃO RECENTE”

ESCATOLOGIA: “UMA COISA NÃO TÃO RECENTE”.

ESPERANÇA – CONTEÚDO BÁSICO DA ESCATOLOGIA.

ü  Grego eschata + logia = “estudo dos últimos ou das ultimas coisas”.
ü  A Escatologia está intimamente ligada com o povo de Deus (Israel).

A HISTÓRIA DO POVO DE ISRAEL É HISTÓRIA DE ESPERANÇA.

ü  Esperança concreta não de espírito, ou do além.
ü  A esperança do povo de Israel está na experiência e nas necessidades históricas
ü  Alimentam-se nos anseios concretos e se apóia na fé do Deus presente

VIDA - ESPERANÇA PARA A VIDA BEM SUCEDIDA

ü  Esperança de ter um lugar para se viver
ü  Promessa da Terra Santa – Abrão.
ü  Esperança para a vida além da morte individual

HISTÓRIA – ESPERANÇA PARA UMA HISTÓRIA BEM SUCEDIDA

ü  Esperança numa libertação político social
ü  Esperança messiânica de ter relacionamento especial com Deus
ü  Esperança na libertação continua incentivando a caminhada pelo deserto

A ESPERANÇA EM DEUS PERMANECE (Agora com alterações).

A PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA HISTÓRICA (Substituída)

O novo futuro de Deus é possível sem destruição do mundo antigo, Deus age imanente na História (Am 5, 18-20; Is 2, 5-6; Ez 37, 1-14; 20, 32-34; 43,1ss; Is 43, 22-28; Dt 30, 19)

ü  A marcha do povo para a Terra Santa Israel (Objetivo até aqui não alcançado)
ü  O fracasso histórico revelou também o fracasso das projeções históricas da teologia
ü  Frente aos escombros de um modelo escatológico destruído, o futuro reino de Deus não pode mais ser imaginado como resultado do processo continuo de desenvolvimento histórico.
ü  A esperança desesperada da época pós - exílio só podia imaginar o futuro agir de Deus como destruição catastrófica desta história e irrupção de algo novo
ü  Esta alteração de perspectiva acentuará a perspectiva apocalíptica.

PERSPECTIVA APOCALÍPTICA DE DESTRUIÇÃO DO MUNDO PRESENTE.

ü  Esta perspectiva se ampliará e fundamentará nas experiências sangrentas e traumáticas das perseguições sobre o império helênico dos Selêucidas, sobretudo de 242-187 a.C. (Dn 2,28; 2,44; 7,13ss).
ü  O novo futuro de Deus só é possível pela destruição do mundo e da história antiga (juízo final) O novo futuro de Deus é obra exclusiva de Deus (Is 24-27).
ü  Ampliação da esperança dentro da perspectiva apocalíptica. A esperança na fidelidade de Deus, apesar de tudo conduz o povo na época de crise, tornando assim a esperança fundamental escatológica.
ü  Deus ressuscita os mortos, ressurreição corporal para vida eterna junto a Deus.

ESCATOLOGIA CONCRETIZAÇÃO DA ESPERANÇA COM JESUS CRISTO

ü  Jesus Cristo e sua mensagem do Reino de Deus concretizam todas as esperança
ü  A salvação escatológica está próxima ela já até começou. Está próximo o reino de Deus (Mc 1,15; Lc 10,9; Lc 11,20).
ü  Amplia as dimensões da esperança não só para Israel, mas para toda a humanidade.

