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domingo, 10 de junho de 2012

Texto: ESCATOLOGIA: “UMA COISA NÃO TÃO RECENTE”

ESCATOLOGIA: “UMA COISA NÃO TÃO RECENTE”.

ESPERANÇA – CONTEÚDO BÁSICO DA ESCATOLOGIA.

ü  Grego eschata + logia = “estudo dos últimos ou das ultimas coisas”.
ü  A Escatologia está intimamente ligada com o povo de Deus (Israel).

A HISTÓRIA DO POVO DE ISRAEL É HISTÓRIA DE ESPERANÇA.

ü  Esperança concreta não de espírito, ou do além.
ü  A esperança do povo de Israel está na experiência e nas necessidades históricas
ü  Alimentam-se nos anseios concretos e se apóia na fé do Deus presente

VIDA - ESPERANÇA PARA A VIDA BEM SUCEDIDA

ü  Esperança de ter um lugar para se viver
ü  Promessa da Terra Santa – Abrão.
ü  Esperança para a vida além da morte individual

HISTÓRIA – ESPERANÇA PARA UMA HISTÓRIA BEM SUCEDIDA

ü  Esperança numa libertação político social
ü  Esperança messiânica de ter relacionamento especial com Deus
ü  Esperança na libertação continua incentivando a caminhada pelo deserto

A ESPERANÇA EM DEUS PERMANECE (Agora com alterações).

A PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA HISTÓRICA (Substituída)

O novo futuro de Deus é possível sem destruição do mundo antigo, Deus age imanente na História (Am 5, 18-20; Is 2, 5-6; Ez 37, 1-14; 20, 32-34; 43,1ss; Is 43, 22-28; Dt 30, 19)

ü  A marcha do povo para a Terra Santa Israel (Objetivo até aqui não alcançado)
ü  O fracasso histórico revelou também o fracasso das projeções históricas da teologia
ü  Frente aos escombros de um modelo escatológico destruído, o futuro reino de Deus não pode mais ser imaginado como resultado do processo continuo de desenvolvimento histórico.
ü  A esperança desesperada da época pós - exílio só podia imaginar o futuro agir de Deus como destruição catastrófica desta história e irrupção de algo novo
ü  Esta alteração de perspectiva acentuará a perspectiva apocalíptica.

PERSPECTIVA APOCALÍPTICA DE DESTRUIÇÃO DO MUNDO PRESENTE.

ü  Esta perspectiva se ampliará e fundamentará nas experiências sangrentas e traumáticas das perseguições sobre o império helênico dos Selêucidas, sobretudo de 242-187 a.C. (Dn 2,28; 2,44; 7,13ss).
ü  O novo futuro de Deus só é possível pela destruição do mundo e da história antiga (juízo final) O novo futuro de Deus é obra exclusiva de Deus (Is 24-27).
ü  Ampliação da esperança dentro da perspectiva apocalíptica. A esperança na fidelidade de Deus, apesar de tudo conduz o povo na época de crise, tornando assim a esperança fundamental escatológica.
ü  Deus ressuscita os mortos, ressurreição corporal para vida eterna junto a Deus.

ESCATOLOGIA CONCRETIZAÇÃO DA ESPERANÇA COM JESUS CRISTO

ü  Jesus Cristo e sua mensagem do Reino de Deus concretizam todas as esperança
ü  A salvação escatológica está próxima ela já até começou. Está próximo o reino de Deus (Mc 1,15; Lc 10,9; Lc 11,20).
ü  Amplia as dimensões da esperança não só para Israel, mas para toda a humanidade.

NOVAS DIMENSOES DA ESPERANÇA A PARTIR DE JESUS CRISTO

RESSURREIÇÃO DOS MORTOS: Esperança: Deus ressuscitou Jesus ressuscitará a nós
PARÚSIA: ESPERANÇA: Jesus ressuscitado voltará
JUÍZO FINAL: Esperança que todos os injustiçados serão reabilitado
PURGATÓRIO: Esperança os homens serão capazes de superarem suas falhas e limitações.
RESSURREIÇÃO DOS CORPOS: Esperança que o individuo possa alcançar a plenitude.
CÉU: Esperança de reconciliação plena e geral dos homens em comunhão intima com Deus
PLENIFICAÇÃO DA HISTÓRIA: Esperança que esta história tem fim último em Deus
PLENIFICAÇÃO DO COSMO: Esperança que este cosmo inteiro tem fim último em Deus

