O TRANSPORTE DE NEGROS E AS CONDIÇÕES NOS NAVIOS NEGREIROS
No ano de 1432 os portugueses introduziram em Portugal a primeira leva de negros escravos e a partir desta época os portugueses passaram a traficar os escravos com as Ilhas das Madeiras e em Porto-Santo, em seguida levaram os negros para os Açores logo depois para Cabo-Verde e finalmente para o Brasil.
O comércio de negros escravos e a história dos navios negreiros é uma das coisas mais comovente de dor e de desespero da raça negra; homens, mulheres e crianças eram amontoados nos cubículos monstruosamente escuros das galeras e dos navios negreiros, e iam se misturando com o bater das vagas e o ranger dos mastros na vastidão dos mares. A fome e a sede, de mãos dadas com as doenças que se propagavam nos ambientes estreitos passavam pelos negros e não lhes tiravam a vida, concedendo-lhes perdão e misericórdia que não encontravam aconchego nos corações dos homens, daqueles homens severos e maus de todas as embarcações e que só se preocupavam com o negócio rendoso que a escravaria oferecia.
Os negros fortes, expostos e amontoados também se tornavam feras acuadas onde o dia se confundia com a noite. As levas de negros que embarcavam na costa da África provinham de diferentes pontos e de diferentes raças e eram misturadas como carga comum nos bojos dos navios negreiros.
Os gemidos dos moribundos vinham juntar a locução das diferentes línguas dos Mandingas, Felupos, Cabindas, Gêjes, Fulas, Congos, Bundas, Bantos, Libolos, Caçanjes e tantas outras tribos, desconhecidas umas das outras, rosnavam como feras furibundas e dilaceravam-se mutuamente nas mínimas disputas; quando o navio negreiro sofria qualquer assédio de naus piratas, os tripulantes que se preparavam para a defesa do navio negreiro, normalmente recebiam ordens do comandante que era sempre um bárbaro que sumariamente mandava atirar ao mar os negros agonizantes, para aliviar a carga para tornar o barco mais maleável, erra quando os marinheiros desciam aos porões imundos e os moribundos eram atirados ao mar, e quando isto não acontecia, as epidemias lavravam os porões e só havia um remédio: o mar!
O número de raças exportadas de todos os recantos africanos é frisantes atestado da gula dos comerciantes negreiros pelo rendoso negócio do tráfico. Todas as nações civilizadas tinham ali na costa da África a sua feitoria e nos mares em cruzeiros simultâneos, navios de todos os efeitos empregados no tráfego imoral, aberrante, desumano e sanguinário, que despovoou pouco a pouco o continente negro.
Texto elaborado a partir de outras leituras.
(Lucimar Simon)
NESTE BLOG TENHO INTENÇAO DE PUBLICAR INFORMAÇOES HISTORICAS, FATOS, DADOS HISTORIOGRAFICOS, TRABALHOS ACADEMICOS E OUTROS ASSUNTOS PERTINENTES COM UMA REALIDADE HISTORICA E O CONTEUDO APRECIADO EM SALA DE AULA NO CURSO DE GRADUAÇAO EM HISTORIA PELA UNIVERSISDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO (UFES) ESTA IMAGEM DE FUNDO É DA DEUSA CLIO A DEUSA PROTETORA DOS HISTORIADORES
domingo, 29 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
Texto: IDADE MÉDIA AÇÕES E CONTRAVENÇÕES
IDADE MÉDIA AÇÕES E CONTRAVENÇÕES
A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.
Estrutura Política
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserana. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Todos os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).
Sociedade Medieval
A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
Economia Medieval
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura. Religião na Idade Média. Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a bíblia.
As Guerras Medievais
A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval.
Educação, artes e cultura
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros. A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião. Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.
As Cruzadas
No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contatos comerciais.
Peste Negra ou Peste Bubônica
Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos.
Revoltas Camponesas
Após a Peste Negra, a população européia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.
REFORMAS da igreja
Motivos
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista. A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos. Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza. O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica. As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época.Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.
A Reforma Calvinista
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa idéia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a idéia da predestinação.
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento ( Concílio de Trento ) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido:
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição: punir e condenar os acusados de heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.
Inquisição
O cientista italiano Galileu Galilei: vítima das perseguições inquisitórias. A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.
Aos perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas em contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para averiguação deste tribunal medieval. Com o passar do tempo, esta forma de julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus como: Portugal, França, Itália e Espanha. Contudo, na Inglaterra, não houve o firmamento destes tribunais.
Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.
As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.
Este movimento se tornava cada vez mais poderoso, e este fato, atraía os interesses políticos. Durante o século XV, o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente os judeus. No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens. Durante a esta triste época da história, milhares de pessoas foram torturadas ou queimadas vivas por acusações que, muitas vezes, eram injustas e infundadas.
Com um poder cada vez maior nas mãos, o Grande Inquisidor chegou a desafiar reis, nobres, burgueses e outras importantes personalidades da sociedade da época. Por fim, esta perseguição aos hereges e protestantes foi finalizada somente no início do século XIX. No Brasil, os tribunais chegaram a ser instalados no período colonial, porém não apresentaram muita força como na Europa. Foram julgados, principalmente no Nordeste, alguns casos de heresias relacionadas ao comportamento dos brasileiros, além de perseguir alguns judeus que aqui moravam.
Átila, líder dos hunos
Os povos bárbaros eram de origem germânica e habitavam as regiões norte e nordeste da Europa e noroeste da Ásia, na época do Império Romano. Viveram em relativa harmonia com os romanos até os séculos IV e V da nossa era. Chegaram até a realizar trocas e comércio com os romanos, através das fronteiras. Muitos germânicos eram contratados para integrarem o poderoso exército romano.
Os romanos usavam a palavra "bárbaros" para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras do império e que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta, que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis.
