A TEORIA DAS DUAS ESPADAS (494)
A teoria das duas espadas, exposta por Gelásio I, consistiu no reconhecimento de dois poderes distintos e legitimados por Deus para reger os homens. O primeiro consistiu na “sagrada autoridade dos pontífices” e a segunda no “poder dos reis”.
A legitimidade divina de ambos fundamentava-se na crença de que toda autoridade vem de Deus, principio colocado por Paulo na epístola de Romanos (Rom 13, 1-7).
Legítimos e distintos um poder não deveria intervir nas deliberações do outro. No entanto, Gelásio enaltece a espada espiritual, ou seja, sobrepõe a autoridade papal sobre a imperial: “[...] embora por vossa dignidade [Anastásio] seja o primeiro de todos os homens e o imperador do mundo, abaixa piedosamente a cabeça diante dos representantes da religião”.
Essa “primazia da Sé Apostólica” justificava-se, segundo o papa, na perenidade da Igreja frente ás inconstâncias da espada secular”. Com efeito, o fundamento de Deus está firme (2 Tim. II, 19). Terá a religião sucumbido diante das novidades, por maiores que fossem quando esteve no poder algum herege?”
(Lucimar Simon)
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