HISTÓRIA DA EUROPA NO ENTRE GUERRAS
HANNAH ARENDT: PARTE III CAP. 10
O fim da Segunda Guerra Mundial não trouxe o fim dos governos totalitários e nem das sociedades ditas totalitárias. Na Rússia, foi seguida de uma forte reformulação a qual vaia alcançar partes significativas dentro da Europa, marcando assim uma grande expansão do regime totalitário. Sabemos que só após a morte de Stalin é que vai dar inicio ao que se pode chamar período ou processo de destotalitarização ocasionado por seguidas crises de sucessão ao poder na União Soviética. Sabemos que esta parte da História merece grande atenção, e neste sentido vamos aqui tentar com muita timidez desvelar um pouco mais sobre este momento.
Uma sociedade sem classes
Uma objetivação clara nos regimes totalitários é a eliminação das classes, tendo este sentido por dizer que não seriam perceptíveis estas classes aos que conhecemos aos moldes capitalistas. Os movimentos totalitários objetivam e conseguem a movimentação das massas, e esta massa é organizada distintamente de sua classe. Uma característica comum do regime totalitário é a anti-democracia. Pois a democracia para este regime é a personificação do seu pior inimigo “a burguesia”. São nos maiores centros urbanos e nos países de numérica população que este regime vai encontrar sua maior concentração.
O apoio das massas veio por diversas razoes, e essas não são distintas das maiorias comuns a qualquer crise em qualquer país seja totalitário ou não. A simpatia, a fome, o medo de perder, o terror, e outros são motivos que causariam a adesão desta grande massa. Os movimentos totalitários são possíveis onde quer que haja massas, quer por um motivo ou por outro, os mesmo desenvolveram certos gostos pela organização política. Mas essas massas nãos e unem por uma consciência ou por um interesse comum, nelas falta uma especifica articulação para expressar objetivos atingíveis. O fanatismo e o altruísmo dos adeptos em contrapartida não deixam de ser constante, e isso leva o maior risco de se contaminar ou ser eliminado pelo regime como inimigo do movimento. Anti-burgueses e contra o individuo: apagam a identidade do individuo.
A frustração individual como fenômeno de massa é certo, pois as massas existem em qualquer q seja o país, mas na sua maioria são neutras e politicamente indiferentes a qualquer pensamento político, pois nunca se filiam e raramente exercem poder de voto. Atomização em uma sociedade totalitária: não há espaço para aqueles que amam qualquer coisa por ela própria. Os movimentos totalitários são organizações maciças de indivíduos atomizados e isolados e neles existe uma lealdade total, sendo isso o diferencial de outros partidos. A lealdade é uma exigência feita pelos lideres dos partidos e dos movimentos totalitários. E essa lealdade total só é possível depois que a fidelidade seja esvaziada de todo os eu conteúdo concreto, que poderia dar ênfase a mudanças de opinião. A destruição dos laços sociais e familiares: a culpa por associação os mais próximos são os maiores suspeitos. O novo sentido da vida: participar de um movimento ou pertencer a um partido? O incomodo dos programas ou das plataformas políticas. O papel da guerra das trincheiras trás o sofrimento e esse mesmo sofrimento vai gerar um sentimento de pertencimento, ou seja, união dos indivíduos que lutaram em prol da nação. A versão de totalitarismo a qualquer tentativa intelectual, espiritual e artística.
A revolução política para a transformação social, buscar avaliar as diferenças e semelhanças. É possível uma sociedade sem classes? A massa é uma parte politizada das pessoas organizada. A ralé é uma parte não politizada não organizada. Querer uma sociedade totalmente pura e igualitária a qualquer preço. Eliminação dos burgueses representantes da democracia burguesa. Para os alemães, sociedade pura seria a de uma raça pura sem judeus, só de arianos.
Este texto teve como base uma discussão em sala de aula com o Professor Doutor Geraldo Antonio Soares.
(Lucimar Simon)
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