ANÁLISE DAS OBRAS DE BORIS FAUSTO E FRANCISCO INGLESIAS
Boris Fausto:
Nasceu em São Paulo, 8 de dezembro de 1930) é um historiador e cientista político judeu brasileiro. Bacharel em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo em 1953 e mestre em 1967 pelo Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, escreve freqüentemente artigos para diversos periódicos nacionais, como a Folha de S. Paulo. Desde 1989 é professor do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e recentemente ingressou para a Academia Brasileira de Ciências. Sua principal obra é A Revolução de 30 - historiografia e história publicada pela primeira vez em 1970 e considerada ainda hoje um clássico das ciências sociais brasileiras que contesta as versões que defendem São Paulo durante a Revolução de 1930 e a Revolução Constitucionalista de 1932. Escreveu também Trabalho Urbano e Conflito Social e Crime e Cotidiano.
Boris Fausto e sua obra:
Boris Fausto faz uma análise da passagem do Império para a República como ele mesmo diz: “foi quase um passeio” mas os anos posteriores foram caracterizados por inúmeras incertezas. “Os vários grupos que disputavam o poder tinham interesses diversos e divergiam em suas concepções de como organizar a República”. Aqui também está presente á questão entre as principais províncias São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul que defendiam um federalismo, que asseguraria um grau considerado de autonomia aos estados regionais. Neste caso a divergência era dentro da forma política entre liberais (mineiros e paulistas) e positivistas (gaúchos) que faziam oposição entre si.
Os militares:
Os militares eram uma fração de poder bem representada na concepção republicana, e bem representados, eles vão tomar a dianteira neste processo como unidade reformadora da política brasileira, porém este grupo é forte, mas também fracionado em termo de unidade territorial, eram de diversos estados, mas sua patente os colocavam em um mesmo grupo com algumas divergências entre si, estas que mais tarde implicara em sucessões e fracasso das suas política devolvendo aos civis o controle político. “Apesar da profunda rivalidade existente entre os grupos do interior do exército, eles se aproximavam em um ponto fundamental. Não se expressavam interesses de uma classe social. Como era o caso dos defensores da República liberal. Eram sim, antes de mais nada, porta-vozes de uma instituição, o Exército que também era parte do aparelho do Estado”.
As questões políticas externas:
“O nítido deslocamento da diplomacia brasileira de Londres para Washington se deu com a entrada do Barão do Rio Branco para o Ministério das Relações Exteriores, onde permaneceu por longos anos, entre 1902 e 1912, atravessando varias sucessões presidenciais”. Os tempos de euforia Brasil Argentina tinha passado e os dois países entraram numa aberta competição na esfera comercial e de equipamento militar. O Brasil tratou de captar a simpatia de nações menores como Uruguai e Paraguai e de se aproximar do Chile para limitar a influência da Argentina, mas tarde foram tentados e firmados outros acordos entre paises latinos americanos.
A primeira Constituição Republicana:
Uma comissão de cinco pessoas foi encarregada de redigir um projeto de Constituição que submetida depois a uma profunda revisão por parte de Rui Barbosa. A seguir encaminhou-se o projeto á apreciação da Assembléia Constituinte, que apos muitas discussões e algumas emendas promulgou o texto a 24 de Fevereiro de 1891. Não devemos pensar que o governo federal, também chamado de União, ficou completamente sem poderes. A idéia de um ultrafederalismo, sustentada pelos positivistas gaúchos, foi combatida tanto pelos militares, como pelos paulistas. O esfacelamento do poder central era um risco que, por razões diversas, esses setores não queriam correr. A Constituição estabeleceu os três poderes: Executivo, Legislativo e judiciário, “harmônicos e independentes entre si”. O Executivo representado pelo Presidente da República, o Legislativo dividido em Câmaras de Deputados e Senadores (não mais vitalícios). A Constituição estabeleceu o sistema presidencialista de governo. Os ministros se tornaram pessoas de confiança do presidente que podia nomear e demiti-los livremente. Foram considerados eleitores todos os cidadãos brasileiros maiores de 21 anos, excluídas certas categorias como analfabetos, os mendigos, os praças militares. A Constituição não fez menções ás mulheres, mas considerou-se implicitamente que elas estavam impedidas de votar.
A questão religiosa:
Estado e igreja passaram a ser instituições separadas. Deixou de existir assim uma religião oficial no Brasil. Uma lei veio completar, em 1893 esses, preceitos constitucionais, criando o registro civil de nascimento e falecimento das pessoas. Isso também facilitou a integração dos imigrantes, os imigrantes alemães não eram em sua maioria católicos, e sim protestantes luteranos. Outra medida destinada aos imigrantes foi a chamada grande naturalização.
O encilhamento:
Ao assumir o Ministério da Fazenda do Governo Provisório, Rui Barbosa baixou diversos decretos como objetivo de aumentar a arrecadação de moeda e facilitar a criação de sociedades anônimas. A medida mais importante foi a que deu a alguns bancos a faculdade de emitir moeda. As iniciativas de Rui Barbosa concorreram para expandir o credito e gerar a idéia que o Brasil seria o reino dos negócios. Formaram-se muitas empresas, algumas reais e outras fantásticas. As especulações cresceram nas bolsas de valores e o custo de vida subiu fortemente. Em 1891 uma crise assola a América Latina a desvalorização da moeda brasileira em relação á moeda inglesa é inevitável.
Os marechais no poder:
Em plena crise do Encilhamento o congresso elegeu Deodoro da Fonseca para presidente e Floriano Peixoto para vice-presidente. Deodoro entrou em choque com o congresso, atraindo suspeitas na substituição do ministério que vinha do governo provisório por um outro comandado pelo tradicional político monarquista Barão de Lucena. A 03 de novembro de 1891, Deodoro fechou o Congresso, prometendo para o futuro novas eleições e uma revisão da Constituição. Nas palavras do marechal a revisão indo ao sentido de “fortalecimento do poder Executivo da União e de uma comedida autonomia dos Estados, sem os exageros que trariam fatalmente a dissolução do nacional”. Quando Deodoro renuncia assume com dificuldades Floriano Peixoto pensando construir um governo estável, centralizado, vagamente nacionalista, baseado no Exercito e na mocidade das escolas civis e militares. A elite política de São Paulo via na figura de Floriano a possibilidade mais segura de garantir a sobrevivência da República, a partir do poder central, Floriano por sua vez percebia que sem o apoio do PRP não teria base política para governar.
A Revolução Federalista:
Umas das regiões politicamente mais instáveis do país nos primeiros anos era o Rio Grande do Sul. Sem entrar em detalhes basta dizer que entre a proclamação da República e a eleição de Julio de Castilhos á presidência do Estado no mês de Novembro de 1893. Dezessete governos sucederam no comando do Estado. A Constituição previa a concentração de poderes no Executivo, ficando o Legislativo apenas responsável pela aprovação da legislação financeira. Não existiam limites para a reeleição do presidente do Estado como eram chamados os atuais governadores. Liberais e positivistas emplacaram uma das piores guerras civis do país denominada Revolução Federalista. Começou em Fevereiro de 1893 e só terminou, dois anos e meio a frente, já na presidência de Prudente de Morais. A luta foi implacável dela resultando milhares de mortos. Muitos deles não morreram em combates foram degolados após ter sido prisioneiros. No Ministério da Fazenda estava Rodrigo Alves, de uma família paulista do Vale do Paraíba, antigo conselheiro do Império convertido á República. A presidência da Câmara e do Senado, também encontravam se em poder do PRP. Floriano não teve condições de designar seu sucessor e Prudente de Morais foi eleito em 1894, Floriano não compareceu a sua posse, mostrando sua contrariedade. A oposição continua forte, logo Prudente de morais tem dificuldades de controlar as aspirações dos grandes estados republicanos.
A questão de Canudos:
Um acontecimento muito distante do Rio de Janeiro, mas com conseqüências na política da Republica. Ocorreu no norte do sertão da Bahia e marcou o governo de Prudente de Morais. O Arraial de Canudos e seu líder Antonio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antonio Conselheiro vão resistir á República por muito tempo. A pregação de conselheiro concorreria com a da Igreja e suas idéias iam contra a República. Os revoltosos de Canudos são massacrado, por suas objeções e questionamento ao poder estabelecido no país. Uma expedição sobre o comando do general Arthur Oscar, constituída de oito mil homens e dotada de equipamentos modernos arrasou o arraial em agosto de 1897 apos um meio e mês de combate, seus prisioneiros foram degolados. Segundo os positivistas e os republicanos, aquela luta teria sido uma luta da civilização contra a barbárie.