Principais Povos Bárbaros
• Francos : estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de obra de arte abaixo)
• Lombardos : invadiram a região norte da Península Itálica
• Anglos e Saxões : penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra
• Burgúndios : estabeleceram-se na sudoeste da França
• Visigodos : instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da arte visigótica)
• Suevos : invadiram e habitaram a Península Ibérica
• Vândalos : estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica
• Ostrogodos : invadiram a região da atual Itália
Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos
A maioria destes povos organizavam-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha. Criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar.
Praticavam uma religião politeísta, pois adoravam deuses representantes das forças da natureza. Odin era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte, onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso. A mistura da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram durante toda a Idade Média.
Os Hunos
Dentre os povos bárbaros, os hunos foram os mais violentos e ávidos por guerras e pilhagens. Eram nômades (não tinham habitação fixa e viviam a percorrer campos e florestas) e excelentes criadores de cavalos. Como não construíam casas, viviam em suas carroças e também em barracas que armavam nos caminhos que percorriam. A principal fonte de renda dos hunos era a pratica do saque aos povos dominados. Quando chegavam numa região, espalhavam o medo, pois eram extremamente violentos e cruéis com os inimigos. O principal líder deste povo foi Átila, o líder huno responsável por diversas conquistas em guerras e batalhas.
(Lucimar Simon)
A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.
Estrutura Política
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserana. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso. Todos os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).
Sociedade Medieval
A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
Economia Medieval
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura. Religião na Idade Média. Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a bíblia.
As Guerras Medievais
A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval.
Educação, artes e cultura
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros. A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião. Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.
As Cruzadas
No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contatos comerciais.
Peste Negra ou Peste Bubônica
Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos.
Revoltas Camponesas
Após a Peste Negra, a população européia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.
REFORMAS da igreja
Motivos
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas dessas reformas abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo, fruto do pensamento renascentista. A Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objetivo católico dos trilhos. Muitos elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito ao celibato. Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais deixavam a população insatisfeita.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos. Por outro lado, o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).
No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza. O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja. O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica. Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo. Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.
A Reforma Luterana
O monge alemão Martinho Lutero foi um dos primeiros a contestar fortemente os dogmas da Igreja Católica. Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam vários pontos da doutrina católica. As 95 teses de Martinho Lutero condenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana ). De acordo com Lutero, a salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé. Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época.Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato.
A Reforma Calvinista
Na França, João Calvino começou a Reforma Luterana no ano de 1534. De acordo com Calvino a salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto. Essa idéia calvinista, atraiu muitos burgueses e banqueiros para o calvinismo. Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma de ficar em paz com sua religiosidade. Calvino também defendeu a idéia da predestinação.
A Reforma Anglicana
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei. Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.
A Contra-Reforma
Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento ( Concílio de Trento ) com o objetivo de traçar um plano de reação. No Concílio de Trento ficou definido:
- Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas;
- Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição: punir e condenar os acusados de heresias
- Criação do Index Librorium Proibitorium (Índice de Livros Proibidos): evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.
Intolerância
Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.
Inquisição
O cientista italiano Galileu Galilei: vítima das perseguições inquisitórias. A Inquisição foi criada na Idade Média (século XIII) e era dirigida pela Igreja Católica Romana. Ela era composta por tribunais que julgavam todos aqueles considerados uma ameaça às doutrinas (conjunto de leis) desta instituição. Todos os suspeitos eram perseguidos e julgados, e aqueles que eram condenados, cumpriam as penas que podiam variar desde prisão temporária ou perpétua até a morte na fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública.
Aos perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas em contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para averiguação deste tribunal medieval. Com o passar do tempo, esta forma de julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus como: Portugal, França, Itália e Espanha. Contudo, na Inglaterra, não houve o firmamento destes tribunais.
Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem idéias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.
As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.
Este movimento se tornava cada vez mais poderoso, e este fato, atraía os interesses políticos. Durante o século XV, o rei e a rainha da Espanha se aproveitaram desta força para perseguirem os nobres e principalmente os judeus. No primeiro caso, eles reduziram o poder da nobreza, já no segundo, eles se aproveitaram deste poder para torturar e matar os judeus, tomando-lhes seus bens. Durante a esta triste época da história, milhares de pessoas foram torturadas ou queimadas vivas por acusações que, muitas vezes, eram injustas e infundadas.
Com um poder cada vez maior nas mãos, o Grande Inquisidor chegou a desafiar reis, nobres, burgueses e outras importantes personalidades da sociedade da época. Por fim, esta perseguição aos hereges e protestantes foi finalizada somente no início do século XIX. No Brasil, os tribunais chegaram a ser instalados no período colonial, porém não apresentaram muita força como na Europa. Foram julgados, principalmente no Nordeste, alguns casos de heresias relacionadas ao comportamento dos brasileiros, além de perseguir alguns judeus que aqui moravam.
Átila, líder dos hunos
Os povos bárbaros eram de origem germânica e habitavam as regiões norte e nordeste da Europa e noroeste da Ásia, na época do Império Romano. Viveram em relativa harmonia com os romanos até os séculos IV e V da nossa era. Chegaram até a realizar trocas e comércio com os romanos, através das fronteiras. Muitos germânicos eram contratados para integrarem o poderoso exército romano.
Os romanos usavam a palavra "bárbaros" para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras do império e que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta, que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis.
Principais Povos Bárbaros
• Francos : estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de obra de arte abaixo)
• Lombardos : invadiram a região norte da Península Itálica
• Anglos e Saxões : penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra
• Burgúndios : estabeleceram-se na sudoeste da França
• Visigodos : instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da arte visigótica)
• Suevos : invadiram e habitaram a Península Ibérica
• Vândalos : estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica
• Ostrogodos : invadiram a região da atual Itália
Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos
A maioria destes povos organizavam-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha. Criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar.