O REINADO DE CRISTO E A VISÃO DA ESCATOLOGIA NO PERÍODO MEDIEVAL

ü  A escatologia na Idade Média está centrada na influência em Santo Agostinho.
ü   O nascimento de Cristo marca o início da última era do mundo segundo Agostinho
ü  A data permanece ignorada pelos homens, não está muito longe.
ü  Haverá a conversão dos judeus e a aparição do Anticristo, perseguição dos cristãos.
ü  Aparição do Anticristo na Primeira Epístola de João (2,18 e 22; 4,3) e a perseguição aos cristãos representará a escatologia da Idade Média.
ü  A figura do Anticristo no evento escatológico: catástrofes, epidemias, guerras, desordens, intolerâncias religiosas seu surgimento e origem têm diversos contrates.
ü  O Anticristo e o fim do mundo estão próximos têm que, vigiar e fazer penitência.   

A ESPERANÇA DE UM MUNDO IDEAL

ü  Esperança cada vez maior e observação de novas tendências a partir do século XII
ü  Anunciando o triunfo do Império Romano que traria paz á cristandade antes do fim dos tempos essas profecias continuam inegavelmente um elemento milenarista.
ü  Então a verdade será proclamada pelo pregador cheio de Espírito Santo e os pagãos se converterão ao cristianismo.
ü  Joaquim de Fiore e a história em três estados: Pai, Filho e o Espírito Santo. 
ü  Surgirá uma nova era e os crentes ascenderão sem restrições ás verdades divinas.
ü  No séc. XII as previsões de Joaquim repercutem no interior da ordem franciscana.
A IGREJA MEDIEVAL E USO DA ESCATOLOGIA AO LONGO DOS ANOS

ü  A Igreja via na espera do Anticristo e do Juízo Final uma forma de educar os leigos
ü  A escatologia era integrada a doutrina eclesiástica medieval, anúncio o Anticristo.
ü  Ela anuncia a vinda do Anticristo em momento indeterminado, mas possível a um instante qualquer e relativamente próximo. Seguida do Juízo Final.
ü  Com estes enfoques e a sua não renuncia as coisas profanas e o poder secular a Igreja atrai a oposição da ordem franciscana. (Francisco de Assis)
ü  Uma vertente ver o Anticristo como um elemento purificador da Igreja “profana”.
ü  Críticas a situação reinante da Igreja, suas relações de poder e propriedades terrenas.
ü  A Igreja tem essas idéias como heresias, já que partiam de seus representantes.

ENFOQUE BÁSICO DA ESCATOLOGIA DO SÉCULO XX.

ü  Enfoque Apocalíptico Neo Escolástico – a escatologia trata do fim do mundo - não trata das estruturas históricas.
ü  Enfoque Utópico Finalista – a escatologia trata da nova era a vir depois do fim do mundo – nela haverá estruturas radicalmente das estruturas históricas atuais.
ü  Enfoque Cristológico Transformador – a escatologia trata da salvação escatológica como plenificação de processos de transformação que já começou na historia atual – a escatologia é ligada á história.

O DISCURSO DE HOJE: QUESTIONAMENTO DA ESCATOLOGIA TRADICIONAL

ü  No passado abusou – se dela de maneira notória para seduzir homens explorados e oprimidos a resignar-se com seu destino miserável e esperar vida melhor num mundo melhor depois da morte.
ü  O problema do discurso escatológico é formulado por Michel Van Lay “Reconhecer os sinais dos tempos”
ü  Século XVIII transformou a dinâmica da escatologia em discurso moralizante.
ü  Século XIX valorizou – se o céu desprezando o mundo.
ü  A critica marxista acentua que a religião não lutou para superar as estruturas que geraram miséria, tornando-se assim “ópio do povo”.
ü  A escatologia neo – escolástica, com sua visão pessimista do mundo e da história, contém o perigo de desprezar este mundo e esta história.
ü  Que futuro nos espera? Será que o futuro ainda tem futuro? Catástrofes climáticas ou holocausto atômico? A ciência do futuro resolverá todos os problemas?

ESCATOLOGIA.