Campos Sales e sua política de governadores:
A consolidação da República veio com a eleição de Campos Sales, outro paulista (1898-1902). A elite política dos grandes Estados tinha São Paulo á frente tinha triunfado. Faltava, no entanto, criar instrumentos para que a República Oligárquica, ou seja, a república de uns poucos pudesse se assentar em um sistema estável. A partir dessas questões Campos Sales concedeu um arranjo conhecido como política dos governadores, onde os interesses dos Estados seriam conciliados com os do País, seguindo em contrapartida acordos políticos entre ambos. E o governo central sustentaria assim os grupos dominantes nos Estados.
As Oligarquias:
A República concretizou a autonomia dos estados dando plena expressão aos interesses de cada região. Isso se refletiu no plano da política através da formação de partidos republicanos restritos a cada Estado. As tentativas de organizar partidos nacionais foram transitórias ou fracassaram. Controlados por uma elite reduzida, os partidos republicanos decidiam os destinos da política nacional e fechando acordos para a indicação de candidatos a presidência da República. A primeira vista, parecia que o domínio das oligarquias poderia ser quebrado pela massa da população através do voto. Entretanto devemos lembrar que o voto não era obrigatório, e o povo em regra encarava a política como um jogo entre os grandes ou uma troca de favores. Seu desinteresse crescia quando nas eleições para presidentes os partidos estaduais se acertavam lançando candidaturas únicas, ou quando os candidatos não tinham força nenhuma possibilidade de êxito. O voto não era secreto, a maioria dos eleitores estava sujeito á pressão dos chefes políticos, a quem também tratava agradar. Como se isso não bastasse, havia a fraude eleitoral, através da falsificação das atas, dos votos dos mortos, dos estrangeiros etc.
Os Coronéis:
A denominação “República dos Coronéis” refere-se aos coronéis da antiga Guarda Nacional, que eram em sua maioria proprietários rurais com base local de poder. Do ponto de vista eleitoral o “coronel” controlava seus votantes na suas áreas de influencias. Trocavam votos em candidatos, por eles indicados em troca de favores tão variados. Como um par de sapatos, uma vaga no hospital, ou um emprego de professora. Seria errôneo, porém pensar que os coronéis dominavam a cena da Primeira República. Outros grupos expressavam diversos interesses urbanos, tiveram papel significativo na condução da política. Além disso, apesar de serem importantes para a sustentação da base do sistema oligárquico, os coronéis dependiam de outras instancias, para manter seu poder.
A Industrialização e a Imigração:
O crescimento industrial deve ser visto em uma perspectiva geográfica mais ampla, abrangendo varias regiões. As poucas fábricas que surgiram no Brasil no meado do século XIX, destinadas a produção de tecidos de algodão, que eram consumidos por pessoas pobres e pelos escravos. O crescimento do setor industrial paulista é anterior a abolição da escravidão. Os negócios de café lançaram as bases para o primeiro surto industrial por diversas razões. Os imigrantes surgem nas duas pontas como donos de industrias e como operários, e além, disso vários deles eram especializados. Eles tiveram papel importante nas empresas manufatureiras da capital paulista. Na indústria do Rio de Janeiro também era expressiva embora fosse menor que em São Paulo.
Os Movimentos Sociais:
Ao longo da República, estrutura social se diversificou com o avanço da pequena propriedade produtiva no campo, a expansão da classe media urbana e a ampliação da base da sociedade. A grande novidade foi o surgimento do “colonato” na área rural e sobre tudo da classe operaria nos centros urbanos. Esses movimentos ocorreram em todas esferas da sociedade e existiam muitos tantos religiosos, sociais, culturais e outros. Contestado, Canudos, Farroupilha, são os principais e de maiores expressões.
O tenentismo:
O movimento ficou assim conhecido por ter como suas principais figuras oficiais de nível intermediário do Exercito, tenentes e capitães, essas respostas não arrastaram a cúpula do poder militar. Apesar das queixas o alto comando sempre foi contra pegar em armas para a revolução. O movimento dos tenentes foi longo e teve uma enorme aceitação em todo país.
A Revolução de 1930:
Seria muito difícil prever que no inicio de 1929, que apos a presidência relativamente tranqüila de Washington Luis, surgiria uma forte cisão entre as elites dos grandes Estados. E mais ainda que essa cisão levaria ao fim da Primeira República. O programa da Aliança Liberal refletia as aspirações das classes dominantes e não associadas ao núcleo cafeeiro e tinha por objetivo sensibilizar a classe média. Incentivava, a produção nacional e não só o café. A crise de 1929 é a capitulação de todo o sistema, não conseguindo as elites governantes solucionar a situação deu-se um espaço onde pudesse frutificar uma tentativa de revolução por parte de outros grupos políticos. Uma onda de descontentamento se levantou após uma sucessão presidencial não compartilhada, entre São Paulo, Minas Gerais, e Rio Grande do Sul. Não houve uma ruptura entre o setor cafeeiro e o governo federal, e o rendimento da crise para a oposição foi escasso. Apesar disso os descontentamentos com a crise mundial deixaram marcas em São Paulo. Se os democráticos já estavam na oposição, crescia o numero daqueles que podia ate votar no governo, mas não se dispunham a jogar nele toda sua sorte. Julio Prestes venceu as eleições a 1º de março de 1930, os recursos políticos imperantes, condenados verbalmente pela Aliança, foram utilizados também por ela. As “Maquinas eleitorais”, produziram votos em todos os Estados, inclusive no Rio Grande do Sul onde Getulio teria vencido com a maioria dos votos. Mas a realização tomara outros rumos e a conformação da derrota nas urnas já era certa, mas um incidente com morte de um partidário de Getulio (João Pessoa) é utilizado como justificativa para uma revolução contra a ordem estabelecida. A organização foi rápida e logo estaria Getulio e seus partidários no controle da República, mas não ocorreu essa revolução sem movimentar todos os Estados.
A base social e política:
A Revolução de trinta não foi feita por representantes de uma nova classe social, a classe media ou a burguesia industrial. A classe media deu lastro a Aliança Liberal, mas era por demais heterogênea e dependente das forças agrárias, para que no plano político se formulasse uma ação em seu nome. Também não foram os industriais que fizeram a Revolução, embora possuíssem condições para tal. A revolução não foi algo simplista feita por uma classe, seus lideres e vitoriosos compunham um quadro heterogêneo de diversos setores da sociedade brasileira, tanto do ponto de vista social quanto do político. Um novo Estado nasceu a partir de 1930, diferente do estado oligárquico, não apenas pela centralização ou pelo maior grau de autonomia como também por outros elementos. Podendo juntar estes elementos numa síntese, podemos dizer que o Estado getulista promoveu o capitalismo nacional, usando dois suportes que são o aparelho estatal e as Forças Armadas, na sociedade uma aliança entre a burguesia industrial e a classe trabalhadora urbana, assim a burguesia industrial foi promovida, passando a ter vez e força no interior do governo.
Francisco Iglesias:
Um dos gigantes da historiografia brasileira, FRANCISCO IGLÉSIAS tem uma grande legião de admiradores entre a intelectualidade do país. Exercendo profunda influência em três gerações universitárias de Minas Gerais, seus livros e ensaios primam pela elegância, clareza e também pela tonalidade clássica de sua escrita, derivada de sua admiração por autores como Montaigne. Em virtude da convivência com os maiores expoentes da poesia, do romance e da crítica nacional, Iglésias dá grande valor à literatura, o que resulta no uso inteligente e conciso da língua. De fato, Iglésias chega a participar do I Congresso Brasileiro de Escritores, onde conhece e se torna amigo de Antonio Candido e Mário de Andrade, que fazem de tudo para que se estabeleça em São Paulo. Fiel a Minas e a sua família, porém, Iglésias permanece exercendo sua discreta carreira de professor universitário em Belo Horizonte. Especialista na história econômica e social dos séculos XIX e XX. Destaca-se pela variada gama de saberes que domina, notabilizando-se, sobretudo, por sua cultura interdisciplinar. Entre suas obras estão: Política Econômica do Governo Provincial Mineiro (1958); Introdução à Historiografia Econômica (1959); Periodização do Processo Industrial no Brasil (1963); História e Ideologia (1971); A Revolução Industrial (1981); A Industrialização Brasileira (1985); Constituintes e Constituições Brasileiras (1986); Idéias Políticas de Pandiá Calógeras (1987); História Geral e do Brasil (1989); Joaquim Nabuco, um Estadista do Império e outros Textos (1992); Trajetória Política do Brasil 1500-1964 (1993); História Contemporânea do Brasil (1994).