Praticavam uma religião politeísta, pois adoravam deuses representantes das forças da natureza. Odin era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte, onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso. A mistura da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram durante toda a Idade Média.
Os Hunos
Dentre os povos bárbaros, os hunos foram os mais violentos e ávidos por guerras e pilhagens. Eram nômades (não tinham habitação fixa e viviam a percorrer campos e florestas) e excelentes criadores de cavalos. Como não construíam casas, viviam em suas carroças e também em barracas que armavam nos caminhos que percorriam. A principal fonte de renda dos hunos era a pratica do saque aos povos dominados. Quando chegavam numa região, espalhavam o medo, pois eram extremamente violentos e cruéis com os inimigos. O principal líder deste povo foi Átila, o líder huno responsável por diversas conquistas em guerras e batalhas.
(Lucimar Simon)
domingo, 15 de agosto de 2010
Texto: COMEÇOU OS DESASTRES
COMEÇOU OS DESASTRES
O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) descartou, nesta quinta-feira (12), a possibilidade que o óleo derramado a sete quilômetros da costa de Vila Velha chegue até às praias do município. O acidente aconteceu na última quarta-feira (11) e foi provocado pelo rebocador Oil Vibrant, do armador Pan Marine do Brasil, que encalhou no litoral. De acordo com o Iema, foram lançados no mar aproximadamente 1,5 mil litros de combustível devido a uma fissura no tanque da embarcação. A estimativa é de que a limpeza da área seja concluída até segunda-feira (16).
A mancha formada é de cerca de 1,5 Km de extensão e encontra-se a 4,5 Km da costa. O produto é de alta volatilidade, que evapora com facilidade e que por isso é improvável que os resíduos atinjam às praias. A empresa responsável pela embarcação foi intimada remover o óleo de oferecer a destinação adequada aos resíduos. Segundo técnicos do Iema, o óleo diesel dispersado na região já foi praticamente todo contido.
A empresa será autuada e multada, mas os valores ainda serão calculados com base nos levantamentos sobre o impacto ambiental sofrido. Ainda não se tem registros de morte de animais. Uma nova vistoria na área atingida está será realizada nesta sexta-feira (13).
Durante a manhã, os técnicos do Iema sobrevoaram a região, em parceria com a Casa Militar, para fiscalizar e avaliar os resultados da contenção e analisar os impactos ambientais decorrentes do acidente. Durante a tarde a fiscalização continuou, mas pelo mar, com a utilização de lancha. O Iema foi acionado imediatamente pela Capitania dos Portos e pela tripulação da Oil Vibrant. A empresa, logo após o acidente, iniciou os trabalhos de contenção do óleo que vazou do tanque do navio.
Retirado de:
http://www.ejornais.com.br/jornal_folha_vitoria.html
(Lucimar Simon)
O Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) descartou, nesta quinta-feira (12), a possibilidade que o óleo derramado a sete quilômetros da costa de Vila Velha chegue até às praias do município. O acidente aconteceu na última quarta-feira (11) e foi provocado pelo rebocador Oil Vibrant, do armador Pan Marine do Brasil, que encalhou no litoral. De acordo com o Iema, foram lançados no mar aproximadamente 1,5 mil litros de combustível devido a uma fissura no tanque da embarcação. A estimativa é de que a limpeza da área seja concluída até segunda-feira (16).
A mancha formada é de cerca de 1,5 Km de extensão e encontra-se a 4,5 Km da costa. O produto é de alta volatilidade, que evapora com facilidade e que por isso é improvável que os resíduos atinjam às praias. A empresa responsável pela embarcação foi intimada remover o óleo de oferecer a destinação adequada aos resíduos. Segundo técnicos do Iema, o óleo diesel dispersado na região já foi praticamente todo contido.
A empresa será autuada e multada, mas os valores ainda serão calculados com base nos levantamentos sobre o impacto ambiental sofrido. Ainda não se tem registros de morte de animais. Uma nova vistoria na área atingida está será realizada nesta sexta-feira (13).
Durante a manhã, os técnicos do Iema sobrevoaram a região, em parceria com a Casa Militar, para fiscalizar e avaliar os resultados da contenção e analisar os impactos ambientais decorrentes do acidente. Durante a tarde a fiscalização continuou, mas pelo mar, com a utilização de lancha. O Iema foi acionado imediatamente pela Capitania dos Portos e pela tripulação da Oil Vibrant. A empresa, logo após o acidente, iniciou os trabalhos de contenção do óleo que vazou do tanque do navio.
Retirado de:
http://www.ejornais.com.br/jornal_folha_vitoria.html
(Lucimar Simon)
domingo, 8 de agosto de 2010
Texto: O NASCIMENTO DE ROMA
O NASCIMENTO DE ROMA
Texto com base em Augusto Fraschetti que é professor de História Económica e Social do Mundo Antigo na Faculdade de Letras La Sapienza; é professor do história romana na universidade de Sapienza de Roma foi professor associado na Universidade de Paris I – Sorbonne e na V Secção da Ecole Pratique des Hautes Etudes e é membro da comissão científica da revista Studi Storici.
O mundo em que vivemos é tão veloz, se transforma em colapsos constantes e de ritmo tão alucinado, que nos envolve numa curiosa sensação de imobilidade. Contradição logo na primeira frase? Talvez não. Nossa impressão é a de que a lógica materialista — e até capitalista, para os mais superficiais — sempre esteve presente na dinâmica social humana e é uma fatalidade evolutiva. Sinceramente, isso me incomoda. Ignorar o passado como qualquer coisa arcaica e inferior, que não tem o mínimo significado para nós.