NOVAS DIMENSOES DA ESPERANÇA A PARTIR DE JESUS CRISTO

RESSURREIÇÃO DOS MORTOS: Esperança: Deus ressuscitou Jesus ressuscitará a nós
PARÚSIA: ESPERANÇA: Jesus ressuscitado voltará
JUÍZO FINAL: Esperança que todos os injustiçados serão reabilitado
PURGATÓRIO: Esperança os homens serão capazes de superarem suas falhas e limitações.
RESSURREIÇÃO DOS CORPOS: Esperança que o individuo possa alcançar a plenitude.
CÉU: Esperança de reconciliação plena e geral dos homens em comunhão intima com Deus
PLENIFICAÇÃO DA HISTÓRIA: Esperança que esta história tem fim último em Deus
PLENIFICAÇÃO DO COSMO: Esperança que este cosmo inteiro tem fim último em Deus

O REINADO DE CRISTO E A VISÃO DA ESCATOLOGIA NO PERÍODO MEDIEVAL

ü  A escatologia na Idade Média está centrada na influência em Santo Agostinho.
ü   O nascimento de Cristo marca o início da última era do mundo segundo Agostinho
ü  A data permanece ignorada pelos homens, não está muito longe.
ü  Haverá a conversão dos judeus e a aparição do Anticristo, perseguição dos cristãos.
ü  Aparição do Anticristo na Primeira Epístola de João (2,18 e 22; 4,3) e a perseguição aos cristãos representará a escatologia da Idade Média.
ü  A figura do Anticristo no evento escatológico: catástrofes, epidemias, guerras, desordens, intolerâncias religiosas seu surgimento e origem têm diversos contrates.
ü  O Anticristo e o fim do mundo estão próximos têm que, vigiar e fazer penitência.   

A ESPERANÇA DE UM MUNDO IDEAL

ü  Esperança cada vez maior e observação de novas tendências a partir do século XII
ü  Anunciando o triunfo do Império Romano que traria paz á cristandade antes do fim dos tempos essas profecias continuam inegavelmente um elemento milenarista.
ü  Então a verdade será proclamada pelo pregador cheio de Espírito Santo e os pagãos se converterão ao cristianismo.
ü  Joaquim de Fiore e a história em três estados: Pai, Filho e o Espírito Santo. 
ü  Surgirá uma nova era e os crentes ascenderão sem restrições ás verdades divinas.
ü  No séc. XII as previsões de Joaquim repercutem no interior da ordem franciscana.
A IGREJA MEDIEVAL E USO DA ESCATOLOGIA AO LONGO DOS ANOS

ü  A Igreja via na espera do Anticristo e do Juízo Final uma forma de educar os leigos
ü  A escatologia era integrada a doutrina eclesiástica medieval, anúncio o Anticristo.
ü  Ela anuncia a vinda do Anticristo em momento indeterminado, mas possível a um instante qualquer e relativamente próximo. Seguida do Juízo Final.
ü  Com estes enfoques e a sua não renuncia as coisas profanas e o poder secular a Igreja atrai a oposição da ordem franciscana. (Francisco de Assis)
ü  Uma vertente ver o Anticristo como um elemento purificador da Igreja “profana”.
ü  Críticas a situação reinante da Igreja, suas relações de poder e propriedades terrenas.
ü  A Igreja tem essas idéias como heresias, já que partiam de seus representantes.

ENFOQUE BÁSICO DA ESCATOLOGIA DO SÉCULO XX.

ü  Enfoque Apocalíptico Neo Escolástico – a escatologia trata do fim do mundo - não trata das estruturas históricas.
ü  Enfoque Utópico Finalista – a escatologia trata da nova era a vir depois do fim do mundo – nela haverá estruturas radicalmente das estruturas históricas atuais.
ü  Enfoque Cristológico Transformador – a escatologia trata da salvação escatológica como plenificação de processos de transformação que já começou na historia atual – a escatologia é ligada á história.

O DISCURSO DE HOJE: QUESTIONAMENTO DA ESCATOLOGIA TRADICIONAL

ü  No passado abusou – se dela de maneira notória para seduzir homens explorados e oprimidos a resignar-se com seu destino miserável e esperar vida melhor num mundo melhor depois da morte.
ü  O problema do discurso escatológico é formulado por Michel Van Lay “Reconhecer os sinais dos tempos”
ü  Século XVIII transformou a dinâmica da escatologia em discurso moralizante.
ü  Século XIX valorizou – se o céu desprezando o mundo.
ü  A critica marxista acentua que a religião não lutou para superar as estruturas que geraram miséria, tornando-se assim “ópio do povo”.
ü  A escatologia neo – escolástica, com sua visão pessimista do mundo e da história, contém o perigo de desprezar este mundo e esta história.
ü  Que futuro nos espera? Será que o futuro ainda tem futuro? Catástrofes climáticas ou holocausto atômico? A ciência do futuro resolverá todos os problemas?