É o estudo das últimas coisas dos fins dos tempos e a bíblia fala muita coisa sobre o assunto principalmente no Novo Testamento, os cristãos são unânimes quanto à volta de Jesus, mas diferem quanto á tribulação e o milênio. São várias as correntes escatológicas, quem estuda sabe que: essas correntes não devem, tomar seu posicionamento como verdade absoluta, pois são consideradas como teorias, pois só quem sabe como será realmente é o Deus Eterno criador dos céus e da terra.

O MILENARISMO

O milenarismo ou quilialismo (palavra que advém do latim mille e do grego chilias) designa a doutrina religiosa, retirada da Bíblia (Apocalipse 20:1-10), que anuncia o regresso de Jesus Cristo para constituir um reino com duração de mil anos.

ü  O conteúdo básico de toda a escatologia milenarista é a esperança.
ü  O pensamento milenarista herda esta concepção e se apega à esperança de que esta história, numa data determinada, chegará a um fim.
ü  Nessa situação, surge, mais do que nunca, a necessidade de anunciar e de proclamar a este mundo carente de esperança a grande mensagem do Reino de Deus.
ü  Os autores eclesiásticos vêem na descrição dos pecados do homem e dos horrores do fim do mundo um bom meio de impressionar seus próximos e de levá-los a se converter.

A Igreja forneceu a base doutrinal para esses movimentos populares:

ü  Expressava a crença de que, após a Segunda Vinda de Cristo (Parusia), haveria o estabelecimento de um reino messiânico na Terra, com a duração de mil anos, que antecederia o Juízo Final.

A idéia de milenarismo não está ligada somente às religiões que concebem a história como vetor, e sim também naquelas que prevêem uma renovação cíclica do universo (Guaranis do séc. XVI que emigraram para o peru [terra sem mal], e budismo escatológico).

SURGIMENTO DO MILENARISMO


ü  Montanismo: pregava a iminência do retorno de Cristo de acordo com uma expressa revelação do Espírito Santo. Grécia no século II.
ü  Livro do Apocalipse erroneamente atribuído a São João, mas na verdade um texto grego anônimo de fins do século I, que recebeu numerosos comentários.
ü  Quatro outros textos exerceram uma profunda influência sobre o imaginário medieval, fortalecendo a difusão das idéias milenaristas.:
ü  Apocalipse de Baruc, texto apócrifo do século I.
ü  Apocalipse de Esdras, outro texto apócrifo também do século I.
ü  Apocalipse de Henoc, outro texto apócrifo, porém do século II.
ü  Os Oráculos Sibilinos, um conjunto de textos escritos em grego, entre os séculos II a.C. e IV d.C..
ü  Percebe-se influência dos Oráculos Sibilinos nas linhas de pensamento do frade francês João de Roquetaille (Vademecum in tribulatione, 1356), do cronista João de Winterthur em 1348 (Alemanha) e Telésforo de Cozenza em 1386.

ESPECULAÇÃO DO FIM DOS TEMPOS


Nem o prestígio da teologia agostiniana foi suficiente para impedir a continuidade das especulações sobre a proximidade do fim dos tempos.
ü  As datas de 1000, 1033, 1186, 1229, 1250, 1260, 1290, 1300, 1310, 1325, 1335, 1345, 1360, 1367, 1375, 1348, 1360, 1367, 1375, 1378, 1387, 1395, 1396, 1400, 1417, 1429 e 1490 foram anunciadas como o fim do mundo.

Exemplo dessa obsessão escatológica medieval foi ação da Igreja em corrigir a si própria, para tentar acalmar as tensões populares.

ü  São Jerônimo (342-420) datara o nascimento de Cristo no ano 5199 da Criação do Mundo, e como a cada dia da Criação corresponderiam mil anos de vida das criaturas, restavam apenas 801 anos para o Juízo Final. E como Deus criara o Mundo em seis dias, e no sétimo descansara, de acordo com a tradição, não haveria mais que seis milênios.
ü  O monge inglês Beda, o Venerável (673-735), refez a cronologia da História do Mundo, fixando a Natividade em 3952 e “ganhando”, assim, mais 1247 anos, adiando assim o final dos tempos para o ano 2048.
ü  Segundo Pseudo-Barnabé, Deus realizou sua obra em seis dias, então levará 6 mil anos da criação até seu fim, pois para ele um dia significa mil anos (Salmos 90:4); e o nascimento de cristo marca o ano 4500 da criação.