O ambiente Político:
Francisco Iglésias, faz uma análise do processo republicano e a derrubada da Monarquia no Brasil. O autor afirma que: “O Brasil tinha natural tradição republicana, como no continente não houve monarquia, era visto como exceção, com suspeita e até hostilidade”. A singularidade de uma monarquia surgida em 1822 teve um seguimento do que já era praticado desde a colonização pela família real portuguesa. A construção deste estado monárquico durou 67 anos. Neste período o ideário republicano sempre estaria contestando a hegemonia do poder estabelecido. Existem algumas lutas armadas com a Sabinada e Farroupilha. Os jornais republicanos faziam sua propaganda, e as disputas entre conservadores e liberais em moderadas pelo imperador o qual sempre conciliou os grupos alternando no poder seus gabinetes. Em 1870 é criado o partido republicano que lança um manifesto que diz: “somos da América e queremos ser americanos”. Por coincidência a proclamação veio no centenário da Revolução Francesa 1789. Tanto o partido conservador quanto o liberal eram compostos por militares notórios e intelectuais renomados os quais representavam muito bem seu partido. Os militares saiam de uma guerra horrenda e agora queriam novos rumos para seu país. As questões políticas estavam acirradas a monarquia já não possuía apoio interno de diversos setores por vários motivos, a questão escravista, as questões militares, as questões religiosas. Mas foi os militares que saíram na frente com insubordinações a revoltas abalaram a estrutura monárquica.
O único apoio que a monarquia tinha era da marinha e ainda das altas patentes, logo a contestação do poder era evidente e uma questão de tempo isso levara a tomada do poder pelos militares liderados por Deodoro e Floriano. A campanha federalista adquire corpo, vista como a solução para a pobreza nacional e para as dificuldades administrativas para uma nação imensa e dificuldades e peculiaridades regionais acentuadas. Os positivistas optavam pelo federalismo descentralizado seguindo seu maior chefe Augusto Comte apologista das regiões e seus direitos das chamadas pequenas pátrias realidade muito viva neste momento na França. Este ideário vai influenciar muitas revoltas pelo país e algumas delas na própria República.
Entre todas as articulações sobre a tomada do poder saem na frente os militares e em 15 de Novembro de 1889, encerrando a Monarquia e começando a República, deportando Dom Pedro II e toda sua família do Brasil. e Marechal Deodoro instala a República Federativa do Brasil. A participação popular foi pequena, menor que na independência e permaneceu indiferente por um longo tempo a nova situação política implantada no país. Agora o Brasil integra-se ao sistema de governo da América identificando-se com as demais nações, embora lhe faltasse o entusiasmo popular, podia ser visto como algo de novo, que demonstrasse esperança, pois a Monarquia era vista como obscurantista, sem cabimento no mundo e ainda mais num país novo. Sua conduta não se portava como renovadora, criadora de oportunidades e de melhorias em suas atuações governamentais ficando atrasada perante outras instituições monárquicas de outros continentes e as repúblicas estabelecidas.
O ambiente Econômico:
Como não poderia ser diferente o café era á base da econômica desde o Império e estava em produções crescentes como perceberemos e atravessará os séculos até os dias atuais. Essa cultura colocara o país em um lugar especial no cenário internacional sendo o Brasil o maior exportador deste produto que mais a frente também revelara sua ruína na crise de 1929. Avançando sobre terras férteis este produto vai culminar num acumulo de riqueza muito grande levando estes produtores a um status social e político elevando, e estes atuando num cenário de poder perpetuado com políticas que levara as políticas denominadas agrárias centradas nos grandes produtores de café. Mas além do café existiam outras atividades como a borracha, cana de açúcar, algodão, cacau esta política agrária vai entrar em choque com a industrialização que já era evidente mais incipiente até meados do século XX.
Quanto á indústria, o período apresenta certo interesse. É atividade de processo e desenvolvimento moroso. Freada por vários fatores, pois os donos de capitais preferiam a agricultura, pela certeza, sem risco dos produtos, há uma falta de mentalidade associativa e empresarial, o governo ate o momento não ajuda. No Império bem pouco é feito em prol da industrialização. Neste momento temos a figura de Irineu Evangelista de Sousa, depois barão e visconde de Mauá. Este toma diversas atitudes expandindo seus investimentos em diversos lugares e países buscando recursos e levando investimentos. A era Mauá é um momento de euforia, Mauá foi considerado um homem fora do seu tempo, muito avançado em suas idéias e aspirações e sua historia marcara o Brasil e dará inicio a um novo conceitual de economia moderna e industrializante.
A questão escravista e o Imigrante:
O escravo é essencial para a economia brasileira e o imigrante também, como forças de trabalho para o país, essas duas denominações representam uma enorme importância no tocante da política, da economia, e do social do Brasil. Um ano antes do fim da Monarquia deu-se a libertação dos remanescentes escravos. Em função disso aumenta a entrada de estrangeiros que constam diversas razões para a historiografia tradicional. Vista algumas vezes como mão de obra outrora como opção de “branqueamento da raça”
A República na visão de Francisco Iglésias:
A história da república vem sendo nos últimos anos a de mais cultivo. Até algum tempo nem era considerada sob a alegação de que não se faz história do presente. Agora isso já se inverteu e diversos intelectuais tentam fazer suas teses e outros estudos dentro do período republicano causando ate uma hipertrofia do tema em detrimento da Monarquia e da Colônia. O primeiro problema a ocupar é o da periodização: aqui posso citar dois blocos: 1889-1930 como Primeira República ou República Velha, 1930-1964 como República Nova. “Nesse momento o autor vai citando todos os presidentes, os períodos e feitos, fazendo subdivisões”.
A República Velha:
Como já foi anunciada a derrubada da Monarquia não foi um golpe surpresa, ela já andava debilitada e avariada nas suas estruturas, a tomada pelos militares foi uma conseqüência das fracas políticas praticadas pelo Imperador no fim de seu governo. E na própria noite do 15 de Novembro constituiu-se o governo provisório na pessoa do marechal Deodoro da Fonseca. Tendo se espelhados na república americana os militares queriam garantir a ordem contrariando o que ocorrera nas repúblicas vizinhas. Houvera pequenas reações, sem profundidade, que se prolongou entre alguns intelectuais ao longo da ultima década do século das quais resultaram ações e a edição de poucas obras de combate. As mudanças foram variadas, mas as rejeições foram poucas, a república já era algo latente nas décadas anteriores.
Constituição de 1891:
No começo da nova ordem, já a 3 de Dezembro de 1889 já é criado um grupo especial para elaborar um projeto de Constituição. Logo os estados se articulam e cada um assume com seus deputados e senadores seus espaços de influencias. Minas Gerais, São Paulo e Bahia dominavam a cena política e os liberais e conservadores, exaltados, positivistas, discutiam muito, embora as idéias não serem tão distantes do projeto inicial. A questão básica é o federalismo sim ou não entre o sim e o não levou a melhor o sim com algumas correções.
Outro tema central foi o presidencialismo ou parlamentarismo. Regime comum na República. Este discurso começou e não teve seu fim tão cedo, e no primeiro momento sua prova foi posto em cheque, quando Deodoro renunciou a posse de Floriano Peixoto foi complicada e teve reações em todos os estados da federação. O federalismo foi distorcido na prática, sobretudo depois de 1898, como se demonstra na análise da conhecida política do presidente, Campos Sales.
Os marechais:
Se Deodoro foi presidente do Governo Provisório, feito a constituição foi eleito presidente da República. Houve muita negativa de seu nome, ante a preferência por um civil, que só não se consumou pela ameaça de golpe militar. Mais tão logo como vice surge outro marechal, porem este não era da chapa de Deodoro, assim compôs o primeiro governo republicano eleito pelos parlamentares.
A Volta das Oligarquias 1894-1922:
O espaço de tempo dos militares no poder é curto, e a retomada pelas oligarquias acontece em 1894. O poder econômico, o capital dizia tudo, quem detinha controlava o político. As novidades foram poucas, o plano de desenvolvimento de Rui Barbosa não surtiu muito efeito e logo foi abandonado. A formação de empresas descambou para um lado mais especulativo, a complexidade do plano do ministro da Fazenda não o permite ir em frente e tão logo também o governo dos militares e suas políticas se desgastaram voltando ao poder os civis oligárquicos, fazendeiros donos de propriedade e produtores de café e gado.
