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domingo, 13 de novembro de 2011

Texto: VALENTINIANO III ESTABELECEU A PRIMAZIA DO PAPADO (445)

VALENTINIANO III ESTABELECEU A PRIMAZIA DO PAPADO (445)

A documentação produzida pela Igreja é pouco rica de detalhes para esclarecer a real intenção do documento, logo a sua ação era muito imediata sem maior elaboração e aplicação de recursos teórico-metodológicos, sendo estes documentos em sua maioria hoje estudados e questionando por estudiosos, antropólogos, historiadores e pesquisadores religiosos entre outros leigos. 

O Bispo de Roma é o Bispo da Santa Sé e é referido na tradição católica como o Papa. O Bispo de Roma é o sucessor do apóstolo Pedro na Igreja de Roma, e por isso possui uma primazia sobre os demais bispos da Igreja desde a Antiguidade.

A primazia papal é a autoridade monárquica do bispo de Roma, na Santa Sé, sobre as diversas Igrejas que compõem a Igreja Católica em seus ritos latino e oriental. Também é conhecida como “primado do Pontífice Romano”, “primado de Pedro” e outras expressões correlatas. As Igrejas Ortodoxas consideram que o bispo de Roma tem apenas uma primazia de honra, que, desde o cisma de 1054, não tem uma grande força.

Muitas vezes os Imperadores, querendo impor sua vontade a Cristandade, sabiam que para isso ser feito era necessário a aprovação do Bispo de Roma, e por isso, os Bispos de Roma sofreram exílios e perseguições.

À medida que nos adiantamos no decorrer dos séculos, vão aumentando em número e significado os textos e fatos que atestam o primado de Roma. Visando a brevidade, pode-se limitar a recordar que, por ocasião dos litígios teológicos verificados do século IV em diante, a Sé de Roma foi geralmente tida como supremo tribunal de apelo, donde os teólogos e os simples fiéis, bispos, patriarcas tanto do Ocidente como do Oriente, esperavam ouvir a palavra da verdade.

S. LEÃO MAGNO DEFENDEU A AUTORIDADE DA SANTA SÉ (452)

Manter o poder da igreja era uma constante preocupação dos bispos, e entre os do Ocidente isso era mais evidente, uma vez que Roma era considerada a sede da Igreja. Os bispos ocidentais temiam ser retirada de Roma a sede e sua primazia, coisa que constantemente era possível uma vez que a sede política estava em Constantinopla onde permanecia o Imperador e toda sua corte.

Ao transferir a sede da Igreja bem como a sede do império para Constantinopla, saindo em sua defesa os bispos romanos, intervindo de forma forte contra a descentralização de Roma como sede da Igreja Católica.

A justificativa usada pelo bispo romano era que Pedro fundou sua Igreja sobre uma pedra em Roma, e de lá ela nunca sairia como sede, segundo palavras de Cristo.

Leão magno vem com este documento defender a Igreja e sua autonomia nos assuntos da religiosidade. Questiona a intervenção do Oriente nas ações da Igreja de Roma, confirmando o concilio de Nicéia. Tem como objetivo revestir o poder e a autoridade papal no tocante das decisões religiosas.

Prevê uma separação das áreas de atuação, afirmando os fundamentos das coisas seculares serem um e os da divindade outro, não existindo lugar seguro fora o daquela pedra que o Senhor deixou como alicerce para sua Igreja. Sua avaliação permite dizer que a imposição da igreja era que as coisas terrenas não podiam intervir nas coisas divinas.

A TEORIA DAS DUAS ESPADAS (494)

A teoria das duas espadas, exposta por Gelásio I, consistiu no reconhecimento de dois poderes distintos e legitimados por Deus para reger os homens. o primeiro consistiu na “sagrada autoridade dos pontífices” e a segunda no “poder dos reis”.

A legitimidade divina de ambos fundamentava-se na crença de que toda autoridade vem de Deus, principio colocado por Paulo na epístola de Romanos (Rom 13, 1-7).

Legítimos e distintos um poder não deveria intervir nas deliberações do outro. No entanto, Gelásio enaltece a espada espiritual, ou seja, sobrepõe a autoridade papal sobre a imperial: “[...] embora por vossa dignidade [Anastásio] seja o primeiro de todos os homens e o imperador do mundo, abaixa piedosamente a cabeça diante dos representantes da religião”.

“Essa “primazia da Sé Apostólica” justificava-se, segundo o papa, na perenidade da Igreja frente ás inconstâncias da espada secular”. Com efeito, o fundamento de Deus está firme (2 Tim. II, 19). Terá a religião sucumbida diante das novidades, por maiores que fossem quando esteve no poder algum herege?”

Texto apresentado para uma disciplina no curso de História da UFES, com bese em leituras orientadas pelo professor em História Medieval.

(Lucimar Simon)

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