Os historiadores Giovanni Levi e Jean Claude Schmitt, em História dos Jovens (vol. I), apontam que “a sociedade plasma uma imagem dos jovens, atribui-lhes características e papéis, trata de impor-lhes regras e valores e constata com angústia os elementos de desagregação associados ao período de mudança, os elementos de conflitos e as resistências inseridas nos processos de integração e reprodução social”. Essa afirmação faz muito sentido ao observarmos as variantes, presentes na forma de entender o que é juventude e o que ela representa para a sociedade da qual faz parte, considerando os registros de diversos povos.
Partindo dos gregos, por exemplo, podemos compreender um dos motivos importantes de terem sido escolhidos como nossa raiz cultural: a juventude era idolatrada como imagem. “Antes de chegarem à glória dos heróis, os jovens manifestavam a graça da juventude”, comenta o arqueólogo Alain Schnapp. Mas havia também uma preocupação que ganhava cada vez mais força no mundo grego: a preparação do jovem para viver na sociedade. A constante presença do pedagogo disciplinando hábitos, atividades e escolhas, - sem dúvida, influenciou o posicionamento dos jovens gregos diante do conhecimento, o que se pode constatar na postura de vários deles, que se interessavam pelos grandes filósofos e até seguiam seus passos, intrigados por questionamentos e reflexões.
A posição dos jovens hoje.
O jovem parece uma continuação dos pais. Não faz escolhas. Não tem vocações. Há um esforço evidente em castrar essas iniciativas, esses impulsos e essas vontades na juventude. Depois disso, perceberemos que se agravam as diferenças nas oportunidades, no advento burguês, disparado pela Revolução Industrial. Há quem passe por uma universidade, há quem só conheça fábricas. Da Revolução Francesa à Russa, ou durante a era dos “populismos”, “nacionalismos” e toda espécie de ditadura e guerra do século XX, jovens em barricadas, jovens na platéia, fora Collor, jovens lutando contra, jovens fazendo nada. Mas e o hoje? Quais os espaços dos jovens? Ser jovem ainda se parece com o “ser preparado” para alguma coisa.
Para o mercado de trabalho, para a vida afetiva, para a cidadania, para a estabilidade, para construir um País forte, para mudar o mundo! — ainda que neste último, poucos creiam. O comum é considerar o jovem um quase-adulto que pode cometer excessos. Sem muitas responsabilidades, sem nenhum poder. Sofre as pressões do consumo, mas não recebe as oportunidades equivalentes de produção. Prepara-se para ser um agente desse mecanismo desigual, encarando o trabalho como um fardo; a possibilidade de mudança, utópica; os feriados, um alívio. Muitos jovens já crescem cansados. Numa fase da vida em que tudo é novo e em que cada descoberta coloca em xeque a anterior, a busca pelo sentido da vida se torna cada vez menos atraente, por ser resolvida com uma série de convenções mercadológicas pouco leais: carência se resolve no shopping; solidão acaba com beijo na boca; ser feliz é sair para dançar.
São desleais essas promessas, porque o indivíduo se mata de trabalhar e nunca tem dinheiro suficiente para comprar o tanto que precisa para suprir suas carências; beija todo mundo e ainda se sente sozinho e sem valor; droga-se para conseguir dançar sem parar, e a felicidade nunca é convincente. Quanto ao espaço social, uma maioria daqueles conseguem emprego recebem salários baixos, com carga horária alta. E só serve para isso: alimentar a máquina do consumo. Não pode fazer nada para mudar as estruturas que, de tão pregadas e cultuadas pela sociedade e seus instrumentos de expressão (escola, mídia, família, os próprios jovens...), aparentam ser inevitáveis e eternas.
Novo jeito de revolucionar
Nessa percepção, muita gente hoje se articula por meio do Protagonismo Juvenil (o jovem como ator principal). A idéia é permitir que ele desempenhe os principais papéis na execução de projetos para juventude e outros temas pouco atendidos no cenário mundial. Com relação ao termo, registro um sentido ainda mais amplo de participação da juventude. O ator, mesmo que protagonista, sempre interpreta um papel que alguém escreveu para ele. Não pode escrever seu próprio texto e fazer escolhas. Assim, seria mais preciso dizer que queremos ser autores sociais, capazes de escrever as coisas de um jeito novo, repleto da esperança de quem não conhece o impossível.
Para construir tanto, os jovens precisam de amparo social, intelectual e moral, precisam contar com a lealdade das gerações anteriores. As pessoas precisam ser preparadas para viver em sociedade e não para ocupar uma prateleira nos mercados, com um currículo bem escrito em mão. Mas é claro que o jovem também não pode se esquivar dessa busca. A construção de um entendimento de juventude diferente do que existe hoje é possível. Como vimos anteriormente, a cara do jovem, os costumes, as relações sociais que o envolvem, se alteraram inúmeras vezes. E podem ser sempre diferentes. A pergunta é: que tipo de reconhecimento e espaço os jovens estão querendo no mundo contemporâneo? Se isso for estabelecido por eles próprios, com certeza a resposta será muito mais precisa.
Para concluir esse panorama histórico, recorro novamente a observações de Giovanni Levi e Jean Claude Schimitt: “A investidura do jovem cavaleiro, a noviça que toma o véu, o alistamento do futuro soldado, os ritos goliardescos das universidades são momentos cruciais, efêmeros, carregados de fragilidade. São momentos de crise, individual e coletiva, mas também de compromisso entusiástico e sem reservas, e, no fundo, não vamos encontrar sempre os jovens na linha de frente de revoltas e revoluções?”. Sem dúvida que sim! O que constatamos é um espírito de busca, de “início”, que às vezes se apresenta como luta e transformação, mas outras vezes é resistência interior, ou até rebeldia, mas que faz com que o jovem seja diferente dos demais integrantes da sociedade. Não melhor, nem pior, e não apenas pelas características físicas, mas diferente. Mesmo nas mais diversas sociedades, que podem nos ensinar muitas formas de compreender a juventude.