Conclusão:
Os dois autores possuem uma visão panorâmica e bem detalhada do período republicano para tanto, em seu texto, Francisco Iglesias possui uma abordagem espacial e temporal um pouco mais ampla, indo bem antes no período imperial para levantar algumas questões que culminaram no processo republicano. Boris Fausto aborda mais detalhado todo o processo dividindo em partes menores os assuntos isso da uma amplitude maior para o conteúdo, mas ha uma repetição exagerada de fatos, mas não pouco importante já que dá uma seqüência lógica do processo de ruptura com a Monarquia e a instalação da República.
(Lucimar Simon)
NESTE BLOG TENHO INTENÇAO DE PUBLICAR INFORMAÇOES HISTORICAS, FATOS, DADOS HISTORIOGRAFICOS, TRABALHOS ACADEMICOS E OUTROS ASSUNTOS PERTINENTES COM UMA REALIDADE HISTORICA E O CONTEUDO APRECIADO EM SALA DE AULA NO CURSO DE GRADUAÇAO EM HISTORIA PELA UNIVERSISDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO (UFES) ESTA IMAGEM DE FUNDO É DA DEUSA CLIO A DEUSA PROTETORA DOS HISTORIADORES
domingo, 31 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
Texto: FALANDO POR MIM
ESCOLA ORAL E AUDITIVA DO ESPÍRITO SANTO
CURSO BASICO EM LIBRAS
PROFESSORES: MARCIO E MARCELO
ALUNO: LUCIMAR SIMON
ANÁLISE DO FILME
“FILHOS DO SILENCIO”
FALANDO POR MIM
Com certeza, não existia preconceito dentro de mim sobre os surdos e sua língua de sinais, mas após ter iniciado o curso de libras, confesso ter me apaixonado pela língua e estou muito interessado em “invadir este universo” e ampliar meus conhecimentos sobre as comunidades surdas e seus tantos fatores agregados de valores simbólicos e conceituais. Por anos, muitos têm avaliado de forma depreciativa o conhecimento pessoal dos surdos. Alguns acham que os surdos não sabem praticamente nada, porque não ouvem nada. Há pais que super protegem seus filhos surdos ou temem integrá-los no mundo dos ouvintes ou mesmo no mundo dos surdos. Outros encaram a língua de sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada. Não é de admirar que, com tal desconhecimento, alguns surdos se sintam oprimidos e incompreendidos. Aprender uma língua de sinais não é simplesmente aprender sinais de um dicionário. Muitos aprendem diretamente com os que usam a língua de sinais no seu dia-a-dia o surdo. Em todo o mundo, os surdos expandem seus horizontes usando uma rica língua de sinais.
O filme Filhos do Silêncio relata uma história de amor diferente que vence obstáculos e mostra que todos apesar de suas deficiências têm chances de viverem como pessoas normais. O fato de o professor de linguagem James Leeds tentar ensinar aos alunos técnicas novas de aprendizado e os terem feito sentir as vibrações da música, quebra valores adotados e mostra que a diferença e a inovação na educação ainda funciona e faz bem. Sarah Norman é uma linda jovem surda por quem James se apaixonou. Ela é de um gênio difícil por ter traumas de infância e se tornou uma pessoa amarga e triste, mostrando assim como os traumas vividos fazem das pessoas vítimas dos acontecimentos. Através da Sra. Norman, mãe de Sarah, ele toma conhecimento que ela fora molestada sexualmente quando era adolescente, o que a tornou uma pessoa amarga. Tal fato explica porque ela é tão hesitante nas tentativas em que ele procura estreitar um relacionamento.
Passado algum tempo, James consegue finalmente se aproximar de Sarah e os dois terminam se apaixonando, embora ambos tenham que aprender novas formas de melhor comunicarem seus sentimentos. Mas ao fim demonstra que o amor vence todas as barreiras: o medo, a autopiedade, a insegurança, o silêncio, as deficiências.
Fazendo uma analise pessoal do filme eu vejo que o que fica em evidencia é o estranhamento sobre a língua de sinais utilizada pelos jovens surdos para sua efetiva comunicação. Fica também evidente a resistência dos surdos à oralidade e aos implantes auditivos. As questões familiares também entram em choque, resistência, preconceitos, a não aceitação do diferente em ambos os lados (surdos e ouvintes) são evidentes e muito fortes.
Outros filmes que também retratam bem estas questões são: (COLD CASE) Arquivo Morto. No episódio de numero 514 da série Norte Americana com titulo (ANDY IN C MINOR), com exibição em 30/03/2008 nos EUA e exibição no Brasil em 05/05/2008. Este episódio em particular tem seu plano de fundo em uma escola para alunos surdos. Após novas evidências confirmarem que um adolescente surdo foi morto, a equipe tenta encontrar o corpo e o assassino do garoto surdo que desapareceu em 2006. Outro é, (Mr. Holland - Adorável Professor). Conta à história de um professor de música que é apaixonado pela sua profissão. Casa-se e após o nascimento de seu filho descobre que o mesmo é surdo e que este não poderá seguir os passos musicais do pai. Esta também é uma superação por parte da família, e principalmente pessoal do jovem surdo que consegue superar seus limites. Lindo filme, na minha opinião.
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las” Voltaire.
“Aprender várias línguas é questão de um ou dois anos; ser eloqüente na sua própria exige a metade de uma vida” Voltaire.
(Lucimar Simon)
CURSO BASICO EM LIBRAS
PROFESSORES: MARCIO E MARCELO
ALUNO: LUCIMAR SIMON
ANÁLISE DO FILME
“FILHOS DO SILENCIO”
FALANDO POR MIM
Com certeza, não existia preconceito dentro de mim sobre os surdos e sua língua de sinais, mas após ter iniciado o curso de libras, confesso ter me apaixonado pela língua e estou muito interessado em “invadir este universo” e ampliar meus conhecimentos sobre as comunidades surdas e seus tantos fatores agregados de valores simbólicos e conceituais. Por anos, muitos têm avaliado de forma depreciativa o conhecimento pessoal dos surdos. Alguns acham que os surdos não sabem praticamente nada, porque não ouvem nada. Há pais que super protegem seus filhos surdos ou temem integrá-los no mundo dos ouvintes ou mesmo no mundo dos surdos. Outros encaram a língua de sinais como primitiva, ou inferior, à língua falada. Não é de admirar que, com tal desconhecimento, alguns surdos se sintam oprimidos e incompreendidos. Aprender uma língua de sinais não é simplesmente aprender sinais de um dicionário. Muitos aprendem diretamente com os que usam a língua de sinais no seu dia-a-dia o surdo. Em todo o mundo, os surdos expandem seus horizontes usando uma rica língua de sinais.
O filme Filhos do Silêncio relata uma história de amor diferente que vence obstáculos e mostra que todos apesar de suas deficiências têm chances de viverem como pessoas normais. O fato de o professor de linguagem James Leeds tentar ensinar aos alunos técnicas novas de aprendizado e os terem feito sentir as vibrações da música, quebra valores adotados e mostra que a diferença e a inovação na educação ainda funciona e faz bem. Sarah Norman é uma linda jovem surda por quem James se apaixonou. Ela é de um gênio difícil por ter traumas de infância e se tornou uma pessoa amarga e triste, mostrando assim como os traumas vividos fazem das pessoas vítimas dos acontecimentos. Através da Sra. Norman, mãe de Sarah, ele toma conhecimento que ela fora molestada sexualmente quando era adolescente, o que a tornou uma pessoa amarga. Tal fato explica porque ela é tão hesitante nas tentativas em que ele procura estreitar um relacionamento.
Passado algum tempo, James consegue finalmente se aproximar de Sarah e os dois terminam se apaixonando, embora ambos tenham que aprender novas formas de melhor comunicarem seus sentimentos. Mas ao fim demonstra que o amor vence todas as barreiras: o medo, a autopiedade, a insegurança, o silêncio, as deficiências.
Fazendo uma analise pessoal do filme eu vejo que o que fica em evidencia é o estranhamento sobre a língua de sinais utilizada pelos jovens surdos para sua efetiva comunicação. Fica também evidente a resistência dos surdos à oralidade e aos implantes auditivos. As questões familiares também entram em choque, resistência, preconceitos, a não aceitação do diferente em ambos os lados (surdos e ouvintes) são evidentes e muito fortes.
