O TRANSPORTE DE NEGROS E AS CONDIÇÕES NOS NAVIOS NEGREIROS
No ano de 1432 os portugueses introduziram em Portugal a primeira leva de negros escravos e a partir desta época os portugueses passaram a traficar os escravos com as Ilhas das Madeiras e em Porto-Santo, em seguida levaram os negros para os Açores logo depois para Cabo-Verde e finalmente para o Brasil.
O comércio de negros escravos e a história dos navios negreiros é uma das coisas mais comovente de dor e de desespero da raça negra; homens, mulheres e crianças eram amontoados nos cubículos monstruosamente escuros das galeras e dos navios negreiros, e iam se misturando com o bater das vagas e o ranger dos mastros na vastidão dos mares. A fome e a sede, de mãos dadas com as doenças que se propagavam nos ambientes estreitos passavam pelos negros e não lhes tiravam a vida, concedendo-lhes perdão e misericórdia que não encontravam aconchego nos corações dos homens, daqueles homens severos e maus de todas as embarcações e que só se preocupavam com o negócio rendoso que a escravaria oferecia.
Os negros fortes, expostos e amontoados também se tornavam feras acuadas onde o dia se confundia com a noite. As levas de negros que embarcavam na costa da África provinham de diferentes pontos e de diferentes raças e eram misturadas como carga comum nos bojos dos navios negreiros.
Os gemidos dos moribundos vinham juntar a locução das diferentes línguas dos Mandingas, Felupos, Cabindas, Gêjes, Fulas, Congos, Bundas, Bantos, Libolos, Caçanjes e tantas outras tribos, desconhecidas umas das outras, rosnavam como feras furibundas e dilaceravam-se mutuamente nas mínimas disputas; quando o navio negreiro sofria qualquer assédio de naus piratas, os tripulantes que se preparavam para a defesa do navio negreiro, normalmente recebiam ordens do comandante que era sempre um bárbaro que sumariamente mandava atirar ao mar os negros agonizantes, para aliviar a carga para tornar o barco mais maleável, erra quando os marinheiros desciam aos porões imundos e os moribundos eram atirados ao mar, e quando isto não acontecia, as epidemias lavravam os porões e só havia um remédio: o mar!
O número de raças exportadas de todos os recantos africanos é frisantes atestado da gula dos comerciantes negreiros pelo rendoso negócio do tráfico. Todas as nações civilizadas tinham ali na costa da África a sua feitoria e nos mares em cruzeiros simultâneos, navios de todos os efeitos empregados no tráfego imoral, aberrante, desumano e sanguinário, que despovoou pouco a pouco o continente negro.
Texto elaborado a partir de outras leituras.
(Lucimar Simon)
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2 comentários:
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muito interesante
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