A fundação de Roma
Augusto Fraschetti descreve as legendas que cercam as origens, fundação e história de Roma, o significado para os Romanos unindo às legendas de suas origens, e os usos a que eles as põem. Entre 1000 BC e 650 BC um conjunto de grupos pequenos, isolados de lutadores por natureza, nos montes romanos transformou-se em uma cidade extensiva e complexa, seus edifícios monumentais é evidência grande dos espaços do público do poder e da riqueza. Competindo da fundação, explicaram este deslocamento, que caracteriza Rômulo e Remo como fundadores de Roma. Ambos jogados um papel significativo no pensamento romano e na identidade, preocupando gerações dos historiadores de Roma e fornecendo um tema importante na poesia romana.
Nos últimos dois séculos a era da fundação de Roma foi o assunto de investigações extensivas por arqueólogos. Estes revelaram muito que era previamente um mistério e permitiram remendar junto de uma grande parte da historia de fundação da cidade de Roma. O professor Fraschetti considera esta evidência e o grau a que suporta ou as legendas as evidências dos documentários, e o trabalho dos arqueólogos modernos. Revelam o que parece agora a história o mais provável de origens e de ascensão de Roma.
Rômulo e Remo os gêmeos fundadores de Roma, Que lançados ao Rio Tibre. Sobreviveram em deriva Amamentados por uma loba sobrevivem Vingaram sua mãe. Rea Silvia, aprisionada pelo tio Amúlio Devolveram o trono de Alba ao avô Numitor. Depois de restaurada a ordem Numitor resolveu dotar de poder aos seus netos E mandou que fundassem uma cidade, a qual resolveu alguns problemas. Absorvendo o excedente populacional, um excedente marginalizado. De bandidos, hostis a ordem de governo, servos e rebeldes. Os habitantes de Alba não consideravam justo viver no meio de rebeldes e muito menos acolhê-los em seu território. O rei Numitor queria mantê-los longe e os mandou para perto de Rômulo e Remo. Crentes dos problemas que enfrentariam os gêmeos criaram um lugar sagrado onde serviria de refúgio para os perseguido o qual foi oferecido ao deus do Asilo. Neste lugar todos teriam proteção e imunidade, desde magistrados até escravos fugidos. Porem a própria vivencia dos jovens fundadores era hostilizada.
A primeira fase dos gêmeos se coloca no meio da natureza, no meio dos animais, amamentados por uma loba, portanto criados em um mundo de pastores, e sua própria descendência materna os reportavam ao meio selvagem Silvia ou Silvae o da selva. É o mundo do deus Fauno, onde eram caçadores andavam nus e caçavam na selva. Das caçadas, os jovens participavam e a disputa era acirrada por melhores resultados nos avanços na floresta fechada. Imitavam os jovens gregos, e espartanos célticos que tinham de inicio características semelhantes. Disputam em tudo e uma retomada de rebanhos torna-se uma disputa entre irmãos e Remo e seu grupo se saem melhor, (carne crua).
A segunda começou com a idéia de fundação de Roma, onde deixam o mundo livre e passam viver entre muralhas, e um enorme grupo de pessoas, convivendo associados a uma sociedade mesmo que de inicio conflituosa. Porem como tudo na vida deles tinha caráter religioso e a fundação de Roma também teve influências, estas as quais, resultou em disputa entre irmãos. Retiraram-se um para cada monte e numa disputa, para saber quem seria o fundador de Roma,
Rômulo se coloca no alto do monte Palatino e Remo no monte Aventino, para consultar os auspícios, a qual Rômulo vence, pois sobre sua montanha aparece doze enquanto na montanha de Remo só observa-se seis. Não é só uma questão de legitimidade e sim, coisa maior, onde os magistrados da cidade republicana e o poder dos reis latinos-sabinos e toda uma formação de uma cidade.
Com a vitória Rômulo pega seu arado e vai traçar o que será os limites de Roma, quando termina é abordado pelo irmão e neste momento Rômulo o mata tornando-se fundador de Roma. A morte de Remo pelo irmão é interpretada como premonição das guerras futuras que assolariam Roma nos futuros tempos, horrenda situação de cidadãos mortos por cidadãos. Nesta hora se afirma a segunda etapa da vida dos gêmeos e reforça uma coisa: Qual é melhor? A floresta ou cidade? Pois quando se limitou território, e este foi invadido, o defensor não teve outra reação a não ser, matar o próprio irmão para defender uma lei já existente: Não ultrapassar as linhas da cidade armado dando assim justificativas ao assassinato.
(Lucimar Simon)
Texto com base em Augusto Fraschetti que é professor de História Económica e Social do Mundo Antigo na Faculdade de Letras La Sapienza; é professor do história romana na universidade de Sapienza de Roma foi professor associado na Universidade de Paris I – Sorbonne e na V Secção da Ecole Pratique des Hautes Etudes e é membro da comissão científica da revista Studi Storici.
O mundo em que vivemos é tão veloz, se transforma em colapsos constantes e de ritmo tão alucinado, que nos envolve numa curiosa sensação de imobilidade. Contradição logo na primeira frase? Talvez não. Nossa impressão é a de que a lógica materialista — e até capitalista, para os mais superficiais — sempre esteve presente na dinâmica social humana e é uma fatalidade evolutiva. Sinceramente, isso me incomoda. Ignorar o passado como qualquer coisa arcaica e inferior, que não tem o mínimo significado para nós.
Os historiadores Giovanni Levi e Jean Claude Schmitt, em História dos Jovens (vol. I), apontam que “a sociedade plasma uma imagem dos jovens, atribui-lhes características e papéis, trata de impor-lhes regras e valores e constata com angústia os elementos de desagregação associados ao período de mudança, os elementos de conflitos e as resistências inseridas nos processos de integração e reprodução social”. Essa afirmação faz muito sentido ao observarmos as variantes, presentes na forma de entender o que é juventude e o que ela representa para a sociedade da qual faz parte, considerando os registros de diversos povos.