Outros filmes que também retratam bem estas questões são: (COLD CASE) Arquivo Morto. No episódio de numero 514 da série Norte Americana com titulo (ANDY IN C MINOR), com exibição em 30/03/2008 nos EUA e exibição no Brasil em 05/05/2008. Este episódio em particular tem seu plano de fundo em uma escola para alunos surdos. Após novas evidências confirmarem que um adolescente surdo foi morto, a equipe tenta encontrar o corpo e o assassino do garoto surdo que desapareceu em 2006. Outro é, (Mr. Holland - Adorável Professor). Conta à história de um professor de música que é apaixonado pela sua profissão. Casa-se e após o nascimento de seu filho descobre que o mesmo é surdo e que este não poderá seguir os passos musicais do pai. Esta também é uma superação por parte da família, e principalmente pessoal do jovem surdo que consegue superar seus limites. Lindo filme, na minha opinião.
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las” Voltaire.
“Aprender várias línguas é questão de um ou dois anos; ser eloqüente na sua própria exige a metade de uma vida” Voltaire.
(Lucimar Simon)
domingo, 17 de outubro de 2010
Texto: A FUNDAÇÃO DA ABADIA DE CLUNY E A SUA APOLOGIA
A FUNDAÇÃO DA ABADIA DE CLUNY E A SUA APOLOGIA
A consolidação do poder da Igreja Cristã passou por diversas etapas, a criação de diversas ordens monásticas foi também parte deste processo, bem como fundação de monastérios e abadias com a de Cluny, Gorze, Cister entre outras. Vários autores vão relacionar estes momentos com maior ou menor intensidade, as vezes dando ênfase em uma ou outra ordem, mas não negando a importância de todas e classificando suas principais características, entre essas em comum temos “As Regras de São Bento” que regem a maioria dessas ordens monásticas. Santo Agostinho também vai influenciar estas ordens, porém as regras beneditinas vão predominar em Cister, Gorze e Cluny.
Quando Guilherme o Pío, duque de Aquitânia, eu (11 de Setembro de 910), decidiu fundar um mosteiro em suas terras, "para a salvação de sua alma", deu sua propriedade aos apóstolos Pedro e Paulo, como sabemos, mas concretamente confiou-a ao abade Bernon. Este era da Borgonha, de uma família nobre, que já havia fundado a abadia de Gigny em suas próprias terras. Ao tempo da fundação de Cluny, Bernon já era abade Gigny e de Baume-les-Messieurs, e conservando sua autoridade sobre estas duas casas. Recebeu depois três outras abadias, afora diversas comunidades que se pediu que reformasse e sobre as quais também exerceu sua autoridade abacial.
A reforma de Cluny, que basicamente continuou na mesma direção, chegou a um impasse. A reforma carolíngia enfatizava de novo o papel do abade, mas ao mesmo tempo enfraquecer a autoridade do abade local em seus esforços por um controle centralizado da reforma através de todo reino. Com Cluny, a liberdade da intervenção externa dos senhores feudais foi adquirida, mas ao custo da autonomia local. O papel do abade de Cluny foi tão alargado a tal ponto que todos os monges de todas as casas dependentes serem "seus" monges e fazerem sua profissão para "sua" abadia de Cluny. E garantindo sua ascensão e propagação por toda a França e Europa mostrando força e poder ao mundo religiosa.
Uma das coisas que ficam claras, no testamento doação de Guilherme é a sua vontade de como seja a Abadia e os preceitos da ordem. Quanto a isso Ele o faz com que sejam cumpridas algumas ressalvas, como que seja seguida as regras de São Bento, além da libertação dos monges do poder político ou de qualquer soberano da Terra cabendo a eles apenas responderem as coisas e as leis divinas dos céus. A Abadia de Cluny era isenta até mesmo de ações intervencionistas do próprio papa, bispos, reis, condes, cabendo apenas a Deus seu julgamento.
“Num primeiro momento, a organização da hierarquia eclesiástica visava á consolidação da recente vitória do cristianismo” (Franco Junior, Hilário), logo estes mecanismos de expansão das ordens, casas e monastérios era importantes para este objetivo. Aproximando-se do poder político a Igreja garantiu maiores atuações, e sua separação da sociedade laica e procurando sempre dirigi-la e buscando desde inicio do século XI uma teocracia que esteve próxima de se realizar no século XIII, como bem afirma em seus estudos Franco Junior.
Mas este poderio da Igreja não foi sempre evidente ele foi construído ao longo dos séculos por intervenções dos bispos de Roma, e uma forte campanha pela tomada do poder temporal e espiritual para o papa de Roma. Para atingir este objetivo, vários argumentos foram levados em conta, como exemplo a sucessão do trono de Pedro apostolo pelo bispo de Roma, alem da governancia do povo de Deus por um escolhido por Deus.
Entre os bispos de Roma que se destacaram na empreitada de consolidação do poder da igreja foi Gregório VII, criando varias leis e um código o qual submetia o poder temporal ao poder espiritual. Mas a Igreja não faria isso sem enfrentar a resistência dos príncipes. (Neto Batista, Jônatas) em seus estudos deixa isso claro, afirmando a questão das investiduras e o confronto entre o bispo de Roma e os reis e imperadores estiveram neste cenário analisadas. As investiduras segundo (Neto) é a questão mais polemica e antiga entre leigos e a Igreja Medieval.
Regra de São Bento sobre trabalho manual
São Bento, escreveu uma Regra para os mosteiros: e embora ele próprio tenha fundado diversos mosteiros, não previu nada que dissesse respeito à relação entre os mosteiros. A autonomia de uma comunidade monástica é algo de muito precioso e os monges sempre foram ciosos de preservá-la. Pode também ser uma fraqueza, entretanto, em tempo de crise - quer interna, quer externa. Por essa razão, a necessidade de certos laços institucionais entre os mosteiros foi sentida muito precocemente. No monastério ocidental, a primeira tentativa de criar tais laços institucionais foi feita no tempo da reforma carolíngia.
Pode-se dizer que a regra tem sido um guia, ao longo da sua existência, para todas as comunidades cristãs da Cristandade Católica e, desde a Reforma Protestante, também aplicável às tradições Anglicana e Protestante. “O Abade digno de presidir ao mosteiro deve lembrar-se sempre daquilo que é chamado, e corresponder pelas ações ao nome de superior. Deve sempre lembrar o Abade daquilo que é; lembrar-se de como é chamado, e saber que daquele a quem mais se confia mais se exige”.
A Regra de São Bento serve como uma norma de vida para todos os beneditinos e cistercienses contemporâneos. Este pequeno documento é composto por um prólogo e 73 capítulos. Foi escrito pelo próprio São Bento, provavelmente em etapas sucessivas, entre os anos 520 e 547. É uma regra vivida, feita da experiência e percepção. Mesmo que vários detalhes não estão mais observados em nosso tempo, a Regra nos providencia um estilo de vida equilibrado juntando a oração comunitária e pessoal, o trabalho e a vida fraterna. Ele vai dizer que devemos constituir "uma escola de serviço do Senhor, onde com o progresso da vida monástica e da fé, pode-se correr com o coração dilatado e com uma indizível doçura de amor o caminho da salvação". Tanto pelos seus conselhos sábios quanto pelos seus apelos em prol das atitudes positivas, a Regra serve como um guia espiritual para os leigos também, principalmente, porém, não exclusivamente para aqueles que participam no movimento dos seguidores de São Bento.
(Lucimar Simon)
A consolidação do poder da Igreja Cristã passou por diversas etapas, a criação de diversas ordens monásticas foi também parte deste processo, bem como fundação de monastérios e abadias com a de Cluny, Gorze, Cister entre outras. Vários autores vão relacionar estes momentos com maior ou menor intensidade, as vezes dando ênfase em uma ou outra ordem, mas não negando a importância de todas e classificando suas principais características, entre essas em comum temos “As Regras de São Bento” que regem a maioria dessas ordens monásticas. Santo Agostinho também vai influenciar estas ordens, porém as regras beneditinas vão predominar em Cister, Gorze e Cluny.
Quando Guilherme o Pío, duque de Aquitânia, eu (11 de Setembro de 910), decidiu fundar um mosteiro em suas terras, "para a salvação de sua alma", deu sua propriedade aos apóstolos Pedro e Paulo, como sabemos, mas concretamente confiou-a ao abade Bernon. Este era da Borgonha, de uma família nobre, que já havia fundado a abadia de Gigny em suas próprias terras. Ao tempo da fundação de Cluny, Bernon já era abade Gigny e de Baume-les-Messieurs, e conservando sua autoridade sobre estas duas casas. Recebeu depois três outras abadias, afora diversas comunidades que se pediu que reformasse e sobre as quais também exerceu sua autoridade abacial.
