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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Texto: OS GOVERNOS JONES DOS SANTOS NEVES NO ESPÍRITO SANTO

OS GOVERNOS JONES DOS SANTOS NEVES NO ESPÍRITO SANTO

JONES DOS SANTOS NEVES foi nomeado pelo presidente da república, Getúlio Vargas. Para suceder a PUNARO BLEY, e que, nesta condição de interventor federal, governou o Espírito Santo entre 21 de janeiro de 1943 a 27 de outubro de 1945, durante a fase final do Estado Novo, e que nesse período a economia do Espírito Santo era predominantemente agrária, com destaque para a produção e exportação de café; JONES DOS SANTOS NEVES governou o Espírito Santo, pela segunda vez, entre 31 de janeiro de 1951 a 10 de outubro de 1952, quando foi eleito pelo PSD – Partido Social Democrático. Neste segundo mandato inaugurou o planejamento de políticas públicas, identificadas com o desenvolvimentismo, que ficaram conhecidas como PLANO DE VALORIZAÇÃO ECONÔMICA, que orientaria a intervenção da administração em assuntos considerados de interesse público, especialmente voltados para a industrialização e modernização. Ou seja, para orientar a aplicação dos recursos públicos, a administração do governo JONES DOS SANTOS NEVES passou a intervir na economia, transportes, energia, saneamento, saúde, educação, entre outros setores.

ALGUMAS POLÍTICAS PÚBLICAS:

Serviços de dragagem, ampliação e modernização do Porto de Vitória, para aumentar sua capacidade de carga; construção do cais de carvão; instituição do plano estadual de eletrificação; construção de hidrelétricas no Rio Santa Maria: Usina Rio Bonito e Suiça; construção da ponte sobre o rio Doce, em Linhares; ampliação da malha rodoviária do Espírito Santo, com asfaltamento das ligações entre Vitória/Colatina, Vitória/Cachoeiro de Itapemerim e Cachoeiro/Alegre/Guaçui etc; construção de residências populares -IBES, Instituto de Bem-Estar Social; criação da Universidade do Espírito Santo, objetivando a qualificação de recursos humanos em medicina, engenharia e outros setores; implementação de política de incentivos fiscais para implantação de indústrias, resultando dessa iniciativa o Moinho de Trigo, a Companhia Ferro e Aço de Vitória etc; saneamento básico e aterro dos trechos em que se situam a Avenida Beira-mar e a Esplanada Capixaba, na capital (Vitória); valorização do funcionalismo público estadual, entre outros exemplos.

(Lucimar Simon)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Texto: O PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS ESTADOS MODERNOS EUROPEUS

O PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS ESTADOS MODERNOS EUROPEUS

O processo histórico ocorrido na Europa entre os séculos IV e VI e que culminou com a desagregação do Império Romano do Ocidente e a formação dos reinos bárbaros foram as assim denominadas invasões ou migrações bárbaras. Tal processo foi iniciado no século III, no período da Anarquia Militar, tendo se intensificado nos séculos seguintes, quando os bárbaros, em busca de terra fértil para cultivo, passaram a se organizar em amplas confederações que romperam as fronteiras do Império em vagas sucessivas, criando uma situação difícil para o Estado romano do ponto de vista da manutenção da integridade territorial. Cumpre notar, entretanto, que, muito embora a penetração dos bárbaros no Império seja tratada como um evento de natureza catastrófica, o fato é que, há séculos, os romanos conviviam com os bárbaros acantonados junto ao limes reno-danubiano, razão pela qual, no fim do Mundo Antigo, a presença de combatentes de origem bárbara, incluindo generais, no exército romano, era já um acontecimento corriqueiro.
Dentre os fatores internos que conduziram à desagregação do Império Romano do Ocidente, podemos citar: O colapso da autoridade imperial, que não é mais capaz de garantir proteção aos súditos num contexto de acirramento das guerras civis e das invasões bárbaras; A crise do modo de produção escravista, que provocou uma diminuição dos rendimentos das propriedades agrícolas; O fiscalismo, responsável pela evasão de divisas do Erário, uma vez que os mais ricos (potentiores) buscarão meios de evitar o repasse do tributo para o poder central; O aumento da burocracia e do exército, o que tornou onerosa a máquina estatal; As revoltas bagaudas, que, atingindo as Gálias e a Península Ibérica, enfraqueceram a capacidade defensiva do Império; g) separação entre o Império Romano do Oriente e o Império Romano do Ocidente, o que privou as províncias ocidentais do apoio da parte oriental, detentora de recursos mais extensos; h) colapso do município, a célula mestre da administração imperial, devido à fuga dos decuriões e ao êxodo urbano da população.