JOAQUINISMO E FRANCISCANISMO

Joaquim de Fiore (1135 – 1202), abade de um convento da Ordem de Cister na Calábria, com idéias muito controversas, deixa a congregação a que pertencia para criar a sua própria ordem. Prevê o surgimento iminente de uma época que verá a Igreja Purificada. A História estaria dividida em três eras sucessivas ou três estados: o do Pai, o do Filho e o do Espírito Santo.Desta forma:

ü  O estado do Pai: é representado pelo Antigo testamento.
ü  O estado do Filho: a caracterização deste estado assentava na humildade do Verbo Encarnado, é transmitida pelo novo testamento.
ü  O estado do Espírito Santo: caracterização deste estado baseia-se no amor e na liberdade espiritual. Seria inaugurada por duas novas ordens monásticas.

Vai caber a Francisco de Assis o papel preponderante para inaugurar o novo estado, no mundo espiritual, pregando o ideal de pobreza radical e, como tal, os seus bens eram colocados sob a gestão da igreja. O seu apelo à fraternidade universal, com a inclusão dos próprios animais era muito forte de conseqüências e atributos para a aprendizagem imediata do seu alcance na época. Na seqüência dos tempos, no novo estado, a única norma a dirigir a vida cristã seria o Evangelho Eterno, depositado nas obras de Joaquim de Fiore.
ü  Numerosos Franciscanos estavam convictos de que sua ordem (junto com a dos dominicanos, fundado por São Domingos de Gusmão) estava destinada a desencadear o surgimento da era do Espírito Santo.

VIOLÊNCIAS MILENARISTAS

Movimento Hussita (Jan Huss), manifestado por sua ala radical em 1419.
ü  Deus aniquilaria todos os pecadores que não se refugiassem nestas montanhas.
ü  Atacou a Hierarquia eclesiástica
ü  Tentou defender suas teses junto ao Imperador Sigismundo
ü  Depois de sua morte na prisão em 1415 houve uma revolta em Praga contra a hierarquia católica, e que a Igreja devolvesse as terras que foram tomadas ao longo dos tempos.
ü  Desemprego e forte inflação, Carta de Jan Huss (João Huss).
ü  Cinco Cruzadas foram necessárias para por fim ao conflito, que terminou em 1436 com um acordo.

TABORITAS

ü  Refugiavam-se nas montanhas em que chamaram de “Tabor” (Montanha Sagrada), convictos que haveria uma batalha contra tropas do Anticristo.
ü  Nomearam um anti-hussita para o Concelho Municipal da “Cidade Nova” de Praga.
ü  Os integrantes destes movimentos mataram os conselheiros nomeados.
ü  Foram esmagadas em 1421.

O QUE SIGNIFICA "ARMAGEDOM"?

Esta batalha se define como sendo a Batalha de Armagedom. A palavra "Armagedom" vem do hebraico Har Megiddo, que significa Monte Megido. Este monte está situado no vale de Jezreel (nome hebraico), conhecido como planície de Esdraelom (nome grego), ou ainda planície ou vale de Megido, por causa da cidade de Megido que fica a oeste da planície.

(Lucimar Simon)

BIBLIOGRAFIA:

BLANK, Renold J. Escatologia do mundo: o projeto cósmico de Deus - escatologia II. 2.ed. São Paulo, PAULUS, 2002.

DELUMEAU, Jean. Mil anos de felicidade. Uma história do paraíso, São Paulo, Companhia das Letras, 1997.

LE GOFF, Jacques. Dicionário Temático do Ocidente Medieval [Dictionnaire raisonné de I’Occident medieval]. Org. Jean-Claude Schmitt. Trad. (Coord.): Hilário Franco Júnior. Bauru (SP): EDUSC; S. Paulo: Imprensa Oficial, 2002.

REZENDE FILHO, Cyro de Barros. A redescoberta do paraíso terrestre: o milenarismo messiânico medieval. Revista de Ciências Humanas (Taubaté), Taubaté-SP, v. 1, n. 11, p. 57-64, 2005.

BLANK, Renold J., 1941 Nosso mundo tem futuro: escatologia Cristã II. Renold Blank.         São Paulo, Ed. Paulinas, 1993.

PAIVA NETTO, José de, Somos todos profetas. 15 ed. São Paulo, Elevação, 1999.

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