ESCATOLOGIA.

É o estudo das últimas coisas dos fins dos tempos e a bíblia fala muita coisa sobre o assunto principalmente no Novo Testamento, os cristãos são unânimes quanto à volta de Jesus, mas diferem quanto á tribulação e o milênio. São várias as correntes escatológicas, quem estuda sabe que: essas correntes não devem, tomar seu posicionamento como verdade absoluta, pois são consideradas como teorias, pois só quem sabe como será realmente é o Deus Eterno criador dos céus e da terra.

O MILENARISMO

O milenarismo ou quilialismo (palavra que advém do latim mille e do grego chilias) designa a doutrina religiosa, retirada da Bíblia (Apocalipse 20:1-10), que anuncia o regresso de Jesus Cristo para constituir um reino com duração de mil anos.

ü  O conteúdo básico de toda a escatologia milenarista é a esperança.
ü  O pensamento milenarista herda esta concepção e se apega à esperança de que esta história, numa data determinada, chegará a um fim.
ü  Nessa situação, surge, mais do que nunca, a necessidade de anunciar e de proclamar a este mundo carente de esperança a grande mensagem do Reino de Deus.
ü  Os autores eclesiásticos vêem na descrição dos pecados do homem e dos horrores do fim do mundo um bom meio de impressionar seus próximos e de levá-los a se converter.

A Igreja forneceu a base doutrinal para esses movimentos populares:

ü  Expressava a crença de que, após a Segunda Vinda de Cristo (Parusia), haveria o estabelecimento de um reino messiânico na Terra, com a duração de mil anos, que antecederia o Juízo Final.

A idéia de milenarismo não está ligada somente às religiões que concebem a história como vetor, e sim também naquelas que prevêem uma renovação cíclica do universo (Guaranis do séc. XVI que emigraram para o peru [terra sem mal], e budismo escatológico).

SURGIMENTO DO MILENARISMO


ü  Montanismo: pregava a iminência do retorno de Cristo de acordo com uma expressa revelação do Espírito Santo. Grécia no século II.
ü  Livro do Apocalipse erroneamente atribuído a São João, mas na verdade um texto grego anônimo de fins do século I, que recebeu numerosos comentários.
ü  Quatro outros textos exerceram uma profunda influência sobre o imaginário medieval, fortalecendo a difusão das idéias milenaristas.:
ü  Apocalipse de Baruc, texto apócrifo do século I.
ü  Apocalipse de Esdras, outro texto apócrifo também do século I.
ü  Apocalipse de Henoc, outro texto apócrifo, porém do século II.
ü  Os Oráculos Sibilinos, um conjunto de textos escritos em grego, entre os séculos II a.C. e IV d.C..
ü  Percebe-se influência dos Oráculos Sibilinos nas linhas de pensamento do frade francês João de Roquetaille (Vademecum in tribulatione, 1356), do cronista João de Winterthur em 1348 (Alemanha) e Telésforo de Cozenza em 1386.

ESPECULAÇÃO DO FIM DOS TEMPOS


Nem o prestígio da teologia agostiniana foi suficiente para impedir a continuidade das especulações sobre a proximidade do fim dos tempos.
ü  As datas de 1000, 1033, 1186, 1229, 1250, 1260, 1290, 1300, 1310, 1325, 1335, 1345, 1360, 1367, 1375, 1348, 1360, 1367, 1375, 1378, 1387, 1395, 1396, 1400, 1417, 1429 e 1490 foram anunciadas como o fim do mundo.

Exemplo dessa obsessão escatológica medieval foi ação da Igreja em corrigir a si própria, para tentar acalmar as tensões populares.