Partindo dos gregos, por exemplo, podemos compreender um dos motivos importantes de terem sido escolhidos como nossa raiz cultural: a juventude era idolatrada como imagem. “Antes de chegarem à glória dos heróis, os jovens manifestavam a graça da juventude”, comenta o arqueólogo Alain Schnapp. Mas havia também uma preocupação que ganhava cada vez mais força no mundo grego: a preparação do jovem para viver na sociedade. A constante presença do pedagogo disciplinando hábitos, atividades e escolhas, - sem dúvida, influenciou o posicionamento dos jovens gregos diante do conhecimento, o que se pode constatar na postura de vários deles, que se interessavam pelos grandes filósofos e até seguiam seus passos, intrigados por questionamentos e reflexões.
A posição dos jovens hoje.
O jovem parece uma continuação dos pais. Não faz escolhas. Não tem vocações. Há um esforço evidente em castrar essas iniciativas, esses impulsos e essas vontades na juventude. Depois disso, perceberemos que se agravam as diferenças nas oportunidades, no advento burguês, disparado pela Revolução Industrial. Há quem passe por uma universidade, há quem só conheça fábricas. Da Revolução Francesa à Russa, ou durante a era dos “populismos”, “nacionalismos” e toda espécie de ditadura e guerra do século XX, jovens em barricadas, jovens na platéia, fora Collor, jovens lutando contra, jovens fazendo nada. Mas e o hoje? Quais os espaços dos jovens? Ser jovem ainda se parece com o “ser preparado” para alguma coisa.
Para o mercado de trabalho, para a vida afetiva, para a cidadania, para a estabilidade, para construir um País forte, para mudar o mundo! — ainda que neste último, poucos creiam. O comum é considerar o jovem um quase-adulto que pode cometer excessos. Sem muitas responsabilidades, sem nenhum poder. Sofre as pressões do consumo, mas não recebe as oportunidades equivalentes de produção. Prepara-se para ser um agente desse mecanismo desigual, encarando o trabalho como um fardo; a possibilidade de mudança, utópica; os feriados, um alívio. Muitos jovens já crescem cansados. Numa fase da vida em que tudo é novo e em que cada descoberta coloca em xeque a anterior, a busca pelo sentido da vida se torna cada vez menos atraente, por ser resolvida com uma série de convenções mercadológicas pouco leais: carência se resolve no shopping; solidão acaba com beijo na boca; ser feliz é sair para dançar.
São desleais essas promessas, porque o indivíduo se mata de trabalhar e nunca tem dinheiro suficiente para comprar o tanto que precisa para suprir suas carências; beija todo mundo e ainda se sente sozinho e sem valor; droga-se para conseguir dançar sem parar, e a felicidade nunca é convincente. Quanto ao espaço social, uma maioria daqueles conseguem emprego recebem salários baixos, com carga horária alta. E só serve para isso: alimentar a máquina do consumo. Não pode fazer nada para mudar as estruturas que, de tão pregadas e cultuadas pela sociedade e seus instrumentos de expressão (escola, mídia, família, os próprios jovens...), aparentam ser inevitáveis e eternas.
Novo jeito de revolucionar
Nessa percepção, muita gente hoje se articula por meio do Protagonismo Juvenil (o jovem como ator principal). A idéia é permitir que ele desempenhe os principais papéis na execução de projetos para juventude e outros temas pouco atendidos no cenário mundial. Com relação ao termo, registro um sentido ainda mais amplo de participação da juventude. O ator, mesmo que protagonista, sempre interpreta um papel que alguém escreveu para ele. Não pode escrever seu próprio texto e fazer escolhas. Assim, seria mais preciso dizer que queremos ser autores sociais, capazes de escrever as coisas de um jeito novo, repleto da esperança de quem não conhece o impossível.
Para construir tanto, os jovens precisam de amparo social, intelectual e moral, precisam contar com a lealdade das gerações anteriores. As pessoas precisam ser preparadas para viver em sociedade e não para ocupar uma prateleira nos mercados, com um currículo bem escrito em mão. Mas é claro que o jovem também não pode se esquivar dessa busca. A construção de um entendimento de juventude diferente do que existe hoje é possível. Como vimos anteriormente, a cara do jovem, os costumes, as relações sociais que o envolvem, se alteraram inúmeras vezes. E podem ser sempre diferentes. A pergunta é: que tipo de reconhecimento e espaço os jovens estão querendo no mundo contemporâneo? Se isso for estabelecido por eles próprios, com certeza a resposta será muito mais precisa.
Para concluir esse panorama histórico, recorro novamente a observações de Giovanni Levi e Jean Claude Schimitt: “A investidura do jovem cavaleiro, a noviça que toma o véu, o alistamento do futuro soldado, os ritos goliardescos das universidades são momentos cruciais, efêmeros, carregados de fragilidade. São momentos de crise, individual e coletiva, mas também de compromisso entusiástico e sem reservas, e, no fundo, não vamos encontrar sempre os jovens na linha de frente de revoltas e revoluções?”. Sem dúvida que sim! O que constatamos é um espírito de busca, de “início”, que às vezes se apresenta como luta e transformação, mas outras vezes é resistência interior, ou até rebeldia, mas que faz com que o jovem seja diferente dos demais integrantes da sociedade. Não melhor, nem pior, e não apenas pelas características físicas, mas diferente. Mesmo nas mais diversas sociedades, que podem nos ensinar muitas formas de compreender a juventude.
