Páginas

domingo, 9 de maio de 2010

Texto: O NEGRO: UMA VISÃO HISTÓRICO-SOCIAL

O NEGRO: UMA VISÃO HISTÓRICO-SOCIAL

Falar sobre a etnia negra, não se pode fazer sem falar sobre a escravidão. Não se pode falar sobre o negro sem dizer que ele foi explorado, furtado em sua pátria mãe, e acorrentado a uma terra desconhecida, onde seus corpos e almas não os pertenciam mais. A escravidão de fato juridicamente encerrou-se em 13 de maio de 1888 com a decretação da “Lei Áurea”. Mas a discriminação, o preconceito, a exclusão do negro da esfera social sempre estiveram ativa e ainda esta presente em nossa atualidade.

E hoje como o negro é reconhecido historicamente? E hoje como esse negro é mencionado na história brasileira? Ainda hoje a historiografia brasileira está presa em uma visão deturpada da história do negro. O negro nos livros didáticos e nas narrativas está sempre preso a velhos conceitos, está sempre relacionado à escravidão, aos castigos corporais, quando um negro é mencionado numa página de jornal é nas páginas policiais ou nos esportes, ainda bem que nos esportes se destacam e com grande honra.

A sua liberdade não foi conquistada diz a história, foi cedida pelo homem branco que reconhece não mais ser viável, a humanização do negro lhe foi presenteada, logo a condição de ser livre foi dada pelo seu senhor. Os livros e a historiografia não dão respaldo a sua resistência, a sua luta. Com essa visão, como pode o negro criar sua identidade? Como pode o negro se reconhecer e se compreender dentro da sua virtude? Como pode o negro querer ser negro numa sociedade onde o preconceito velado o prende as correntes invisíveis, mas que são sentidas entre as frestas de janelas ao passar numa rua fora de seus espaços comuns.

Como ser negro numa sociedade onde os próprios negros querem ser brancos? Como ser negro onde os próprios negros não se reconhecem como negros? Pesquisas são deturpadas os conceitos e denominações mudam durante o tempo. Um dia eram escravos sem almas, depois pretos, logo após negros e agora a denominação atualizadíssima, chamada “afros-descendentes” chique não? Agora os negros são afros-descendentes. A denominação mudou, mas a visão social não. Complicado não? Muito complicado.

(Lucimar Simon)

Um comentário:

Diana Carla disse...

Não adianta a mudança de "nomes" se a mente humana ainda continua presa ao preconceito!!
Faltou assinar a "Lei Áurea" que abriria a senzala da discriminação!

texto perfeito!!!

bjinhus HISTORIADOR...RSRS