ü  São Jerônimo (342-420) datara o nascimento de Cristo no ano 5199 da Criação do Mundo, e como a cada dia da Criação corresponderiam mil anos de vida das criaturas, restavam apenas 801 anos para o Juízo Final. E como Deus criara o Mundo em seis dias, e no sétimo descansara, de acordo com a tradição, não haveria mais que seis milênios.
ü  O monge inglês Beda, o Venerável (673-735), refez a cronologia da História do Mundo, fixando a Natividade em 3952 e “ganhando”, assim, mais 1247 anos, adiando assim o final dos tempos para o ano 2048.
ü  Segundo Pseudo-Barnabé, Deus realizou sua obra em seis dias, então levará 6 mil anos da criação até seu fim, pois para ele um dia significa mil anos (Salmos 90:4); e o nascimento de cristo marca o ano 4500 da criação.

JOAQUINISMO E FRANCISCANISMO

Joaquim de Fiore (1135 – 1202), abade de um convento da Ordem de Cister na Calábria, com idéias muito controversas, deixa a congregação a que pertencia para criar a sua própria ordem. Prevê o surgimento iminente de uma época que verá a Igreja Purificada. A História estaria dividida em três eras sucessivas ou três estados: o do Pai, o do Filho e o do Espírito Santo.Desta forma:

ü  O estado do Pai: é representado pelo Antigo testamento.
ü  O estado do Filho: a caracterização deste estado assentava na humildade do Verbo Encarnado, é transmitida pelo novo testamento.
ü  O estado do Espírito Santo: caracterização deste estado baseia-se no amor e na liberdade espiritual. Seria inaugurada por duas novas ordens monásticas.

Vai caber a Francisco de Assis o papel preponderante para inaugurar o novo estado, no mundo espiritual, pregando o ideal de pobreza radical e, como tal, os seus bens eram colocados sob a gestão da igreja. O seu apelo à fraternidade universal, com a inclusão dos próprios animais era muito forte de conseqüências e atributos para a aprendizagem imediata do seu alcance na época. Na seqüência dos tempos, no novo estado, a única norma a dirigir a vida cristã seria o Evangelho Eterno, depositado nas obras de Joaquim de Fiore.
ü  Numerosos Franciscanos estavam convictos de que sua ordem (junto com a dos dominicanos, fundado por São Domingos de Gusmão) estava destinada a desencadear o surgimento da era do Espírito Santo.

VIOLÊNCIAS MILENARISTAS

Movimento Hussita (Jan Huss), manifestado por sua ala radical em 1419.
ü  Deus aniquilaria todos os pecadores que não se refugiassem nestas montanhas.
ü  Atacou a Hierarquia eclesiástica
ü  Tentou defender suas teses junto ao Imperador Sigismundo
ü  Depois de sua morte na prisão em 1415 houve uma revolta em Praga contra a hierarquia católica, e que a Igreja devolvesse as terras que foram tomadas ao longo dos tempos.
ü  Desemprego e forte inflação, Carta de Jan Huss (João Huss).
ü  Cinco Cruzadas foram necessárias para por fim ao conflito, que terminou em 1436 com um acordo.

TABORITAS

ü  Refugiavam-se nas montanhas em que chamaram de “Tabor” (Montanha Sagrada), convictos que haveria uma batalha contra tropas do Anticristo.
ü  Nomearam um anti-hussita para o Concelho Municipal da “Cidade Nova” de Praga.
ü  Os integrantes destes movimentos mataram os conselheiros nomeados.
ü  Foram esmagadas em 1421.

O QUE SIGNIFICA "ARMAGEDOM"?

Esta batalha se define como sendo a Batalha de Armagedom. A palavra "Armagedom" vem do hebraico Har Megiddo, que significa Monte Megido. Este monte está situado no vale de Jezreel (nome hebraico), conhecido como planície de Esdraelom (nome grego), ou ainda planície ou vale de Megido, por causa da cidade de Megido que fica a oeste da planície.