A fundação de Roma
Augusto Fraschetti descreve as legendas que cercam as origens, fundação e história de Roma, o significado para os Romanos unindo às legendas de suas origens, e os usos a que eles as põem. Entre 1000 BC e 650 BC um conjunto de grupos pequenos, isolados de lutadores por natureza, nos montes romanos transformou-se em uma cidade extensiva e complexa, seus edifícios monumentais é evidência grande dos espaços do público do poder e da riqueza. Competindo da fundação, explicaram este deslocamento, que caracteriza Rômulo e Remo como fundadores de Roma. Ambos jogados um papel significativo no pensamento romano e na identidade, preocupando gerações dos historiadores de Roma e fornecendo um tema importante na poesia romana.
Nos últimos dois séculos a era da fundação de Roma foi o assunto de investigações extensivas por arqueólogos. Estes revelaram muito que era previamente um mistério e permitiram remendar junto de uma grande parte da historia de fundação da cidade de Roma. O professor Fraschetti considera esta evidência e o grau a que suporta ou as legendas as evidências dos documentários, e o trabalho dos arqueólogos modernos. Revelam o que parece agora a história o mais provável de origens e de ascensão de Roma.
Rômulo e Remo os gêmeos fundadores de Roma, Que lançados ao Rio Tibre. Sobreviveram em deriva Amamentados por uma loba sobrevivem Vingaram sua mãe. Rea Silvia, aprisionada pelo tio Amúlio Devolveram o trono de Alba ao avô Numitor. Depois de restaurada a ordem Numitor resolveu dotar de poder aos seus netos E mandou que fundassem uma cidade, a qual resolveu alguns problemas. Absorvendo o excedente populacional, um excedente marginalizado. De bandidos, hostis a ordem de governo, servos e rebeldes. Os habitantes de Alba não consideravam justo viver no meio de rebeldes e muito menos acolhê-los em seu território. O rei Numitor queria mantê-los longe e os mandou para perto de Rômulo e Remo. Crentes dos problemas que enfrentariam os gêmeos criaram um lugar sagrado onde serviria de refúgio para os perseguido o qual foi oferecido ao deus do Asilo. Neste lugar todos teriam proteção e imunidade, desde magistrados até escravos fugidos. Porem a própria vivencia dos jovens fundadores era hostilizada.
A primeira fase dos gêmeos se coloca no meio da natureza, no meio dos animais, amamentados por uma loba, portanto criados em um mundo de pastores, e sua própria descendência materna os reportavam ao meio selvagem Silvia ou Silvae o da selva. É o mundo do deus Fauno, onde eram caçadores andavam nus e caçavam na selva. Das caçadas, os jovens participavam e a disputa era acirrada por melhores resultados nos avanços na floresta fechada. Imitavam os jovens gregos, e espartanos célticos que tinham de inicio características semelhantes. Disputam em tudo e uma retomada de rebanhos torna-se uma disputa entre irmãos e Remo e seu grupo se saem melhor, (carne crua).
A segunda começou com a idéia de fundação de Roma, onde deixam o mundo livre e passam viver entre muralhas, e um enorme grupo de pessoas, convivendo associados a uma sociedade mesmo que de inicio conflituosa. Porem como tudo na vida deles tinha caráter religioso e a fundação de Roma também teve influências, estas as quais, resultou em disputa entre irmãos. Retiraram-se um para cada monte e numa disputa, para saber quem seria o fundador de Roma,
Rômulo se coloca no alto do monte Palatino e Remo no monte Aventino, para consultar os auspícios, a qual Rômulo vence, pois sobre sua montanha aparece doze enquanto na montanha de Remo só observa-se seis. Não é só uma questão de legitimidade e sim, coisa maior, onde os magistrados da cidade republicana e o poder dos reis latinos-sabinos e toda uma formação de uma cidade.
Com a vitória Rômulo pega seu arado e vai traçar o que será os limites de Roma, quando termina é abordado pelo irmão e neste momento Rômulo o mata tornando-se fundador de Roma. A morte de Remo pelo irmão é interpretada como premonição das guerras futuras que assolariam Roma nos futuros tempos, horrenda situação de cidadãos mortos por cidadãos. Nesta hora se afirma a segunda etapa da vida dos gêmeos e reforça uma coisa: Qual é melhor? A floresta ou cidade? Pois quando se limitou território, e este foi invadido, o defensor não teve outra reação a não ser, matar o próprio irmão para defender uma lei já existente: Não ultrapassar as linhas da cidade armado dando assim justificativas ao assassinato.
(Lucimar Simon)
domingo, 1 de agosto de 2010
Texto: NAVIOS NEGREIROS
NAVIOS NEGREIROS
Os escravos que morriam ao longo da viagem eram jogados ao mar. Até que seus corpos fossem retirados poderia demorar algum tempo (horas ou, até mesmo, um ou dois dias). Isso causava problemas relativos ao cheiro do cadáver e a contaminação dos demais pelas doenças que tivessem vitimado o morto.
Como os navios negreiros eram caravelas, feitas de madeira, a força dos oceanos pelas quais passavam acabava fazendo com que chacoalhassem intensamente durante ventanias ou tempestades. Isso fazia com que tanto os escravos quanto os tripulantes acabassem passando mal e vomitassem. No caso dos negros a situação era pior, pois não podiam liberar o resultado de sua náusea para lugar algum senão o próprio porão onde estavam. Os que resistiam a essa travessia infernal chegavam a América esquálidos ou doentes. Poucos eram aqueles que conseguiam completar a viagem em boas condições. O que os esperava, no entanto, não era muito melhor.
