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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Texto: O PROCESSO CIVILIZADOR

O PROCESSO CIVILIZADOR

(Norbert Elias)

Norbert Elias sociólogo alemão nasceu em Breslau em 22 de junho de 1897, de família judaica, precisou quando Hitler se tornou chanceler da Alemanha fugir e exilar-se na França em 1933, posteriormente estabeleceu-se na Inglaterra onde passou grande parte de sua vida. Infelizmente seus trabalhos tiveram reconhecimento tardiamente.

Sobre a sociogênese do Estado

O inicio da descentralização de poder, e controle territorial se concretiza com o apaziguamento nas regiões européias logo após o fim das disputas e expulsão dos invasores. Logo, a autonomia dos territórios vai se tornar mais e mais evidentes, surgindo poderes locais e assim uma reordenação territorial e política da Europa daí o inicio da formação dos Estados Modernos. Porem a figuração do monarca ainda esta presente em influencias bélicas e decisões políticas porem mais como alguma relevância e o mesmo poderia ser facilmente questionado por qualquer senhor feudal que obtivesse em seu comando uma boa porção de guerreiros e poder político. A acumulação de propriedade sempre foi o mecanismo principal para determinar os donos do poder.

Nesse contexto os primeiros a se destacarem são Inglaterra, França e Germânia onde divergências internas territórios e poderio militar sempre influenciou esta formação, no casso Germânico vastidão territorial e diversidades nos aspectos gerais, na Inglaterra e na França, descentralização e divergências políticas e idéias. As pressões faziam subir e cair governos quase que instantaneamente e esta instabilidade agravavam as disputas. A monopolização era mecanismo recorrente nesses Estados considerados modernos. Este mecanismo já foi sumariamente discutido e também classificado dentro de uma grande unidade social.

As lutas no contexto do reino eram eminentes os risco de sub elevação de uma casa poderosa contra as outras e assim a tentativa de dominação das demais, principalmente nos francos ocidentais. Logo surge um problema nas duas ordens que são a formação dos monopólios e a formação estrutural dos Estados Modernos. A distribuição de poder daquela época guardava uma distante semelhança com a que atualmente existe no Extremo Oriente, um pequeno território insular e um domínio continental encontrava-se muitas vezes sob o mesmo governo. Evidentemente não ocorria ainda uma luta entre Estados ou nações, toda a historia da formação e organização monopolistas posteriores de nações Estados permanecera incompreensível ate que se entenda o caráter especial dessa outra bem anterior de iniciativa privada, pois estas eram lutas entre Casas Reais e não os Estados.

A tendência centrifuga retorna ao cenário dos Estados Modernos, logo a configuração de novos príncipes rivais mantém o tom das disputas pelo domínio do poderio político e militar no ocidente europeu, essas tendências eram representadas acima de tudo por parentes mais próximos e os próprios vassalos do governante monopolista, e o domínio e o monopólio não pertencia nessa época a um só individuo, mas a uma família ou uma casa de guerreiros e todos tinham e reclamavam direitos e cobravam deveres do governante. Logo já se sabia que o fracionamento ou disputas por heranças enfraqueceria aquela casa dando espaço para a tentativa de dominação da casa vizinha forte e unida, mas a mão forte do governante tentava evitar este desequilíbrio.

O que da ao processo monopolizador seu caráter especial e o que os observadores recentes em especial no século XX devem levar em conta ao estudar este período é o fato de que as funções sociais que se separam em tempos mais modernos ainda eram um tanto indiferente nessa fase daí a conexão daquele passado com o presente onde instituições surgidas e consolidadas naquele período ainda hoje nos servem as bandejas do principio. E isso segue dentro dos padrões econômicos e políticos que não podem estar desligados uma vez que não o tiveram jamais. E dentro dessa lógica competitiva que sobrevive desde a formação inicial dos Estados estamos inseridos em resquícios de entendimento alheio dessa competição acirrado por poder e dominação.

A ascensão de algumas famílias é evidente e isso proporciona direcionamento de conduta, a aceitação neste momento de uma família no direcionamento do Estado parece ser divida num consenso e logo teremos nomes marcantes neste cenário que toma formas de monarquias regias e serão instaladas numa fortificação e resistência ao outro ao estranho da fronteira. A formação de órgãos centrais de forte estabilidade e especialização em grandes regiões constituem uns dos aspectos mais notáveis da historia ocidental. Logo aqui fica a importância do Ocidente para com a centralização e especialização em todas as partes do mundo, servindo como modelo.

Os antagonismos entre diferentes partes da sociedade certamente não assumem apenas forma de conflitos conscientes e planos e metas conscientemente adotadas, são menos decisivos para produzir tensões do que a dinâmica anônima das configurações; temos a monetarização e a comercialização como principal fomentador do declínio dos senhores feudais ao fim da Idade Media. E nessas transformações os grupos burgueses tornam se maiores e mais fortes que os aristocráticos, logo a disputa se favorece a modernização dos Estados. As guerras religiosas também tiverem influencias e importância no declínio da nobreza feudal e tão logo as guerras civis vão finalizar seu destino.

A tributação era algo visto como forma de manutenção do Estado e em diversos momentos teve suas caracterização e justificativas nas necessidades dos senhores feudais e suas outras formas de exigir tributos. Estes eram em formas de serviços ou dinheiro dependendo da condição de cada tributário. Mas as formas e justificativas tributarias eram diversas. Contudo os reis controlavam estes recursos e os mesmo se portava com grande luxo por conta dos tributários, o que mais tarde como diz vários historiadores será um dos motivos para a união entre o terceiro e segundo grupo contra os primeiros representados pela aristocracia que é o rei e sua corte e os clérigos.

A questão dos impostos constitui o principal motivo dos levantes urbanos, mas na luta por causa das taxas e a distribuição de seus ônus pela maquina central, foi também submetida a testes e decidida a questão de toda a distribuição de poder. A classe da alta burguesa vivia sempre em conflito tanto com a aristocracia e os clérigos quanto com os baixos extratos da sociedade. Os impostos pagos ao rei eram de vez em quando eram suspensos ou reduzidos, mas nunca deixavam de ser reintroduzidos em curto prazo, da mesma maneira cargos tributários apareciam e desapareciam por algum tempo.

Mas tarde quando a administração monopolista caiu nas mãos da alta burguesia a economia da sociedade seria separada da economia isolada que administravam o monopólio central. E estas foram condições impostas também aos governantes do monopólio central onde os reis e seus dependentes teriam que sobreviver com recurso limitado e também se portar perante as regras. De tudo isso emerge uma clara imagem da estrutura da sociedade absolutista. Logo os conflitos de interesses entre os extratos sociais continuam em todos os setores e isso delimitara as seguintes ações dos grupos onde praticamente aconteceram as modificações e continuidade históricas.

(Lucimar Simon)

2 comentários:

Lais Araújo disse...

Obrigada pelos esclarecimentos ..me ajudou muito.

REPENSANDO A HISTORIA disse...

De nada, que bom que te ajudou, volte sempre!