(Lucimar Simon)

BIBLIOGRAFIA:

BLANK, Renold J. Escatologia do mundo: o projeto cósmico de Deus - escatologia II. 2.ed. São Paulo, PAULUS, 2002.

DELUMEAU, Jean. Mil anos de felicidade. Uma história do paraíso, São Paulo, Companhia das Letras, 1997.

LE GOFF, Jacques. Dicionário Temático do Ocidente Medieval [Dictionnaire raisonné de I’Occident medieval]. Org. Jean-Claude Schmitt. Trad. (Coord.): Hilário Franco Júnior. Bauru (SP): EDUSC; S. Paulo: Imprensa Oficial, 2002.

REZENDE FILHO, Cyro de Barros. A redescoberta do paraíso terrestre: o milenarismo messiânico medieval. Revista de Ciências Humanas (Taubaté), Taubaté-SP, v. 1, n. 11, p. 57-64, 2005.

BLANK, Renold J., 1941 Nosso mundo tem futuro: escatologia Cristã II. Renold Blank.         São Paulo, Ed. Paulinas, 1993.

PAIVA NETTO, José de, Somos todos profetas. 15 ed. São Paulo, Elevação, 1999.

domingo, 3 de junho de 2012

Texto: OS MILITARES NA POLITICA (O AUTOR E SUA OBRA)


OS MILITARES NA POLITICA (O AUTOR E SUA OBRA)

Alfred Stepan é professor de Governo e foi Decano do SIPA (1983-1991). Stepan's teaching and research interests include comparative politics, theories of democratic transitions, federalism, and the world's religious systems, and democracy. Stepan tem estudos na área de investigação comparativa que incluem interesses políticos, teorias de transições democráticas, o federalismo, e os sistemas religiosos do mundo, e à democracia. O Professor Stepan earned his BA from University of Notre Dame in 1958.professor Stepan obteve o bacharelado pela Universidade de Notre Dame em 1958.
He received a BA and an MA from Balliol College, Oxford University in 1963 and a PhD from Columbia University in 1969.Ele recebeu um BA e um MA de Balliol College, Oxford University, em 1963 e um doutorado na Universidade de Columbia em 1969. Stepan was a professor of political science at Yale University (1976–82), Burgess Professor of Political Science at Columbia (1987–93), served as first rector and president at Central European University (Budapest, Prague, and Warsaw) (1993–96), and was Gladstone Professor of Government and fellow at All Souls College, Oxford University (1996–99). Stepan foi um professor de ciência política na Universidade Yale (1976-1982), Professor de Ciência Política na Columbia (1987-1993), atuou como primeiro reitor e presidente na Central European University (Budapeste, Praga, Varsóvia e) (1993-1996). Entre outros cargos pela Europa.

STEPAN, Alfred. Os Militares na Política. Rio de Janeiro: Arte Nova. 1975.

Tese do autor:
O exército não pode ser considerado como uma unidade homogênea de pensamento.
O exército não pode ser visto como elemento fora do social, política, economia etc.
O exército aqui é considerado como um subsistema do sistema político global.

Divisão da Obra
Agradecimentos 07 a 08.
Introdução 09 a 10

Parte I página 11

O Militar na Política: Fundamentos Institucionais

Ø  Características organizacionais e institucionais dos militares brasileiros
Ø  Análise do papel dos militares na política: eles quase nunca são determinantes
Ø  Os militares são considerados como um subsistema do sistema político global

Parte II página 47

O “Padrão Moderador” das Relações entre Civis e Militares: Brasil 1945-1964.
Ø  O papel moderador dos militares na política do Brasil no período anterior a 1964
Ø  Os militares se colocaram acima do Executivo sem assumir o poder político de fato
Ø  A relação dos militares com os civis antes de 1964
Ø  Como está relacionados os golpes e suas tentativas relacionadas á política da época

Parte III página 93

A Ruptura do Padrão “Moderador” das Relações entre Civis e Militares e a Emergência do Governo Militar
Ø  Examina os processos políticos sob uma atmosfera de crescentes crises políticas e econômicas que vão dar sustentação ao padrão “moderador entre militares e civis”.