Embarcados como carga animal nos porões dos navios, atravessavam a viagem de algumas semanas acorrentados e apertados, sem possibilidades de se movimentarem para ao menos "esticar a musculatura". O espaço era tão restrito que muitas vezes tinham que se alternar entre ficarem sentados ou em pé. As correntes marcavam seus braços e pernas, causando-lhes ferimentos pela quantidade de dias que ficavam aprisionados. No local onde ficavam não havia a mínima preocupação com higiene (não existiam banheiros ou qualquer tipo de instalação sanitária). As fezes e a urina dos cativos era feita no mesmo local onde estavam acorrentados. Isso causava um enorme fedor, além de aumentar as possibilidades de enfermidades pelo contato com os excrementos ou com animais que por ali circulavam (como ratos e baratas).
Os alimentos eram "jogados" uma ou duas vezes por dia para que os negros pudessem se alimentar. Não havia qualquer preocupação quanto a quem ia comer, se alguém deixava de comer, se a partilha dos alimentos era feita de forma justa e abastecia todos os cativos. Outro problema com os alimentos refere-se ao fato de que aquilo que era disponibilizado para os negros era a sobra, ou seja, os alimentos que não eram bem aceitos ou eram mesmo rejeitados pelos marinheiros. Portanto, a parte que cabia aos escravos era de qualidade duvidosa, muitas vezes, a eles eram dados os alimentos deteriorados ou apodrecidos.
Entre os negros que compunham a "carga" do navio eram encontrados adultos (homens e mulheres numa faixa etária média de 17 a 25 anos) como maior parte do "carregamento" (eram mais caros na relação de troca que se estabelecia nas Américas por estarem com a força e a saúde necessárias para o serviço da lavoura), assim como crianças, adolescentes e idosos de ambos os sexos.
O espaço em que ficavam era, além de apertado, muito escuro e mal ventilado, isso acabava tornando ainda pior a condição de vida e provocava grande número de mortes. Como já se sabia que isso aconteceria, os navios negreiros sempre viajavam com uma quantidade muito maior de cativos do que realmente deveria acomodar em seus porões. O excesso de "carga" tinha como propósito repor as perdas causadas pelas mortes que ocorriam ao longo da viagem e tornar a viagem o mais lucrativa possível. Essa figura nos mostra como ficava o interior de um navio negreiro carregado de escravos. Havia uma clara preocupação dos transportadores de alojar o maior número possível de negros para recompor as perdas (de aproximadamente 20 a 40% dos cativos transportados), por isso, normalmente transportavam-se mais pessoas do que o porão podia realmente alojar.
(Lucimar Simon)
Os escravos que morriam ao longo da viagem eram jogados ao mar. Até que seus corpos fossem retirados poderia demorar algum tempo (horas ou, até mesmo, um ou dois dias). Isso causava problemas relativos ao cheiro do cadáver e a contaminação dos demais pelas doenças que tivessem vitimado o morto.
Como os navios negreiros eram caravelas, feitas de madeira, a força dos oceanos pelas quais passavam acabava fazendo com que chacoalhassem intensamente durante ventanias ou tempestades. Isso fazia com que tanto os escravos quanto os tripulantes acabassem passando mal e vomitassem. No caso dos negros a situação era pior, pois não podiam liberar o resultado de sua náusea para lugar algum senão o próprio porão onde estavam. Os que resistiam a essa travessia infernal chegavam a América esquálidos ou doentes. Poucos eram aqueles que conseguiam completar a viagem em boas condições. O que os esperava, no entanto, não era muito melhor.
Embarcados como carga animal nos porões dos navios, atravessavam a viagem de algumas semanas acorrentados e apertados, sem possibilidades de se movimentarem para ao menos "esticar a musculatura". O espaço era tão restrito que muitas vezes tinham que se alternar entre ficarem sentados ou em pé. As correntes marcavam seus braços e pernas, causando-lhes ferimentos pela quantidade de dias que ficavam aprisionados. No local onde ficavam não havia a mínima preocupação com higiene (não existiam banheiros ou qualquer tipo de instalação sanitária). As fezes e a urina dos cativos era feita no mesmo local onde estavam acorrentados. Isso causava um enorme fedor, além de aumentar as possibilidades de enfermidades pelo contato com os excrementos ou com animais que por ali circulavam (como ratos e baratas).
Os alimentos eram "jogados" uma ou duas vezes por dia para que os negros pudessem se alimentar. Não havia qualquer preocupação quanto a quem ia comer, se alguém deixava de comer, se a partilha dos alimentos era feita de forma justa e abastecia todos os cativos. Outro problema com os alimentos refere-se ao fato de que aquilo que era disponibilizado para os negros era a sobra, ou seja, os alimentos que não eram bem aceitos ou eram mesmo rejeitados pelos marinheiros. Portanto, a parte que cabia aos escravos era de qualidade duvidosa, muitas vezes, a eles eram dados os alimentos deteriorados ou apodrecidos.
Entre os negros que compunham a "carga" do navio eram encontrados adultos (homens e mulheres numa faixa etária média de 17 a 25 anos) como maior parte do "carregamento" (eram mais caros na relação de troca que se estabelecia nas Américas por estarem com a força e a saúde necessárias para o serviço da lavoura), assim como crianças, adolescentes e idosos de ambos os sexos.
O espaço em que ficavam era, além de apertado, muito escuro e mal ventilado, isso acabava tornando ainda pior a condição de vida e provocava grande número de mortes. Como já se sabia que isso aconteceria, os navios negreiros sempre viajavam com uma quantidade muito maior de cativos do que realmente deveria acomodar em seus porões. O excesso de "carga" tinha como propósito repor as perdas causadas pelas mortes que ocorriam ao longo da viagem e tornar a viagem o mais lucrativa possível. Essa figura nos mostra como ficava o interior de um navio negreiro carregado de escravos. Havia uma clara preocupação dos transportadores de alojar o maior número possível de negros para recompor as perdas (de aproximadamente 20 a 40% dos cativos transportados), por isso, normalmente transportavam-se mais pessoas do que o porão podia realmente alojar.
(Lucimar Simon)
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