A reforma de Cluny, que basicamente continuou na mesma direção, chegou a um impasse. A reforma carolíngia enfatizava de novo o papel do abade, mas ao mesmo tempo enfraquecer a autoridade do abade local em seus esforços por um controle centralizado da reforma através de todo reino. Com Cluny, a liberdade da intervenção externa dos senhores feudais foi adquirida, mas ao custo da autonomia local. O papel do abade de Cluny foi tão alargado a tal ponto que todos os monges de todas as casas dependentes serem "seus" monges e fazerem sua profissão para "sua" abadia de Cluny. E garantindo sua ascensão e propagação por toda a França e Europa mostrando força e poder ao mundo religiosa.
Uma das coisas que ficam claras, no testamento doação de Guilherme é a sua vontade de como seja a Abadia e os preceitos da ordem. Quanto a isso Ele o faz com que sejam cumpridas algumas ressalvas, como que seja seguida as regras de São Bento, além da libertação dos monges do poder político ou de qualquer soberano da Terra cabendo a eles apenas responderem as coisas e as leis divinas dos céus. A Abadia de Cluny era isenta até mesmo de ações intervencionistas do próprio papa, bispos, reis, condes, cabendo apenas a Deus seu julgamento.
“Num primeiro momento, a organização da hierarquia eclesiástica visava á consolidação da recente vitória do cristianismo” (Franco Junior, Hilário), logo estes mecanismos de expansão das ordens, casas e monastérios era importantes para este objetivo. Aproximando-se do poder político a Igreja garantiu maiores atuações, e sua separação da sociedade laica e procurando sempre dirigi-la e buscando desde inicio do século XI uma teocracia que esteve próxima de se realizar no século XIII, como bem afirma em seus estudos Franco Junior.
Mas este poderio da Igreja não foi sempre evidente ele foi construído ao longo dos séculos por intervenções dos bispos de Roma, e uma forte campanha pela tomada do poder temporal e espiritual para o papa de Roma. Para atingir este objetivo, vários argumentos foram levados em conta, como exemplo a sucessão do trono de Pedro apostolo pelo bispo de Roma, alem da governancia do povo de Deus por um escolhido por Deus.
Entre os bispos de Roma que se destacaram na empreitada de consolidação do poder da igreja foi Gregório VII, criando varias leis e um código o qual submetia o poder temporal ao poder espiritual. Mas a Igreja não faria isso sem enfrentar a resistência dos príncipes. (Neto Batista, Jônatas) em seus estudos deixa isso claro, afirmando a questão das investiduras e o confronto entre o bispo de Roma e os reis e imperadores estiveram neste cenário analisadas. As investiduras segundo (Neto) é a questão mais polemica e antiga entre leigos e a Igreja Medieval.
Regra de São Bento sobre trabalho manual
São Bento, escreveu uma Regra para os mosteiros: e embora ele próprio tenha fundado diversos mosteiros, não previu nada que dissesse respeito à relação entre os mosteiros. A autonomia de uma comunidade monástica é algo de muito precioso e os monges sempre foram ciosos de preservá-la. Pode também ser uma fraqueza, entretanto, em tempo de crise - quer interna, quer externa. Por essa razão, a necessidade de certos laços institucionais entre os mosteiros foi sentida muito precocemente. No monastério ocidental, a primeira tentativa de criar tais laços institucionais foi feita no tempo da reforma carolíngia.
Pode-se dizer que a regra tem sido um guia, ao longo da sua existência, para todas as comunidades cristãs da Cristandade Católica e, desde a Reforma Protestante, também aplicável às tradições Anglicana e Protestante. “O Abade digno de presidir ao mosteiro deve lembrar-se sempre daquilo que é chamado, e corresponder pelas ações ao nome de superior. Deve sempre lembrar o Abade daquilo que é; lembrar-se de como é chamado, e saber que daquele a quem mais se confia mais se exige”.
A Regra de São Bento serve como uma norma de vida para todos os beneditinos e cistercienses contemporâneos. Este pequeno documento é composto por um prólogo e 73 capítulos. Foi escrito pelo próprio São Bento, provavelmente em etapas sucessivas, entre os anos 520 e 547. É uma regra vivida, feita da experiência e percepção. Mesmo que vários detalhes não estão mais observados em nosso tempo, a Regra nos providencia um estilo de vida equilibrado juntando a oração comunitária e pessoal, o trabalho e a vida fraterna. Ele vai dizer que devemos constituir "uma escola de serviço do Senhor, onde com o progresso da vida monástica e da fé, pode-se correr com o coração dilatado e com uma indizível doçura de amor o caminho da salvação". Tanto pelos seus conselhos sábios quanto pelos seus apelos em prol das atitudes positivas, a Regra serve como um guia espiritual para os leigos também, principalmente, porém, não exclusivamente para aqueles que participam no movimento dos seguidores de São Bento.
(Lucimar Simon)
domingo, 10 de outubro de 2010
Texto: ESTAÇÃO FINLÂNDIA
ESTAÇÃO FINLÂNDIA
O livro "Rumo a Estação Finlândia" de Edmund Wilson, publicado em 1940, é a história de uma idéia a de que o mundo social é uma obra dos homens e não dos deuses ou do acaso, e culmina com a chegada de Lênin a São Petersburgo em abril de 1917 para liderar a revolução comunista em curso na Rússia. O livro tem alguns achados. Wilson foi o primeiro a descobrir, ou pelo menos a enfatizar, a importância de Giambattista Vico na história da heresia revolucionária e a lhe dar na política o mesmo status que James Joyce, apaixonado pelas suas idéias sobre mitos e ciclos históricos, deu na literatura. (Na verdade o estranho napolitano que publicou a primeira edição de sua Nova Ciência em 1725 já foi redescoberto, desde então, como precursor de tudo, desde a psicanálise até o existencialismo, embora tenha vivido e morrido um católico devoto.) Mas o livro de Wilson tem muitas simplificações discutíveis e o próprio autor acrescentou os pósfácios desencantados de praxe das edições seguintes. É memorável principalmente pela imagem que lhe dá o título, da chegada de Lenine na estação Finlândia depois dos longos anos de exílio. O teórico da revolução chegando ao fim da sua temporada de pregação e espera e desembarcando na sua conseqüência, pisando ao mesmo tempo no chão da pátria reavida e na sua idéia transformada em fato e paisagem. Todo intelectual no poder deve ter a cena como uma espécie de matriz sentimental, e deve ter o bom senso de manter as proporções. Ela nunca mais se repetirá exatamente assim.
Depois da chegada na Estação Finlândia, qualquer Estação Finlândia, há o inevitável dia seguinte, aquele longo dia no qual nenhuma idéia sobrevive com a sua clareza original e os fatos engolem as boas intenções. "Depois da estação Finlândia" podia ser o título da história do ocaso da experiência comunista e da história pessoal de gente como Wilson, que, quando perder a crença na suprema heresia humanista, a da possibilidade da transformação do homem pelo homem, perdeu a crença na própria razão. Wilson morreu acreditando que a racionalidade era um luxo para poucos, inaplicável no mundo. Vez que outra, em partes imprevisíveis do mundo, chega um trem numa Estação Finlândia e alguns entusiasmos se reacendem, mas é sempre o trem errado. Ou então chega no dia seguinte, e quem desce já é a desilusão.
(Lucimar Simon)
O livro "Rumo a Estação Finlândia" de Edmund Wilson, publicado em 1940, é a história de uma idéia a de que o mundo social é uma obra dos homens e não dos deuses ou do acaso, e culmina com a chegada de Lênin a São Petersburgo em abril de 1917 para liderar a revolução comunista em curso na Rússia. O livro tem alguns achados. Wilson foi o primeiro a descobrir, ou pelo menos a enfatizar, a importância de Giambattista Vico na história da heresia revolucionária e a lhe dar na política o mesmo status que James Joyce, apaixonado pelas suas idéias sobre mitos e ciclos históricos, deu na literatura. (Na verdade o estranho napolitano que publicou a primeira edição de sua Nova Ciência em 1725 já foi redescoberto, desde então, como precursor de tudo, desde a psicanálise até o existencialismo, embora tenha vivido e morrido um católico devoto.) Mas o livro de Wilson tem muitas simplificações discutíveis e o próprio autor acrescentou os pósfácios desencantados de praxe das edições seguintes. É memorável principalmente pela imagem que lhe dá o título, da chegada de Lenine na estação Finlândia depois dos longos anos de exílio. O teórico da revolução chegando ao fim da sua temporada de pregação e espera e desembarcando na sua conseqüência, pisando ao mesmo tempo no chão da pátria reavida e na sua idéia transformada em fato e paisagem. Todo intelectual no poder deve ter a cena como uma espécie de matriz sentimental, e deve ter o bom senso de manter as proporções. Ela nunca mais se repetirá exatamente assim.