Parte IV página 139

Os Militares Brasileiros no Poder 1964-1968: Um estudo de Casos dos Problemas Políticos do Governo Militar.

Ø  Aqui são examinados os requisitos políticos adicionais que o novo papel de dirigente do sistema político no Brasil exige da instituição militar. 

Explicação e desenvolvimento

Parte I Pág. 11 a 12

O Militar na Política: Fundamentos Institucionais

Ø  Os militares dão ao golpe de 1964 a característica de “revolução” “houve mudanças radicais em todos os setores da sociedade”. Porém não foi um movimento social, mas foi considerado por alguns intelectuais como restabelecimento das estruturas anticorporativistas do Brasil rompida antes de 1964.
Ø  Para Stepan, militares compõe, parte integrante do sistema político.
Ø  Algumas escolas defendem o contrário Lile McAlister diz que a escola antimilitar considera os militares uma “força demoníaca”.
Ø  A escola desenvolvimentista considera o Exercito uma instituição isolada, não vinculada a interesses que dividem a sociedade em geral, são aptos a agirem como força modernizantes como promotores da nação.

Capítulo I Pág. 13 a 20

Unidade Organizacional e Orientação Nacional dos Militares Hipóteses e Qualificações. Pág. 13 a 15

Ø  Uma comparação das ações e atitudes dos exércitos pelo mundo com o brasileiro
Ø  Sudeste asiático, África, Turquia, Nigéria, Indonésia são comparada ao Brasil.
Ø  O exercito turco realizou papel importante na construção e modernização da nação
Ø  Nessa comparação o exercito ocupa-se com questões da nação e não provinciana
Ø  Os exércitos foram criados e desenvolvidos como instrumento de controle imperial
Ø  Os golpes militares e suas motivações não possuem uma lógica ou característica
Ø  A realidade empírica não pode ser confundida com o tipo ideal de organização militar, sua unidade, isolamento da política e sentimentos locais.
Ø  Na maioria das nações em desenvolvimento os exércitos foral criados como instrumento de controle imperial.
Ø  Muitas vezes foram criados deliberadamente dentro de um quadro tribal, racial e religioso extremamente conflituoso. Isso gera divergências e insurreições violentas.

O Militar Brasileiro: Estrutura De Recrutamento 15 a 18
Ø  Os militares brasileiros fazem parte de uma instituição nacional e integradora
Ø  Exército: papel importante no apaziguamento das revoltas de 1824 a 1848.
Ø  A política de recrutamento do exercito brasileiro permeia a de selecionar homens de uma região próxima da guarnição e sua maioria nos centros urbanos.
Ø  São mais capacitados por suas profissões e autoconfiantes e se adaptaram rápido as necessidades militares.
Ø  A curta duração do serviço militar e as exigências requerem que os recrutados já sejam alfabetizados e que dominem algum conhecimento técnico.
Ø  Os analfabetos representam menos de 5 % dos recrutados no geral
Ø  Esta política de recrutamento é formalizada em regulamentos escritos
Ø  O recrutamento local tem como principal objetivo conter gastos com transportes
Ø  Convocação rápida e diminuição do êxodo rural, e questões familiares.
Ø  Os vencimentos são baixos e o deslocamento em dias de folga é caro.