(Lucimar Simon)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Texto: REPENSAR A REFORMA REFORMAR O PENSAMENTO

REPENSAR A REFORMA REFORMAR O PENSAMENTO

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: Repensar a reforma, reformar o pensamento. 10ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2004.

APRESENTAÇÃO DO AUTOR

Edgar Morin nasceu em Paris em 8 de julho de 1921, filho de Vidal Nahoum e Luna Beressi, judeus morando na França. É sociólogo, antropólogo, historiador e filósofo, considerado um dos maiores intelectuais contemporâneos. Diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica, fundador do Centro de Estudos Transdisciplinares da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Sua trajetória de vida é marcada por um firme posicionamento no que se refere às questões cruciais de seu tempo, o que se reflete em grande parte da sua produção intelectual.

Em 1941, adere ao Partido Comunista. Entre 1942 e 1944, participou da Resistência, como tenente das forças combatentes francesas, adotando o codinome Morin, que conservaria dali em diante. Durante a Liberação, é transferido para a Alemanha ocupada, como adido ao Estado Maior do Primeiro Exército Francês na Alemanha, em 1945, e, em 1946, como chefe do departamento de propaganda do governo militar francês. Nessa época, escreve seu primeiro livro, L'An zéro de l’Allemagne ("O Ano Zero na Alemanha"), publicado em 1946, no qual descreve a situação do povo alemão no pós-guerra. O livro foi muito apreciado por Maurice Thorez, que o convida a escrever para a revista Lettres françaises. A partir de 1949, distancia-se do Partido Comunista, do qual será excluído em 1951, por suas posições antistalinistas.

Aconselhado por Georges Friedmann, que conheceu durante a ocupação alemã, e com o apoio de Maurice Merleau-Ponty, de Vladimir Jankélévitch e de Pierre George, entra para o CNRS em 1950. Começa a escrever L'Homme et la Mort ("O Homem e a Morte"), lançado em 1951. Em 1955, coordena um comitê contra a guerra da Argélia e defende particularmente Messali Hadj. Em 1960, funda, na École des hautes études en sciences sociales (EHESS), o Centro de estudos de comunicação de massa (CECMAS), com Georges Friedmann e Roland Barthes, com a intenção de adotar uma abordagem transdisciplinar do tema, e cria a revista Communications. Morin é também fundador da revista Arguments (1957-1963).

Nomeado diretor de pesquisa do CNRS em 1970, será também, entre 1973 e 1989, um dos diretores do Centro de estudos transdisciplinares da EHESS, sucessor do CECMAS.
É um pensador de expressão internacional, um humanista, preocupado com a elaboração de um método capaz de apreender a complexidade do real, tecendo severas críticas à fragmentação do conhecimento.

Morin é um apaixonado pelas artes e ciências, extremamente polêmico. Ele nos propõe uma reforma do pensamento por meio do ensino transdisciplinar, capaz de formar cidadãos planetários, solidários e éticos, aptos a enfrentar os desafios dos tempos atuais. Defende a formação do intelectual polivalente. Sua obra múltipla é norteada pelo cuidado com um conhecimento não mutilado nem compartimentado, respeitando o singular ao mesmo tempo em que o insere em seu todo.

BREVE SÍNTESE DA OBRA

CAPÍTULO 1: OS DESAFIOS

No primeiro capítulo Edgar Morin, vem falar da hiperespecialização, que para ele é um problema. Pois segundo o autor, a hiperespecialização “impede de ver o global”, ou seja, de se conhecer o todo, em que contexto certo tema esta inserido: “uma inteligência incapaz de perceber o contexto e o complexo planetário fica cega, inconsciente e irresponsável”. Para se pensar um problema de forma correta, é preciso saber de qual contexto este faz parte, afirma este estudioso.

De acordo com Morin, é preciso entender as partes entre o todo e o todo entre as partes, pois o “retalhamento das disciplinas torna impossível apreender o que é tecido junto”. O autor defende o conhecimento pertinente, o qual é capaz de trazer qualquer informação para o seu contexto e, se possível no conjunto, o qual esta inscrita. Morin cita como exemplo da inadequação da fragmentação, a política econômica, como a “mais incapaz de perceber o que não é quantificável, ou seja, as paixões e as necessidades humanas”.

De acordo com o texto a aptidão para contextualizar é uma qualidade fundamental humana, que precisa ser desenvolvida e não atrofiada. É apontado no texto como outro problema, a expansão descontrolada do saber. Pois os meios de comunicação nos bombardeiam com informação, mas estas informações se tornam conhecimento quando estão contextualizadas e principalmente organizadas em nossa mente.