Depois da chegada na Estação Finlândia, qualquer Estação Finlândia, há o inevitável dia seguinte, aquele longo dia no qual nenhuma idéia sobrevive com a sua clareza original e os fatos engolem as boas intenções. "Depois da estação Finlândia" podia ser o título da história do ocaso da experiência comunista e da história pessoal de gente como Wilson, que, quando perder a crença na suprema heresia humanista, a da possibilidade da transformação do homem pelo homem, perdeu a crença na própria razão. Wilson morreu acreditando que a racionalidade era um luxo para poucos, inaplicável no mundo. Vez que outra, em partes imprevisíveis do mundo, chega um trem numa Estação Finlândia e alguns entusiasmos se reacendem, mas é sempre o trem errado. Ou então chega no dia seguinte, e quem desce já é a desilusão.
(Lucimar Simon)
domingo, 3 de outubro de 2010
Texto: PROJETO DE ATIVIDADE PEDAGOGICA
Projeto de Atividade Pedagógica
Professor:
Lucimar Simon
Aplicabilidade:
Série: 3º Ano do Ensino Médio.
Tema:
Imperialismo na África: Investidas, dominação política, econômica, social e cultural do século XV ao século XX.
Objetivo Geral:
Compreender as relações conflituosas entre os revolucionários africanos, África e os países imperialistas desde os primórdios da colonização do território africano pelos países europeus, analisando: Colonização e Descolonização do solo africano, quais suas implicações políticas, culturais, sociais e econômicas.
Objetivos da Aula:
Realizar a leitura do artigo da Revista Veja: “Crianças que matam” objetivando incentivar a atividade do painel.
Explicar como acontece a formação de soldados crianças para combater o governo local e os opositores aos “revolucionários”.
Compreender a disputa pelas minas de diamantes entre os revolucionários locais, governo local e países importadores de diamantes das áreas africanas em conflitos internos.
Relacionar os conflitos do passado próximo (colonização) com o presente. (drogas, doenças, guerras civis, mortalidade infantil) e quais as implicações para o presente do continente africano.
Metodologia:
Apresentar o filme (cena 09).
Na cena 09, é retratado como as crianças (meninos) recebem “tratamento” para que possam fazer parte do exército revolucionário (de rebeldes). Dentro de um galpão da Frente Revolucionaria Unida recebem uma surra como medida disciplinar, acompanhada de palavras insultuosas e persuasivas do instrutor afirmando que, a partir daquele momento, a Frente Revolucionária Unida (FRU) seria a única família deles. Em seguida, os meninos aprendem como manejar armas, e disparam impetuosamente em alvos fixados nas paredes e ao mesmo tempo, recebem todo “apoio psicológico” para tal desempenho. O instrutor prossegue as aulas dizendo que os pais dos garotos são fracos, e que não fizeram nada além de sugar o sangue do país (Serra Leoa). Afirma de maneira proposital, determinando o tipo de caráter desejado para os aprendizes, serem os meninos heróis que salvaram a nação e, por isso, não seriam mais crianças, mas sim homens.
A essas crianças era prometido o respeito (as pessoas passariam a ter medo deles) proveniente das armas; caso fossem desrespeitados não se deveria poupar sangue. Como forma melhor de aprender, eram obrigados repetir várias vezes a frase: “Derramaremos sangue”. Aos soldados da revolução (assim chamados depois da transformação psíquico-comportamental) os meninos teriam completa assistência: comida, armas e drogas. Na cena do filme, o menino Dia (filho de Solomon) foi promovido de soldado para general pelo seu comandante.
As crianças soldados eram responsáveis por guardar pontes estradas e fazer massacres e saques nas aldeias do país onde não poupavam velhos, mulheres e nem outras crianças.
Despertar nos alunos interesse para outras leituras, visando o entendimento do objetivo geral.
Incentivar pesquisas em livros, e na internet sobre a situação atual da África: fome, miséria, drogas, pobreza, guerras civis, doenças.
Recursos didáticos:
Projeção de imagens no DVD, quadro, exposição oral.
Atividades:
Debate em sala, comentários de dúvidas recorrentes da apresentação oral e da leitura do artigo “Crianças que Matam”, Revista Veja.
Montar um cartaz com fotos, gravuras, recortes, manchetes de jornais e revistas que remontem situações da África e as condições de vida das crianças negras africanas hoje, observando as diferenças anteriores para as recentes. (apresentação na próxima aula)
Relação passado/presente:
Compreender as relações, passado e presente avaliando a situação da África seus povos homens e crianças nos dias de hoje, qual seu lugar na sociedade e as expectativas que cercam este continente no mundo hoje, analisando as divergências e desigualdades sociais dentro do próprio continente objetivando a visão de um futuro próximo.
Resumo do Filme:
Tendo como pano de fundo o caos e a guerra civil que dominou Serra Leoa na década de 1990, o filme Diamante de Sangue conta a história de Danny Archer (LEOARDO DICAPRIO), um ex-mercenário do Zimbábue, e Solomon Vandy (DJIMON HOUNSOU), um pescador da etnia Mende. Ambos são africanos, mas suas histórias e circunstâncias de vida são totalmente diferentes até que o destino os reúne numa busca para recuperar um raro diamante rosa, o tipo de pedra que pode transformar uma vida, ou acabar com ela.
Solomon, o qual foi arrancado de sua família e forçado a trabalhar nos campos de diamante, encontra a pedra extraordinária e se arrisca a escondê-la ciente de que, se for descoberto, será morto imediatamente. Mas ele também sabe que o diamante poderia não apenas fornecer os meios para salvar a esposa e as filhas de uma vida de refugiadas, como também ajudar a resgatar seu filho, Dia, de um destino muito pior como soldado infantil.
Archer, que vivia da troca de diamantes por armas, fica sabendo da pedra de Solomon enquanto está na prisão por contrabando. Ele sabe que um diamante como esse só se encontra uma vez na vida e vale o bastante para ser seu bilhete de saída da África e do ciclo de violência e corrupção no qual ele era um jogador dedicado.
Então surge Maddy Bowen (JENNIFER CONNELLY), uma jornalista americana idealista que está em Serra Leoa para desvendar a verdade por trás dos diamantes de sangue, expondo a cumplicidade dos chefes da indústria das pedras, que optaram pelo lucro no lugar dos princípios. Maddy vai atrás de Archer como fonte para seu artigo, porém logo descobre que é ele quem precisa muito mais dela.
Com a ajuda de Maddy, Archer e Solomon se embrenham por uma perigosa trilha dentro do território rebelde. Archer precisa de Solomon para encontrar e recuperar o valioso diamante rosa, porém Solomon anseia por algo muito mais precioso, seu filho.
Após uma sucessão de chacinas de famílias inteiras por milícias africanas, amputações de braços de supostos inimigos a sangue frio, assassinatos brutais de crianças e mulheres e uma seqüência de horror de trabalho escravo, um personagem do filme "Diamante de Sangue" observa: “Tomara que nunca encontrem petróleo aqui. Aí, sim, teríamos problemas".
Em meio a doses equilibradas de aventura e drama, o longa, Diamante de Sangue consegue levantar uma denúncia política relevante: O caso dos chamados “diamantes de conflito”, vendidos por grupos guerrilheiros a grandes empresas internacionais e revendidos aos consumidores de jóias.
Diamante de Sangue, um filme que emociona e choca ao mesmo tempo e que também mostra a dura realidade da África. O filme é um drama de ação que aborda um assunto muito delicado sobre a exportação ilegal de diamantes. Leonardo Dicaprio faz uma atuação intensa com o personagem Danny Archer, mostrando todo o cinismo de um contrabandista de diamantes. Djimon Hounson e Jennifer Connely também estão ótimos nesse filme que toca emociona e protesta ao mesmo tempo.