O Significado Político Da Estrutura Política De Recrutamento. Pág. 18 a 20

Ø  Estava claro que o exercito era organizado com bases locais e alfabetizados
Ø  Preferência ao urbano e não ao rural não reunindo diferentes setores geográficos
Ø  Visava uma cooperação conjunta dentro de uma instituição de orientação nacional
Ø  Precisamos considera que a estrutura de recrutamento do exército resulta uma maior contribuição para a construção do país.
Ø  De fato um exército recrutado num local, no sistema federal, representa sérias implicações políticas.    
Ø  Muitos estados contam com uma forte e poderosa policia estadual (MG, SP).
Ø  São Paulo desde o inicio da República já possuía uma policia forte em 1894.
Ø  Por vários anos o efetivo estadual ultrapassou o efetivo federal em alguns estados.
Ø  O fato de ser o exército organizado em bases locais e de os políticos estaduais se armarem através das polícias dos Estados precipitou varias vezes crises de lealdade que fragmentaram sessões inteiras do Exército Nacional.
Ø  Uma guerra psicológica a qual se apelava para a lealdade locais das tropas federais em oposição ao exército nacional.
Ø  Exemplo o movimento de 1930 Getúlio Vargas 19 marcado
Ø  A contra revolução em São Paulo 1932.
Ø  Em 1961 no caso João Goulart e sua posse na presidência.
Ø  Não se pode acreditar que o exército é uma instituição plenamente unificada e de orientação nacional.(há divisões e diferenças dentro do exército)
Ø  Então, o que o exército é? Como definir suas atuações, suas políticas?       

Capitulo II. Pág. 21 a 26

O Efetivo Das Forças Armadas: Sua Importância No Comportamento Político.

Ø  Aqui o autor faz uma comparação com outros países sobre a atuação do exército.
Ø  “Nem um fator, seja institucional ou de outro tipo, tomada isoladamente, pode explicar ou prever o comportamento político dos militares”. (autor)
Ø  A relação entre o efetivo militar e o tamanho da população civil foi tratada muitas vezes como variável independente e que afeta diretamente civis e militares. 
Ø  “Apesar de todas as precauções, um exército numeroso em meio de um povo democrático sempre será uma fonte de grande perigo; o meio mais eficaz de reduzir este perigo seria reduzir o exército” (Alexi de Tocqueville).
Ø  Análise da atuação dos exércitos na América Latina e Golpes na Democracia.
Ø  Relações de tamanhos de exércitos e suas atuações.
Ø  Países sem forças militares podem ter instabilidade causada por civis. (Venezuela)
Ø  Paises como Bolívia, Chile, Venezuela, e outros da A. Latina, sofrem “golpes”.
Ø  O importante a ressaltar é que a instabilidade do governo foi mais responsável pelo efetivo dos militares do que estes pela instabilidade do governo.
Ø  A persistência da instabilidade criou a impressão que os militares são numerosos
Ø  Isso não é sustentável porque os 20 maiores não são latinos americanos.
Ø  Logo que relação existe entre o quantitativo dos militares e a população civil.
Ø  Só o Chile possui relativamente proporção entre exército e civis, portanto, é o que menos teve intervenções militares.
Ø  O caso do Brasil também não se confirma no fator quantitativo poucas vezes tiveram de fato o total controle do pode político.
Ø  No período do séc. XX os militares representavam cerca de 18% da população civil
Ø  Graças a sua atuação no território brasileiro o exercito é considerado politicamente uma força poderosa, no entanto suas ações foram decisivas entre militares e civis.
Ø  O exército está dividido em quatro comandos territoriais pelo país
Ø  I Exército por motivos políticos sua maior concentração está na Vila Militar próximo ao RJ.
Ø  III Exército em Porto Alegre (Fronteiras Uruguai e Argentina, inimigos antigos)
Ø  IV Exército no Nordeste, o menos equipado de todos.
Ø  II Exército em São Paulo.
Ø  A “operação presença” estimulada pelos EUA.
Ø  Consiste na não concentração de muitas forças em um Estado ou região (revoltas)
Ø  Na maioria das vezes o exército só age com um consenso político entre eles, mas nem sempre este consenso existe.
Ø  Vemos com uma análise multifatorial a ação dos militares na política do país.
Ø  Os militares são pessoas experientes, intelectuais, entendidos das diversas situações a que estão envolvidas nas classes sociais do Brasil, portanto não podendo ser considerado uma parcela a parte ou neutra no sistema político nacional brasileiro.
 
(Lucimar Simon)