O autor fala no primeiro capítulo, de quatro desafios:
O desafio cultural – a separação entre a cultura das humanidades e a cultura científica, traz sérias conseqüências para ambas. Pois segundo Morin, a cultura humana é genérica, que alimenta inteligência geral, por meio da filosofia, do ensaio e do romance. Já a cultura científica, não reflete sobre o destino humano e sobre o futuro da própria ciência. Dessa forma uma complementaria a outra.

O desafio sociológico – “a informação é uma matéria-prima que o conhecimento deve dominar e integrar; o conhecimento deve ser permanentemente revisitado e revisado pelo pensamento; o pensamento é mais do que nunca, o capital mais precioso para o indivíduo e a sociedade”.

O desafio cívico – neste ponto o autor fala que o cidadão perde o direito de conhecimento, quando tendo o direito de adquirir um saber especializado, mas é excluído, enquanto cidadão, de qualquer ponto de vista globalizante ou pertinente.

Os desafios dos desafios – para Morin o principal desafio seria a reforma do pensamento, a fim de se organizar o conhecimento. “a reforma do ensino leva á reforma do pensamento, e a reforma do pensamento deve levar a reforma do ensino”.

Reflexão crítica: concordo com o autor no que diz respeito ao problema da hiperespecialização, pois não adianta sermos super especialista num assunto, mas não sabermos o que esta acontecendo ao nosso redor. Acredito que um conhecimento que não seja pertinente, não nos serve de nada, pois para se compreender uma parte é preciso saber de onde ela veio, de que contexto faz parte, é preciso conhecer o geral, para melhor conhecermos a parte.

CAPÍTULO 2: A CABEÇA BEM-FEITA

Logo no inicio deste capítulo, Edgar Morin, usa uma frase de Montaigne: “mais vale uma cabeça bem feita do que bem cheia”. Acredito que ele queira reforçar a questão da organização do pensamento, pois como ele mesmo afirmou, do que adianta um monte de informação se ela não esta organizada em nossa mente e sendo assim, não se torna um conhecimento.

De acordo com Morin, a educação deve favorecer a aptidão natural da mente para colocar e resolver os problemas e dessa forma estimular a inteligência geral. Para empregar essa Inteligência geral, é preciso despertar a curiosidade em vez de aniquilá-la. “o desenvolvimento da Inteligência geral requer que seu exercício seja ligado á dúvida, fermento de toda atividade crítica.

Mais adiante no mesmo capítulo, o autor vem afirmando que o desenvolvimento da aptidão para contextualizar e globalizar os saberes torna-se um imperativo da educação.
Morin diz que deve existir um pensamento unificador: “Trata-se ao mesmo tempo, de reconhecer a unidade dentro do diverso, o diverso dentro da unidade”.

De acordo com Morin, o Problema não é derrubar as fronteira entre as disciplinas, mas acabar com o gerador dessas fronteiras: “os princípios organizadores do conhecimento”. Pode-se perceber que o autor continua reforçando, a questão da unificação do conhecimento e ao mesmo tempo mostra que é preciso destruir a raiz, ou seja, a origem dessas fronteiras.

O autor questiona neste capítulo, o que faz com que uma mesma coisa seja causada e causadora e é o que ele vai indicar no capítulo oito deste livro.

Segundo o estudioso, as novas ciências, Ecologia, Ciências da Terra, Cosmologia, tem por objetivo um sistema complexo: “Realizam o restabelecimento dos conjuntos constituídos, a partir da interação, retroação, inter-retroação, e constituem complexos que se organizam por si próprio”. São novas ciências “sistêmicas”.

Falando um pouco de biologia, o autor afirma que falta a Confederação Biológica a idéia de auto- organização. Ele faz uma explanação sobre algumas ciências, como por exemplo, a História, de acordo com Morin ela tende a torna-se uma ciência multidimensional.

Finalizando o capítulo, Morin afirma que uma verdadeira reforma do pensamento esta a caminho, mas ainda de forma desigual. Para ele é preciso investir na inteligência geral, a aptidão para problematizar, a realização da ligação dos conhecimentos.

“Uma educação para uma cabeça bem-feita, que acabe com a disjunção entre as duas culturas, daria capacidade para se responder aos formidáveis desafios da globalidade e da complexidade na vida quotidiana, social, política, nacional e mundial’. P.33

O imperativo para este sociólogo, é a restauração da finalidade da cabeça bem-feita, nas condições e com os imperativos de nossa época.