Ficha Técnica:
Título Original: Blood Diamond (Diamante de Sangue)
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 138 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www.diamantedesangue.com.br
Elenco principal:
Leonardo DiCaprio (Danny Archer)
Jennifer Connelly (Maddy Bowen)
Djimon Hounson (Solomon Vandy)
Kagiso Kuypers (Dia Vandy)
Arnold Vosloo (Coronel Coetzee)
Michael Sheen (Simmons)
Marius Weyers (Van De Kaap)
Bibliografia básica:
Wesseling, H. L. Dividir para Dominar: A partilha da África 1880 – 1914: Editora. UFRJ, 1998.
Hernandez, Leila Leite. A África na Sala de Aula: Visita a História Contemporânea: Editora: Editora. Selo Negro, 2005.
Simão, Juliana. Crianças que Matam. Revista Veja: 09 de julho de 2003, pg. 59 e 60 Ed. Abril, 2003.
(Lucimar Simon)
Professor:
Lucimar Simon
Aplicabilidade:
Série: 3º Ano do Ensino Médio.
Tema:
Imperialismo na África: Investidas, dominação política, econômica, social e cultural do século XV ao século XX.
Objetivo Geral:
Compreender as relações conflituosas entre os revolucionários africanos, África e os países imperialistas desde os primórdios da colonização do território africano pelos países europeus, analisando: Colonização e Descolonização do solo africano, quais suas implicações políticas, culturais, sociais e econômicas.
Objetivos da Aula:
Realizar a leitura do artigo da Revista Veja: “Crianças que matam” objetivando incentivar a atividade do painel.
Explicar como acontece a formação de soldados crianças para combater o governo local e os opositores aos “revolucionários”.
Compreender a disputa pelas minas de diamantes entre os revolucionários locais, governo local e países importadores de diamantes das áreas africanas em conflitos internos.
Relacionar os conflitos do passado próximo (colonização) com o presente. (drogas, doenças, guerras civis, mortalidade infantil) e quais as implicações para o presente do continente africano.
Metodologia:
Apresentar o filme (cena 09).
Na cena 09, é retratado como as crianças (meninos) recebem “tratamento” para que possam fazer parte do exército revolucionário (de rebeldes). Dentro de um galpão da Frente Revolucionaria Unida recebem uma surra como medida disciplinar, acompanhada de palavras insultuosas e persuasivas do instrutor afirmando que, a partir daquele momento, a Frente Revolucionária Unida (FRU) seria a única família deles. Em seguida, os meninos aprendem como manejar armas, e disparam impetuosamente em alvos fixados nas paredes e ao mesmo tempo, recebem todo “apoio psicológico” para tal desempenho. O instrutor prossegue as aulas dizendo que os pais dos garotos são fracos, e que não fizeram nada além de sugar o sangue do país (Serra Leoa). Afirma de maneira proposital, determinando o tipo de caráter desejado para os aprendizes, serem os meninos heróis que salvaram a nação e, por isso, não seriam mais crianças, mas sim homens.
A essas crianças era prometido o respeito (as pessoas passariam a ter medo deles) proveniente das armas; caso fossem desrespeitados não se deveria poupar sangue. Como forma melhor de aprender, eram obrigados repetir várias vezes a frase: “Derramaremos sangue”. Aos soldados da revolução (assim chamados depois da transformação psíquico-comportamental) os meninos teriam completa assistência: comida, armas e drogas. Na cena do filme, o menino Dia (filho de Solomon) foi promovido de soldado para general pelo seu comandante.
As crianças soldados eram responsáveis por guardar pontes estradas e fazer massacres e saques nas aldeias do país onde não poupavam velhos, mulheres e nem outras crianças.
Despertar nos alunos interesse para outras leituras, visando o entendimento do objetivo geral.
Incentivar pesquisas em livros, e na internet sobre a situação atual da África: fome, miséria, drogas, pobreza, guerras civis, doenças.
Recursos didáticos:
Projeção de imagens no DVD, quadro, exposição oral.
Atividades:
Debate em sala, comentários de dúvidas recorrentes da apresentação oral e da leitura do artigo “Crianças que Matam”, Revista Veja.
Montar um cartaz com fotos, gravuras, recortes, manchetes de jornais e revistas que remontem situações da África e as condições de vida das crianças negras africanas hoje, observando as diferenças anteriores para as recentes. (apresentação na próxima aula)
Relação passado/presente:
Compreender as relações, passado e presente avaliando a situação da África seus povos homens e crianças nos dias de hoje, qual seu lugar na sociedade e as expectativas que cercam este continente no mundo hoje, analisando as divergências e desigualdades sociais dentro do próprio continente objetivando a visão de um futuro próximo.
Resumo do Filme:
Tendo como pano de fundo o caos e a guerra civil que dominou Serra Leoa na década de 1990, o filme Diamante de Sangue conta a história de Danny Archer (LEOARDO DICAPRIO), um ex-mercenário do Zimbábue, e Solomon Vandy (DJIMON HOUNSOU), um pescador da etnia Mende. Ambos são africanos, mas suas histórias e circunstâncias de vida são totalmente diferentes até que o destino os reúne numa busca para recuperar um raro diamante rosa, o tipo de pedra que pode transformar uma vida, ou acabar com ela.
Solomon, o qual foi arrancado de sua família e forçado a trabalhar nos campos de diamante, encontra a pedra extraordinária e se arrisca a escondê-la ciente de que, se for descoberto, será morto imediatamente. Mas ele também sabe que o diamante poderia não apenas fornecer os meios para salvar a esposa e as filhas de uma vida de refugiadas, como também ajudar a resgatar seu filho, Dia, de um destino muito pior como soldado infantil.
Archer, que vivia da troca de diamantes por armas, fica sabendo da pedra de Solomon enquanto está na prisão por contrabando. Ele sabe que um diamante como esse só se encontra uma vez na vida e vale o bastante para ser seu bilhete de saída da África e do ciclo de violência e corrupção no qual ele era um jogador dedicado.
Então surge Maddy Bowen (JENNIFER CONNELLY), uma jornalista americana idealista que está em Serra Leoa para desvendar a verdade por trás dos diamantes de sangue, expondo a cumplicidade dos chefes da indústria das pedras, que optaram pelo lucro no lugar dos princípios. Maddy vai atrás de Archer como fonte para seu artigo, porém logo descobre que é ele quem precisa muito mais dela.
Com a ajuda de Maddy, Archer e Solomon se embrenham por uma perigosa trilha dentro do território rebelde. Archer precisa de Solomon para encontrar e recuperar o valioso diamante rosa, porém Solomon anseia por algo muito mais precioso, seu filho.
Após uma sucessão de chacinas de famílias inteiras por milícias africanas, amputações de braços de supostos inimigos a sangue frio, assassinatos brutais de crianças e mulheres e uma seqüência de horror de trabalho escravo, um personagem do filme "Diamante de Sangue" observa: “Tomara que nunca encontrem petróleo aqui. Aí, sim, teríamos problemas".
Em meio a doses equilibradas de aventura e drama, o longa, Diamante de Sangue consegue levantar uma denúncia política relevante: O caso dos chamados “diamantes de conflito”, vendidos por grupos guerrilheiros a grandes empresas internacionais e revendidos aos consumidores de jóias.
Diamante de Sangue, um filme que emociona e choca ao mesmo tempo e que também mostra a dura realidade da África. O filme é um drama de ação que aborda um assunto muito delicado sobre a exportação ilegal de diamantes. Leonardo Dicaprio faz uma atuação intensa com o personagem Danny Archer, mostrando todo o cinismo de um contrabandista de diamantes. Djimon Hounson e Jennifer Connely também estão ótimos nesse filme que toca emociona e protesta ao mesmo tempo.
Ficha Técnica:
Título Original: Blood Diamond (Diamante de Sangue)
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 138 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Site Oficial: www.diamantedesangue.com.br
Elenco principal:
Leonardo DiCaprio (Danny Archer)
Jennifer Connelly (Maddy Bowen)
Djimon Hounson (Solomon Vandy)
Kagiso Kuypers (Dia Vandy)
Arnold Vosloo (Coronel Coetzee)
Michael Sheen (Simmons)
Marius Weyers (Van De Kaap)
Bibliografia básica:
Wesseling, H. L. Dividir para Dominar: A partilha da África 1880 – 1914: Editora. UFRJ, 1998.
Hernandez, Leila Leite. A África na Sala de Aula: Visita a História Contemporânea: Editora: Editora. Selo Negro, 2005.
Simão, Juliana. Crianças que Matam. Revista Veja: 09 de julho de 2003, pg. 59 e 60 Ed. Abril, 2003.
(Lucimar Simon)
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