Reflexão crítica: o autor salienta a questão da organização do pensamento, concordo com ele neste ponto, pois vivemos num mundo aonde chegam informações novas a todo o momento, sendo assim, devemos ter sabedoria para organizar todas estas informações, afim de que se tornem conhecimento. Além disso, Morin também é a favor de uma interdisciplinaridade, acho que ele também acerta nesta parte, pois como vivemos num mundo plural, acredito que uma disciplina pode complementar a outra em alguns aspectos, pois o conhecimento é complexo, então um assunto deve ser analisado de forma multidisciplinar, a fim de que seja mais bem compreendido.

CAPÍTULO 3: A CONDIÇÃO HUMANA

De acordo com Morin, para conhecer o humano, não devemos separá-lo do Universo, mas situá-lo nele. É como ele afirmou no capítulo anterior, todo conhecimento para ser pertinente, deve ter seu objeto contextualizado.

Nos dizeres do autor, somos seres simultaneamente, cósmicos, físicos, biológicos, culturais, cerebrais, espirituais. Para o autor, os humanos antes pensavam que dominavam a natureza, mas depois se deram conta de que dependiam vitalmente dela.

Para este estudioso, a humanidade não se reduz absolutamente á animalidade, mas, sem animalidade, não há humanidade. O ser humano é ao mesmo tempo, totalmente biológico e totalmente cultural. Ele afirma ainda, que o sexo, o nascimento, a morte, além de ser o que há de mais biológico, é que há de mais cultural.

PRINCIPAIS TESES DESENVOLVIDAS NA OBRA

Edgar Morin é contra a hiperespecialização que para ele impede de se ver o global. Defende a interdisciplinaridade e acredita que para se entender um problema é preciso trazê-lo para o contexto em que o mesmo está inserido. Fala do conhecimento pertinente, o qual é capaz de inserir qualquer informação em seu contexto. Para o autor todo conhecimento é complexo, então a cabeça bem feita é aquela que sabe organizar o pensamento, unificar o conhecimento, contextualizá-lo e ao mesmo tempo globalizar o saber. Ele descreve inteligência geral como sendo aquela capaz de colocar e resolver os problemas.

Referencias:

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: Repensar a reforma, reformar o pensamento. 10ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2004.

(Lucimar Simon)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Texto: PROPOSTA DE REDAÇÃO DO ENEM DE 2010

PROPOSTA DE REDAÇÃO DO ENEM DE 2010

O FUTURO DO TRABALHO

“Esqueça os escritórios, os salários fixos e a aposentadoria. Em 2020, você trabalhará em casa e seu chefe terá menos de 30 anos e será uma mulher”.

Felizmente, nunca houve tantas ferramentas disponíveis para mudar o modo como trabalhamos e, conseqüentemente, como vivemos. E as transformações estão acontecendo. A crise despedaçou companhias gigantes tidas até então como modelos de administração. Em vez de grandes conglomerados, o futuro será povoado de empresas menores reunidas em torno de projetos em comum. Os próximos anos também vão consolidar mudanças que vêm acontecendo há algum tempo: a busca pela qualidade de vida, a preocupação com o meio ambiente, e a vontade de nos realizarmos como pessoas também em nossos trabalhos.

TRABALHADORES DO BRASIL

Quando iniciamos um dialogo sobre as questões de trabalho no Brasil já sabemos que a amplitude será longa, e muitas vezes controvertida uma vez que essa temática perpassa por todos os campos da administração econômica, política, social e cultural. Ao longo da história presenciamos em diversos momentos políticas que diretamente estavam ligadas ao trabalho e este amarrado a outras questões, como por exemplo, a política no governo Vargas foi o momento que o trabalhador brasileiro teve maior representação e participação na formação econômica social do Brasil. A consolidação da (CLT) foi o maior triunfa da sociedade brasileira.

Com as mudanças políticas e as inserções neoliberais essa situação vem vertiginosamente se modificando e o trabalhador esta perdendo não só o seu trabalho garantido como também sua dignidade social. Através de ações de redução de custo, aumento progressivo da produção e outras articulações para se aperfeiçoar os lucros os empresários mutilam sem maiores pensares a Mao obra humana e as substituem maciçamente por grandes maquinas capazes de aumentar e ate multiplicar a produção.

Vários trabalhadores perdem seu emprego e fica a marginalidade da economia informal.
Pensar só no modo vital que garantira sua subsistência não é o suficiente, esperar por políticas públicas não seria também muito apropriado, a massa brasileira hoje se congrega em um individualismo que realmente causa o cerceamento de sua liberdade para os patrões e sindicatos cooptados. Somente por uma nova consciência dessa massa trabalhadora poderemos esperar que em 2020 ainda tenhamos casa e mulher para ser nosso chefe.

(Lucimar Simon)